tag:blogger.com,1999:blog-14550288.post115384714431193049..comments2023-04-01T17:04:11.285+02:00Comments on contentamento: O absurdo letal em portuguêsabrunhohttp://www.blogger.com/profile/00232373854995839902noreply@blogger.comBlogger9125tag:blogger.com,1999:blog-14550288.post-1154007503553134002006-07-27T15:38:00.000+02:002006-07-27T15:38:00.000+02:00Abrunho,O que diz sobre as instituições que alberg...Abrunho,<BR/><BR/>O que diz sobre as instituições que albergam estes jovens é muito relevante. Mas penso que todos vão preferir assobiar para o lado. A razão é simples. Estas instituições funcionam mal mas não há alternativas.<BR/><BR/>O Estado habituado a tudo fazer, tudo faz mal e não dá a ninguém explicações por isso. A sociedade civil, anestesiada que está há séculos, não mostra qualquer capacidade solidária.<BR/><BR/>É este modelo social que temos e não aquele que nos fazem crer. Temos pessoas como a catalina acima, nitidamente bem intencionadas e de um nível intelectual superior, mas que não se apercebem das consequências das suas propostas e do suicídio social a que conduzem. <BR/><BR/>Temos muito orgulho nas nossas instituições públicas de solidariedade mas não pensamos no que elas são realmente. Nem sequer me refiro às alternativas privadas, porque é uma discussão que está logo inquinada por razões ideológicas. Mesmo assumindo só a opção pública, é tempo de acordarmos. Os regimes de apoio social que foram criados há décadas, com boas intenções e também muita ingenuidade, passaram a ser dogma inquestionável. As boas intenções transformaram-se em arrogância e a ingenuidade em pragmatismo oportunista. Só mesmos os poucos ingénuos que restam não se apercebem que o actual modelo social não é defendido pelos carenciados ou para estes. É defendido sim, com unhas e dentes, por todos aqueles que conseguiram descobrir fugas no sistema, por aqueles que sabem que ao pedir um aumento do bolo para os pobres o deles também cresce, por aqueles que ao crescer o bolo conseguiram criar empresas e instituições que fornecem o bolo quase em regime de monopólio, etc.<BR/><BR/>Mesmo dentro da legalidade, o sistema é tão defeituoso e complexo que permite todo o tipo de desperdícios e aberrações sociais. Contudo, com a pseudo-justiça que temos, são ainda exponenciadas as fraudes de todo o tipo e tamanho. Talvez ainda pior que isso, o não funcionamento da justiça acaba mesmo por minar todos os valores. A sociedade imprimiu na lei toda uma série de valores que foi absorvendo ao longo da sua evolução. Ao abdicar de punir, a “justiça” dá uma mensagem subtil mas eficaz de que o valor por detrás da lei está a perder relevância. A lei não serve só para castigar quem não a cumpre ou para amedrontar quem a pondera quebrar. <BR/><BR/>O ritual de julgamento e punição não tem apenas uma função pragmática de vingança/justiça/punição/resolução de problema. Quem não prevaricou a acaba também por se colocar inconscientemente no lugar do criminoso e fazer uma introspecção no sentido de evitar cair no mesmo erro. A justiça ao deixar de funcionar dá a mensagem de que a autocrítica é irrelevante, desnecessária.Mário Chainhohttps://www.blogger.com/profile/00219427032124683205noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-14550288.post-1154003552435665282006-07-27T14:32:00.000+02:002006-07-27T14:32:00.000+02:00Concordo que para o crime a fragilidade da vítima ...Concordo que para o crime a fragilidade da vítima foi importante. O que me faz pensar que a sua transexualidade e o facto de ser prostituta também teve importância, pelo menos depois, foi a natureza da tortura. E o facto de ser estrangeira foi um bónus para se sentirem mais seguros. Isto são suposições,mas tem sentido, não?<BR/><BR/>Contudo, a desculpabilização dos rapazes por parte de quem devia ali estar a defender a memória da vítima (os procuradores) parece-me muito provável estar baseada no próprio ser da vítima: a transexualidade e o ser prostituta. <BR/><BR/>Para além disso, a justiça não é só punição, é proteger a restante sociedade de elementos perigosos. Se continuarem a fazer meiguices aos pobres meninos eles não repetirão a dose? Ou toda a gente sente-se muito confortável, de novo porque a vítima é um dos "outros"? Se eles repetirem continuarão a ser os "outros". Ufa, que alívio.