sábado

Culpas

(...)
Quem pagará pelos efeitos trágicos de um clima a aquecer? Não serão os líderes políticos e os empresários que mencionei. Se ultrapassarmos o ponto crucial e as tragédias causadas pelas alterações climáticas começarem a desenrolar-se, a história julgará severamente os cientistas, os jornalistas, os interesses especiais e os políticos que falharam em proteger o planeta. Mas, no final, serão as nossas crianças a pagar o preço.

Os EUA têm uma pesada responsabilidade legal e moral no que está a acontecer. De todo o CO2 emitido a partir de combustiveis fósseis, desde sempre, somos responsáveis por quase 30%, uma quantidade muito maior da emitida pelos países seguintes na lista de poluidores, a China e a Rússia, cada um a contribuir com menos de 8%. Contudo, a nossa responsabilidade moral e legal pode ser ainda maior do que os números sugerem. Os EUA não podem com validade clamar ignorância das consequências. Quando nações tiverem que abandonar partes significativas dos seus territórios, qual será a nossa responsabilidade legal? E será que as nossas crianças, como pessoas adultas no mundo, terão de arcar com o peso da culpa, tal como os alemães depois da II Guerra Mundial, por muito injusta que seja uma culpa herdada?
(..)


Excerto do artigo "The threat to the planet" de Jim Hansen na New York Review of Books, 13 Julho de 2006.

sexta-feira

O encanto do encantamento



fonte -> http://www.flickr.com/photo_zoom.gne?id=391625847&size=l



Houve um ano da minha vida em que era fácil encantar-me. Acho que é um truque da memória, eu a olhar para trás e a ver as cores sobre a laguna, os cheiros da primavera a espalharem-se venenosamente a toda a volta. As voltas e contra-curvas que eu dava pelas salinas, os mosquitos e eu de joelhos a encantar-me com cada pequena coisa. Foi o ano em que eu nasci. Sinto saudades de mim.

Lembro-me tão bem das cores da luz, do jogo de sombras e dos cheiros. Aquela primavera corre-me pelas veias, se fechar os olhos sinto a chuva e o som dos pássaros entre a folhagem, tantos, eram tantos, mais que as folhas. Se fechar os olhos ouço o sino da igreja nas manhãs de domingo e eu a espreguiçar-me feliz enquanto o sol me brincava com as pestanas. Se fechar os olhos vejo o horizonte ao longe, longínquo a abrir o mundo. Sinto saudades de mim.

A madeira a queixar-se sob o meu andar e eu a jogar futebol com uma bola de papel e a mandar abaixo os vasos. Eramos tão velhos e tão novos e tão ridiculamente tontos. Eramos responsáveis e irresponsáveis e brincávamos com as perspectivas da independência. A vida estava ali, acabada de abrir. Aquela primavera sedimentou em mim, deixou marcas de água. Está algures.


lately i find myself
amazed at all around me
everything i see
like all of life's ablaze with light
that suddenly i see, only now i see
the wonder, the wonder of it all
wonder everywhere, more than we know
heaven's not up there, but on earth below
don't know if god exists
but there's some magic out there
so much we're not aware
and then sometimes suddenly i hear
a harmony sing, of each and everything
the wonder, the wonder of it all wonder everywhere, more than we know heaven's not up there, but on earth below

WONDER {LAMB}

(don't know if god exists, but there seems to be angels below)

quinta-feira

Vida (4)

A vida desenha uma árvore

e a morte desenha outra.

A vida desenha um ninho

e a morte põe-se a copiá-lo.

A vida desenha um pássaro

para que ele habite o ninho

e imediatamente a morte

desenha outra ave.

A mão que não desenha nada

passeia por entre todos os desenhos

e por vezes desloca um ou outro.

Por exemplo:

o pásssaro da vida

ocupa o ninho da morte

sobre a árvore desenhada pela vida

Outras vezes

a mão que não desenha nada

converte-se por si só

em imagem supérfula,

em figura de pássaro,

em figura de árvore,

em figura de ninho.

E então, e só então,

nada falta nem está a mais.

Por exemplo:

dois pássaros

ocupam o ninho da vida

sobre a árvore da morte.

