sexta-feira

O que é que as mulheres querem num homem?

Obviamente que querem que ele lute pelo que acredita.


George Clooney até nem é fisicamente o meu estilo, mas tira-me o chao por ser assim, exactamente assim. Assim agarra o meu pódio.

Mentirómetro de presidentes americanos

1. I am not a crook. - Richard M. Nixon

2. I did not have sexual relations with that woman. - Bill Clinton

3. We do not tolerate manipulation. - George W. Bush

4. I can outrun any man alive. - Franklin Roosevelt

5. I am bulletproof. - Abraham Lincoln

No programa americano humorístico The Daily Show (Jon Stewart) de 25.04.2006

NOTA PARA OS JOVENS: O Abraham Lincoln foi assassinado, o Roosevelt passou os últimos 24 anos de vida numa cadeira de rodas e o Nixon foi destituido por ter sido apanhado a ser "crook". Os outros dois vao 'a wikipédia.

quarta-feira

No Livro dos Antecedentes

Nós, os Judeus
Os judeus são aquelas coisas que Deus ama. Como as rosas são belas, nós devemos assumir que Deus as ama. Portanto, as rosas são judias. Pelo mesmo raciocínio, as estrelas e os planetas são judeus, todas as crianças são judias, a arte "bonita" é judia (Shakespeare não era judeu, mas Hamlet era), o sexo, quando praticado entre o esposo e a esposa numa posição boa e adequada, é judeu. A Capela Sistina é judia? Sem dúvida.

Os Animais
Os animais são aquelas coisas que Deus gosta, mas não ama.

Os Objectos Que Existem
Os objectos que existem são aquelas coisas que Deus nem gosta nem desgosta.

Os Objectos Que Não Existem
Os objectos que não existem não existem. Se fossemos a imaginar tal coisa como um objecto que não existe, seria aquela coisa que Deus odeia. Este é o mais forte argumento contra o não crente. Se Deus não existe, ele teria que se odiar e isso obviamente é um absurdo.

Em Tudo é iluminado (Everything is iluminated) de Jonathan Safran Foer

Traducao minha

Pedagogia política

Interessante, assustador, mas interessante, no Blue Lounge.

Já agora, os arquitectos da Guerra no Iraque. Onde estao hoje? Resposta no Think Progress.

terça-feira

Onde é que estavas a 25 de Abril de 1974?

Boa pergunta.

Metade de mim estava num estado de profunda desilusão. Anos e anos a ver as irmãs a sairem à aventura e 1/2 de eu nada. Ainda não. Ainda não é a tua vez. E 1/2 de eu ficava a ver o tempo a passar. A coisa estava a ficar preta.

A outra metade era uma possibilidade de girino, que a sofrer de artrite, artrose e que mais, havia de vencer todos os escolhos e meter o golo no buraco de golfe. Um feito, meus senhores.

Sou um benjamim de filme americano. Contra todas as adversidades, no último momento, eu surgi e venci. Yes!

Do que esta blogosfera precisa...

... é de uma revolução francesa.

segunda-feira

O amor sádico

Ele andava obcecado por um avô que não conheceu. Lia-lhe as cartas num alemão antigo, em letras a levantar do pó histórico, carteiras de madeira e professores de bigodinho. Tentou encontrar a alma do homem que foi um alto funcionário das SS. Descobriu a genealogia da família até ao século XVIII, provando a pureza da família. Desconfiou que a avó ajudou ao suicídio quando ele se consumia numa prisão britânica. Procurou arrependimento e não o encontrou. Escreveu a todos os historiadores e procurou entender. Procurou algo que nem sabia explicar. A namorada meia-judia dizia que gostava que ele descobrisse que o avô tinha torturado um dos avós dela.

A hospitalidade das caixas de comentários

É belo e comovente! Oh, a vida é bela e a bondade, a camaradagem existem. Ohhhh, energúmenos são os que em vez de admirarem a beleza que se alberga dentro de cada um de nós, bloguistas, comentaristas, se revolvem na face fétida.

Na caixa de comentários da discussão de ontem sobre o texto "A fauna das caixas de comentários" deu-se um gesto de profunda humanidade (a boa). O LNT do Tugir completamente tolhido com a avaria no blogger (eu também estive quase a entrar em ressaca e andei aqui obcecada em conseguir a próxima dose) pediu ao Lutz que o deixasse postar ali na caixinha. O Lutz abriu-lhe as portas de par em par e deu albergue ao tenro poste.

Contado ninguém acredita. Vão lá. Opá... Lindo. Snif, snif, snif.