<BR/><BR/>Parece-me absurdo que o contexto social e psicológico do criminoso possa servir como atenuante numa pena. A não ser que seja em termos de mudar a natureza da pena. Se o criminoso for psicopata obviamente não deve ser introduzido numa prisão normal e claro deve ter acompanhamento psiquiatra especializado. Por exemplo. O criminoso é toxicodependente. De novo a pena deve ter isso em conta. <BR/><BR/>São crianças. Esta é uma atenuante. O criminoso foi ele próprio maltratado pela vítima. Esta é uma atenuante.<BR/><BR/>O contexto social e psicológico é importante? É. Mas deve ter-se isso em conta numa perspectiva de prevenção. Há crianças em risco? Pois há. Há estruturas em Portugal para as ajudar, mas provavelmente ainda deixam muito a desejar. Trabalhe-se no sentido de melhoramento. Este caso poderia servir para avaliar o que correu mal. A maior parte dos rapazes estavam internados numa instituição. Ouvi falar de um inquérito interno. Houve inquérito externo? Conclusões? Há mecanismos de avaliação peródica das instituições que albergam jovens? E depois da avaliação mecanismos de melhoramento?<BR/><BR/>Uma coisa que eu sei é que para as instituições é mais fácil servirem como depósitos destas crianças, do que realmente realizar trabalho a construir-lhes um futuro. O Estado paga-lhes por cabeça, não por resultados. O resultado seria que a criança acaba por sair da instituição o mais depressa possível, seja trabalhando com a família natural ou não sendo isto possível outras saídas, como a adopção. Só que aí entra outra criança e mais trabalho. É muito mais fácil só ter lá a criança até aos 18 anos.<BR/><BR/>Eu queria ver esta discussão. Eu queria ver a Oficina de S. José a ser avaliada e não o clima de desculpabilização que eu li. Senão a atenuante é só hipocrisia e pior, uma hipocrisia perigosa.abrunhohttps://www.blogger.com/profile/00232373854995839902noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-14550288.post-1153998967925190732006-07-27T13:16:00.000+02:002006-07-27T13:16:00.000+02:00Se a abrunho observar bem, verificará que alguns t...Se a abrunho observar bem, verificará que alguns tipos de homicício são sistematicamente desculpabilizados pela justiça. Pela justiça e pela sociedade. O mais vulgar é o homicídio rodoviário. Se uma pessoa, mercê de uma condução claramente imprudente e arriscada, matar outra na estrada, esse homicídio é desculpabilizado e, na pior das hipóteses, classificado como "homicídio por negligência". Dir-se-á que a pessoa foi morta "por um acidente" e não por um assassino. O assassino cumprirá, na pioríssima das hipóteses, alguns meses de prisão. E ninguém se indigna pelo facto. Toda a gente acha muito normal que assim seja.<BR/><BR/>Quero eu dizer que o homicídio tem muito que se lhe diga, e é efetivamente, sob variadas desculpas, desculpabilizado pela sociedade em muitas circunstâncias.<BR/><BR/>Dizer que a Gisberta foi morta pela água é equivalente a dizer que o transeunte foi morto porque o carro derrapou. É melhor não perguntar se o carro não terá derrapado porque estava a ser conduzido em excesso de velocidade, tal como é melhor não perguntar se a água não terá matado a Gisberta por ela ter sido atirada ao poço.<BR/><BR/>Luis LavouraAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-14550288.post-1153991822793840202006-07-27T11:17:00.000+02:002006-07-27T11:17:00.000+02:00Um texto brilhante, sem dúvida.Só não seria tão as...Um texto brilhante, sem dúvida.