Ou a árvore da vida

suporta dois ninhos

onde habita um único pássaro.

Ou um único pássaro

habita um único ninho

sobre a árvore da vida

e a árvore da morte.


Roberto Juarroz (1925-1995) -> X

quarta-feira

Tédio das Ideias Feitas

Ele discursa para a plateia ao lado sobre a impossibilidade da amizade entre homens e mulheres. Desvio o fumo do meu cigarro e pergunto temerosa o que é que nós dois somos. Ele diz que nós somos diferentes, nós não queremos sexo. Antes que ele me destrua a imagem, eu acentuo que nós queremos sexo, só que não um com o outro. Ele concorda enfático e reperde-se na sua incongruência.

domingo

Diminuir as emissões de CO2

(...) Existem dois grandes obstáculos para atingir o objectivo de diminuir as emissões de CO2: a enorme quantidade de veículos que processam ineficientemente o combustível e a continuação da emissão de CO2 pelas centrais térmicas. Os produtores de automóveis opõem-se a normas de eficiência e publicitam com proeminência os carros mais potentes e pesados, que originam os maiores lucros a curto-prazo. As companhias de carvão pretendem que novas centrais térmicas a queimar carvão sejam construídas brevemente, assegurando assim os lucros a longo-termo.

A legislatura da Califórnia passou uma regulamentação requerendo a diminuição em 30% das emissões de gases com efeito de estufa por veículos até 2016. Se esta regulamentação fosse adoptada a nível nacional, iria levar à poupança de 150 mil milhões de dólares na importação de petróleo. Em 35 anos, ter-se-ia poupado 7 vezes o que os Serviços Geológicos dos EUA [US Geological Services] estimam que exista no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Árctico [Arctic National Wildlife Refuge]. A lei da Califórnia encontra-se bloqueada devido à acção em tribunal interposta pelos produtores de automóveis e pela administração Bush. Muitos outros estados esperam o resultado, preparados para a adoptar. Mais reduções nas emissões seriam possíveis através da adopção de tecnologias agora em desenvolvimento. Por exemplo: brevemente estarão disponíveis carros híbridos com baterias maiores e a possibilidade de se ligarem a tomadas de parede; carros com a carroçaria feita de compósitos leves de carbono levariam a um menor consumo por quilómetro.

Para que as centrais térmicas cumpram os objectivos do cenário alternativo*, a sua construção deverá ser adiada até que novas tecnologias de captura e sequestração de CO2 possam ser operacionalizadas. Até lá, os novos requisitos em electricidade deverão ser cumpridos através de energias renováveis, como a eólica ou, também, a energia nuclear e outras fontes que não produzam CO2. Através da melhoria das normas de eficiência energética em edifícios, na sua iluminação e na eficiência dos aparelhos eléctricos, muito poderia ser feito na limitação de emissões. Estas melhorias estão totalmente ao nosso alcance, mas só uma forte liderança as poderiam pôr em prática. A tomada de acção mais eficiente, como eu já referi, seria o aumento gradual de uma taxa sobre o carbono, que poderia representar uma receita neutra ou cobrir parte dos custos da mitigação dos efeitos das alterações climáticas. (...)

Excerto do artigo "The threat to the planet" de Jim Hansen na New York Review of Books

* Um cenário é um conjunto de suposições, com base nas quais se intentam previsões. O cenário alternativo neste texto é aquele que considera que as emissões de CO2 estabilizam na actual década, diminuem lentamente nas décadas subsequentes e pela metade do século diminuem rapidamente com a ajuda de novas tecnologias. O outro cenário é o de "negócios-como-sempre" e está explicado num outro excerto do mesmo texto, que eu postei anteriormente.

Tradução minha

sexta-feira

Peito



Ó evaristo, tens lá disto?

quinta-feira

Tolerancia (revisto)

Sempre me irritou a mania dos alemaes relativizarem os direitos humanos 'as culturas de proveniencia das pessoas. Portantos, se uma mulher vem de uma cultura em que se usa burqa, a violencia é nao usar burqa. Tudo bem. Mas e se a mulher nao quer usar burqa? Aqui o raciocínio deles curto-circuita.