P.S.: agora até fazem convívio com champanhe! Fechem as cortinas! Cuidado com o espreita!

Divertido

Na caixa de comentários d' O Mundo Perfeito está um que é de partir o coco a rir. É a criticar o Dom Pereira, o espreita, mas não é por isso que aqui o ponho. Tem bués de piada. É o quarto a contar de cima! Se querem contraditório, leiam o poste, que é a apoiar o texto do cronista, pela Isabela.

O último capítulo

Ontem entretive metade do meu tempo na caixa de comentários do Lutz a discutir o texto do Dom Pereira, o espreita. Discuti com boa-fé (fui acusada do oposto), enganei-me, o texto do jpp foi por mim compreendido melhor e no meu passeio de descompressão (normal, não tem a ver com o que estive ontem a fazer) estive a rematutar no assunto. As minhas críticas ao texto continuam as mesmas, se bem que o texto está mais bem escrito do que eu lhe dava crédito. Eu, na verdade, estava a achar esquisito que alguém cuja profissão é escrever, escrevesse tão mal. Em termos de conteúdo, ele misturou tudo e criou um Frankenstein. Mas criou-o não por ser mau médico, criou-o por ser isso mesmo que quer.

Este é o fim. Bem, o fim deste episódio, porque haverá outras investidas contra os "anormais". E esses "anormais" são quem? São só os sabotadores da blogosfera?

O que ele chama luta de classes está aí. A minha posição deixo-a clara: desagradam-me polícias da virtude, seja qual for a descendência.

domingo

O que é que as mulheres querem num homem?

Obviamente que querem uns golos pujantes.



J. querida, deixa-te de fitas, este menino devia ter o corpo emoldurado.

Já agora, esta série teve o seu começo aqui. Isto não é só luxúria.

sábado

O que vem abaixo de rasca?

Estava eu a ler o contributo, na habitual enxurrada, da f. do Glória Fácil* quando ela me dirige a isto.

A pergunta que me veio à tola foi: "Se a minha geração é a rasca, esta é qual?"

* linco, não linco, linco, não linco, linco, não linco, linco, não linco, linco, não linco, linco, não linco, linco, não linco, linco, não linco, linco, não linco... Eu só não quero que digam que eu parasito os grandes, estão a ver?

sexta-feira

As cronicas sao opinioes, que nao sao verdades

As crónicas de jornal tornaram-se um meio em que alguém, sem base, define verdades. Os escritos do Dom Pereira, o espreita são um caso sintomático. A culpa é de quem os lê, claro, que no meio de uma argumentação, vem com o dito opinativo, na postura: se o supra-sumo disse, é verdade. Poupem-me. Opinião não é verdade. É preciso material de base, númerozinhos, sustança. E mesmo assim...

A virtude da opinião é fazer raciocinar e construir a contra-opinião e com isto vamos tecendo a manta da nossa opinião. Até que a gente se sente e coloque alicerces na confusão, só existe opinião. OK?

Caso de estudo interessante no canhoto.

Isto lembra-me alguém

Ontem, lia eu esta passagem, lembrei-me do Dom Pereira, o espreita.

Heinrich entra em Portugal em 1798
A fortaleza fronteiriça portuguesa de Elvas fica apenas a três léguas espanholas de Badajoz e das portas desta última terra pode ser distintamente vista no cimo da sua colina. Um, pequeno ribeiro, o Caia, que com o tempo seco pode ser atravessado a pé, forma a fronteira que é mais demarcada artificialmente que pela natureza. Deste lado Portugal parece extraordinário. Em vez dos vastos descampados, das aldeias afastadas, encontra-se uma terra povoada por casas isoladas e dispersas, cujo aspecto parece indicar uma cultura e uma civilização superiores. À medida que nos aproximamos de Elvas vemos os primeiros laranjais abertos ao longo do caminho, apesar de em Badajoz se ver já uma grande quantidade destes frutos. O traje, mesmo do português vulgar, é melhor: um gibão castanho-escuro ou preto e um chapéu são mais frequentes do que os casacos e barretes castanhos dos espanhóis. As mulheres são mais amáveis e comunicativas do que as castelhanas e parecidas com as biscainhas, trazem geralmente o cabelo solto, apenas ligeiramente apanhado por uma fita ou por um lenço. A cortesia, a maneira de ser fácil, alegre e amável do povo mais humilde fazem com que de imediato se simpatize mais com a nação portuguesa do que com a espanhola. E esta opinião não se altera enquanto neste país se ficar entre as classes mais baixas, experimentando-se porém uma opinião totalmente oposta assim que se conhecem as classes mais altas.
Em Notas de uma viagem a Portugal e através de França e Espanha, pág. 79, de Heinrich Friedrich Link, Biblioteca Nacional, Lisboa, 2005
O negrito é meu.