<BR/><BR/>Só não seria tão assertivo quando me parece que considera determinante a vítima ser um transexual para as coisas se terem passado assim, porque:<BR/><BR/>- O que aqueles jovens delinquentes fizeram parece-me muito motivado por sentirem que a vítima era frágil. É provável que o crime tenha tido um pendor marcadamente sexual, mas isso não é completamente certo. Aliás, defender isto é já, em parte, dar uma desculpa aos criminosos. Penso que eles fariam o mesmo com outros indivíduos desde que eles mostrassem não dar luta (um sem abrigo, um deficiente, um estrangeiro isolado, etc.) O fundamental para este tipo de crime ter ocorrido é a total falta de empatia pelo "outro" e também uma sensação de segurança por pensarem que a vítima não tem família ou amigos que iriam procurar vingança/justiça. <BR/><BR/>- Em relação à parte judicial, parece ser apenas mais um caso de gritante incompetência. Esta incompetência deve ser enquadrada num contexto político e ideológico em que vivemos e que tem tendência em desculpar os criminosos, ao mesmo tempo que procura na vítima (qualquer uma) motivos que justificam o que lhe aconteceu. Cada vez mais o sistema instituído estimula o crime porque ele parece "compensar".Mário Chainhohttps://www.blogger.com/profile/00219427032124683205noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-14550288.post-1153989218454199802006-07-27T10:33:00.000+02:002006-07-27T10:33:00.000+02:00A perversão da justiça acompanha a tendência de o ...A perversão da justiça acompanha a tendência de o Estado terapêutico em tentar controlar tudo e todos dentro de parâmetros de formatação imbecilóide.<BR/><BR/>Ao transformar os exemplares da categoria da "juventude" em inimputáveis, porque "vítimas" das condições sociais e económicas, opera-se uma irresponsabilização dos próprios, das famílias, das instituições e das escolas, compensada, de forma eficaz, com os "especialistas" das relações. Terreno fértil para todos os Eduardos Sás, Daniéis Sampaios e outros amigos das "crianças". <BR/><BR/>O aparelho judiciário toca pela mesma música da sociologia e da psicologia de pacotilha, neste concerto mundial, remake do "We are the children"...Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-14550288.post-1153954732608522202006-07-27T00:58:00.000+02:002006-07-27T00:58:00.000+02:00Parabéns pelo texto. Muito bem escrito. Penso que ...Parabéns pelo texto. Muito bem escrito. <BR/><BR/>Penso que o Studio está a ser injusto e conspirativo.<BR/><BR/>Injusto porque o texto não revela alguém que não sabia qeu o Pai Natal não existia e conspirativo porque a Justiça Portuguesa está mal mas este caso ultrapassa o razoável e não reconhecer isso é meter no mesmo saco todas as condenações e absolvições, todos os processos e pronúncias, todos os arguidos e magistrados, e isso é realmente não saber como anda a Justiça e pior ainda é não separar o trigo do joio.<BR/><BR/>O pior que se pode fazer a quem trabalha bem na Justiça (como em qualquer lado) é misturá-la com o resto. No fim, são todos maus, e não é verdade.Mário Almeidahttps://www.blogger.com/profile/01204274497908722885noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-14550288.post-1153952002146656392006-07-27T00:13:00.000+02:002006-07-27T00:13:00.000+02:00ó amigo. parece-lhe do meu texto que só acordei ho...ó amigo. parece-lhe do meu texto que só acordei hoje? posso só ter escrito ontem e espoletada por este caso em concreto, mas não significa que ande assim tão alienada.<BR/><BR/>mas sabe qual é o busílis desta aparente clarividência? é quando a vítima é uma transexual que o despudor é mais óbvio.<BR/><BR/>sentem-se tão confortáveis que nem oleiam a inteligência. podem ser imbecis à vontade.abrunhohttps://www.blogger.com/profile/00232373854995839902noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-14550288.post-1153941828706904152006-07-26T21:23:00.000+02:002006-07-26T21:23:00.000+02:00De facto vocês não vivem neste mundo. A justiça Po...De facto vocês não vivem neste mundo. A justiça Portuguesa é assim que funciona. É pena que só se apercebam disso quando a vítima é um transexual.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-14550288.post-1153940846889712282006-07-26T21:07:00.000+02:002006-07-26T21:07:00.000+02:00Não há ninguem que sente o MP no banco dos réus? E...Não há ninguem que sente o MP no banco dos réus? E alguns juizes? E depois andam para aí com reivindicações. Nogentos.Anonymousnoreply@blogger.com