Agora já sei como resolvem o curto-circuito ao mais alto nível. A lei alema é só para os alemaes de origem alema. Os outros sao outras culturas e temos de ser tolerantes com as outras culturas. Temos disto: violencia doméstica permitida para alguns, os outros, que a gente até nem gosta, mas tolera.

Mas nao se riam. Em Portugal, tolera-se que todas as mulheres levem nas trombas. Porque a violencia doméstica só o é de forma continuada e grave. E depois cada juiz faz o que quer com as palavras "continuada" e "grave". E a cultura em Portugal é de igualdade na tolerancia 'a violencia contra as mulheres.

E eu a pensar que foram os aborígenes

Austrália foi descoberta pelos portugueses.

Evidentemente

Na minha modesta opinião (que, não obstante, é muito evidentemente a correcta), as pessoas
do De Rerum Natura, em vez de andarem a brincar com os criacionistas e as revistas espíritas, deviam dizer-me o que acham que sabem, e como sabem o que acham que sabem, o melhor que conseguirem.

Eu sabia que havia algo que me chateava, mas ainda não tinha desacelerado para pensar. Sou um Cristiano, não um Rooney:

Há uma virgindade em cada toque de bola do Wayne Rooney que não vejo no Ronaldo, um jogador que só desacelera uma corrida para acelerar depois ainda mais. Wayne Rooney não!, que é um "homem com ó grande": se abranda é para pensar. Acresce que quando festeja os grandes golos que marca comemora-os com os colegas de equipa, em vez de fazer uma festa privada entre o seu peito e os adeptos, como faz o incivilizado Cristiano.

Só que quando se baseia o lustre do Rooney e do Cristiano em pantomineirices futebolísticas então o que vai desampatar serão pormenores tão singelos quanto os do Rooney ser feio, trombudo e parecer um tijolo.

terça-feira

Racismo

(...) “a falta de dados étnicos dificulta uma monitorização adequada da efectividade da legislação anti-discriminação”. E está certa, esta afirmação. Como está, também, a seguinte afirmação: “a falta de câmaras de videovigilância nas casas dos cidadãos europeus dificulta uma monitorização adequada da efectividade da legislação anti-violência doméstica”. (...)

(...) o racismo e a xenofobia não começam no tratamento discriminatório dos “outros” mas na definição de alguém como “outro”. Recolher dados sobre a origem racial de alguém supõe a existência de raças (...)

Vida (3)

Tragedia a Tortorici, comune montano del Messinese
Muore soffocato da una mozzarella
Un giovane di 20 anni ha ingoiato un boccone troppo grosso ed è rimasto soffocato. Inutili i tentativi dei medici di rianimarlo

MESSINA - Ha ingoiata una mozzarella intera ed è morto soffocato. E’ accaduto ad un giovane di Tortorici, comune montano del Messinese. Calogero C.M., 20 anni, non ha avuto scampo, la mozzarella, ingoiata intera, gli ha provocato il blocco delle vie respiratorie, portandolo alla morte.
Inutili i tentativi dei medici del Presidio territoriale di emergenza di Tortorici, dove il giovane era stato portato dai familiari che lo avevano soccorso per primi. Il ventenne è spirato poco dopo.

Enviado por méile por amigo, provavelmente a pensar no meu humor negro. Digamos que nao é assim tao negro.

domingo

obsesso sobre palavras
que leio incessantemente
a passa atordoa a mente
e adormece-me a responsabilidade
na eventualidade
de me dar conta
da barbaridade que é
a eternidade de cada dia.
o tempo não passa
talvez fora da mente
que se ilumina obsessivamente
na procura da massa
que compõe o entendimento.
a vida, a vida passa
por ali, por além
sem jeito ou interesse
obsesso na paralisia
que é a vida enquadrada
no seu normal aborrecimento.
a vida é isto
dia-a-dia a recolha
de um significado
que se entende no fim.

talvez.

a vida é isto:
episódios
a vida é tão pouco
que se faz muito do nada.
mas se sabes o nada que é a vida
és louco
pois a vida tem de ser amada
apesar do nada
(ordem dos prestativos doutores dos conselhos inúteis)
estás oco
estás seco
sem poder dar a golpada
que a engula
a vida
i.e.
o nada.

sexta-feira

Hjärnsläpp*

Os tugas quando se deparam com a Suécia lembram-me alguém que quer viver num hospital. Ficam tão maravilhados com a imagem limpa do local, que se esquecem da doença que acompanha o viver em estado asséptico.

