quinta-feira

meto a mão em pó
e retiro-te de quando eras outro
quando o teu azul era só azul
ainda não oceano
a tua palidez era encardida
ainda não prateada
as tuas mãos despercebidas
ainda não sentidas
a tua boca ruminando sons
em vez de beijos
todo tu ordinário
metido num sudário fantasista
que dispo com as unhas
raspo com os dentes
esmago
desfrutando algo
algum momento, algum sentimento, algo
quicá, quem sabe, algo que vem em brisa
que cheira a podre
que morre ao redor.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ainda bem q estás aí.

Anónimo disse...

Quero-te de volta!
Qd voltas?