* sueco para curto-circuito mental

quinta-feira

Até fico emocionada



António Lobo Antunes ganhou o Prémio Camões.

Há maus-humores que nem o sol cura

- Hallo. Daqui é A.G.
- Hmmm
- A L.N. está?
- Nein
- Não sabe quando vai estar?
- Nein. [Pausa] Isto é uma prisão.
- A L. está PRESA????
- Nein, keine L., telefonou para a prisão!!
- Ah, então foi engano.
- JAA!!!!!
bip bip bip bip bip bip

quarta-feira

Hoje é o dia do PI

Finalmente uma nova etiquetagem interessante. Sim, que essas cenas do dia dos namorados, da mãe e do pai, da mulher e do pai natal, já deram o que tinham a dar. Tradição, respeito, mas piroseira...

A minha história preferida:




Paris je t'aime.

Esta preferência diz muito de mim e dos efeitos duradouros de uma adolescência a ler os autores românticos do século XIX. Só podia dar nisto. Concomitantemente, passo-me pela estética, pelo simbolismo, pelo supremo "etos" do vermelho. Encarnado, se não existisse, teria que ser, com urgência, sangrado.

terça-feira

grandes problemas masculinos

Ele diz-me que o grande problema das mulheres é quererem mais que sexo

Eu aconselho-o a ir às prostitutas

Ele diz-me que o grande problema das prostitutas é serem frias no sexo

quinta-feira

I

once I stood alone so proud
held myself above the crowd
now I am low on the ground.

from here I look around to see
what avenues belong to me
I can't tell what I've found.

now what would You have me do
I ask you please?
I wait to hear.

the mother and the matador,
the mystic; each were here before,
like me, to stare You down.

you appear without a face,
disappear, but leave your trace,
I feel your unseen frown.

now what would you have me do
I ask you please?
I wait to hear
your voice,
the word,
you say.
I wait to see your sign
would I
obey?

I look for you in heathered moor,
the desert, and the ocean floor
how low does one heart go.

looking for your fingerprints
I find them in coincidence,
and make my faith to grow.

forgive me all my blindnesses
my weakness and unkindnesses
as yet unbending still.

struggling so hard to see
my fist against eternity
and will you break my will?

now what would you have me do
I ask you please?
i wait to hear
your voice,
the word
you say
I wait
to see your sign
could I
obey?

Penitent by Suzanne Vega

quarta-feira

Apontamento

O país em que quem nao tem dinheiro é chamado para a operaçao depois do funeral. Os outros sao chamados quando já usaram o privado.

Um rabo quieto hoje, outros rabos molhados amanhã

(...) Eu acredito que a maior ameaça para os seres humanos criada pelas alterações climáticas é a potencial desestabilização das enormes placas de gelo da Gronelândia e da Antártida. Por razões práticas*, tal como a extinção das espécies, a desintegração das placas de gelo é irreversível. Os nossos filhos, netos e muitas mais gerações terão de arcar com as consequências das escolhas que nós faremos nos próximos anos.

O nível do mar é primariamente o resultado de alterações no volume das placas de gelo e logo de modificações na temperatura global. Quando o planeta arrefece, as placas de gelo aumentam sobre os continentes e o nível do mar desce. Reversamente, quando a Terra aquece, o gelo derrete e o nível do mar sobe. A autora Elizabeth Kolbert conta no livro "Field Notes from a Catastrophe" [Notas de Campo de uma Catástrofe], do trabalho dos cientistas a tentarem perceber a aceleração do derretimento dos gelos e o Al Gore, no seu novo livro e filme "Uma verdade inconveniente", ilustra com gráficos o que poderá significar a subida do nível do mar na Flórida e noutros locais.

As placas de gelo aumentaram e diminuiram à medida que a Terra arrefecia e aquecia durante os últimos 500 mil anos**. Durante as épocas mais frias das idades glaciais, a temperatura média da terra era cerca de 5,5 graus centígrados mais fria que hoje. A maior placa de gelo, com uma espessura de 1,6 km, cobrindo a maior parte do Canadá e Norte dos EUA, emprisionava tanta água que o nível do mar era 120 metros mais baixo que hoje. Os períodos inter-glaciais eram cerca de 1 grau centígrado mais quentes e o nível do mar chegava a atingir mais 5 metros que hoje.

A efectiva subida do nível do mar futura dependerá dramaticamente do aumento dos gases com efeito de estufa, que irão ser determinantes em quanto será o aquecimento global. (...)

De forma a definirmos uma estratégia efectiva para enfrentarmos as alterações climáticas, dois cenários podem ser projectados. No cenário "business-as-usual" [negócios-como-sempre], as emissões anuais de CO2 continuam a aumentar à taxa actual durante, pelo menos, mais cinquenta anos, tal como outros agentes de aquecimento da atmosfera, como o metano, o ozono ou a fuligem. No cenário alternativo, as emissões de CO2 estabilizam na actual década, diminuem lentamente nas décadas subsequentes e pela metade do século diminuem rapidamente com a ajuda de novas tecnologias.

O cenário "negócios-como-sempre" origina um aquecimento global de 3 graus centígrados neste século, enquanto que o cenário alternativo origina um aquecimento de menos de 1 grau centígrado, durante o mesmo período. (...)

Excertos do artigo "The threat to the planet" de Jim Hansen na New York Review of Books

Notas da tradutora (eu):
* Em termos de placas de gelo o resultado é irreversível na dimensão temporal dos seres humanos. O mesmo acontece em termos funcionais na extinção de espécies. Contudo, quando se fala em termos composicionais, a extinção de espécies é irreversível para sempre. A unicidade de cada espécie torna-a irrecuperável.
** Não é que antes o mesmo não tenha acontecido. 500 mil anos é o registo conhecido.

sexta-feira

Se és hetero diz não ao casamento

Teresa e Helena voltam a ver negada a pretensão de se casar.

Tem piada que ontem estava a conversar com uma amiga americana que anda em complicações para arranjar o visto para o namorado dinamarquês para se mudarem para os EUA. Da mesma forma, um amigo francês viu-se à nora para se acompanhar pela namorada de origem indiana, mas nacionalidade sueca, para a Austrália (os australianos devem ser os racistas mais desavergonhados na superfície do planeta). Em ambos os casos eu perguntei-lhes porque é que não se casavam e limitavam as chatices. Eles responderam-me que não queriam usar um sistema discriminatório. Chego à conclusão que é mesmo isso: os heterossexuais não devem usar um sistema que discrimina. Apetece mesmo dizer a esta gente que metam o seu casamento pelo ** acima.

Apontamento

O país do Projecto de Prevenção das Expectativas Assistenciais Falhadas.

quinta-feira

O que muda

Estamos sentados num restaurante ranhoso na China Town. Vêm os biscoitos com os papelinhos com que se brinca ao destino. O meu chateia-me, algo sobre o meu futuro ser ilimitado e eu que sempre me senti perdida, que me procuro desde há muito, não gosto. Ele diz-me que é positivo. O dele é sobre a beleza de uma vida a dois. Eu sorrio com o despropósito. Enquanto ele vai falando eu saboreio o não o amar mais. Brinco com um vistoso gancho do cabelo. É tão diferente de quem eu sou que ele sabe que foi um presente. Ele pergunta. Da minha resposta ele tira a pergunta: porque não me envolvi? A minha pergunta é contrária. Porque me envolveria? O sentido das perguntas foi o que nos uniu e separou. Pouco mudou, mas o que mudou foi essencial: já não me interessa. Já nem é preciso que ele assuma que me fez sofrer. Acabou. I'm weightless.




Reach me come closer running back home

Tell me your sorrow now that I've gone

How much you need me now I've let go

Tell me like always how you are lost


Watch me I'm weightless though I'm in the ground

See me I'm flying no longer around

My boomerang my boomerang


I discovered how the land lies

How you can't walk over mine

Won't you uncover all you hide

Till then your strength is mine


Watch me I'm weightless

Boomerang dos Cirrus