quinta-feira

O espreita

Estive a ler o texto completo do Pacheco Pereira e penso que o sr. passou-se. Desculpem não arranjar palavrear mais erudito, mas é que há palavras que dizem tudo. O Pacheco Pereira passou-se. O texto é nojento. Há bloguistas citados que são pessoas inteligentes, com boa argumentação e com quem se pode aprender. Ele pinta-os como seres tristes, pervertidos, doentes mentais a precisar de tratamento urgente. Mas onde pára esse ambiente tenebroso? Perversão para mim é ele andar a espreitar as caixas dos comentários dos outros com más intençoes. Isso sim. Cá pra mim, uma dessas alcunhas tenebrosas usa gabardine e chama-se JPP.

Bandeira espanhola

Um madrileno perguntou-me se em Portugal também queimamos a bandeira espanhola.
Eu respondi-lhe que só se fosse por razoes estéticas.

Este blogue está em reflexao

as pessoas também, quando procuram o limite das coisas,
para viver ou para morrer, se interrogam
sobre um vidro embaciado que lhes devolveu as perguntas
e a água inacessível que as separa

Excerto de metamorfoses para 23 versos, n'Antologia dos Sessenta Anos, do Homo cimentus Vasco Graça Moura, pág.33, Ediçoes Asa, 2002

quarta-feira

Lisboa 1506


Quero contar-te uma história, que aconteceu muitas vezes e que irá acontecer outras mais, a não ser que possamos aprender a nunca esquecer sermos bons. Temos de estar sempre resguardados e nunca, mas nunca fazer nada impelidos pela turba. Se te posso dar um conselho como tua tia, que te ama, é que nunca andes em turba. Tens uma personalidade forte que me enche de orgulho, quase que me fazes acreditar que este conselho em ti é desnecessário. Lembra-te sempre da tua bondade e de amar os outros. A quem não podes amar, ignora. Se não podes ignorar, afasta-te. Não odeies. É um sentimento vazio e que te fará mal, como uma doença a comer-te por dentro. Interroga milhares de vezes os teus valores. Não tenhas fé em algo indizível, invisível, incognoscível. Não tenhas fé. Não faças nada em nome de algo que não compreendas. Não faças nada em nome de uma tribo. A história é esta.

O mau e o bom

Felizmente o Bandeira só começou o blogue dele em Maio. Infelizmente já vou em Outubro.

terça-feira

Queixas

Recebi uma queixa de que não devia por aqui o texto do maradona (não queixa dele por sinal), por isso eu eliminei-o (mas guardei-o nos meus arquivos. schhhhh. he he he).

Outra queixa foi à carga de fotografias de homens no meu blogue. Fiquei um pouco espantada. Eles nem estão em trajos menores. E eu que tinha umas mais sexy. Agora nem sei que faça. Poxa. Que tipa púdica.

É gozada esta queda

A queda do Império Britânico.

Demagogias dos homo cimentus

Eu quando li isto devo ter feito um trejeito de repulsa, passou-se-me o pensamento "porque é que esta gente não escreve do que sabe?" e esqueci, porque já não ligo, já desisti. Eu que já estive envolvida em Estudos de Impacte Ambiental posso dizer-lhes que tenta-se fazer o melhor, com as pessoas e os bichos e as plantas. Tenta-se preservar e pesar coisas que realmente custam muito a pesar e nunca se diz, mandem as pessoas para a rua que o sapo tem mais valor. Induzir que isto acontece é má fé.

Não estou directamente a par do caso em concreto, mas se as pessoas não são ouvidas, muito menos o seriam se fosse um grupo de osgas. A luta aqui não é certamente entre pessoas e natureza. É entre interesses todos eles de pessoas. E os interesses de umas tem mais peso que o de outras. Que o Graça Moura questione este pesar, que é este pesar que está em jogo.

Já agora, quando se preserva algo natural, está-se, no computo final, a preservar para as pessoas. Provavelmente o Eduardo Pitta e o Graça Moura não são tipos para caminhar fora do passeio cimentado. Por isso não dão valor, mas o mundo não é só eles. Felizmente. Por muito que eu goste de livros e quejandos, ainda bem que há mais e mais. E até, heresia das heresias, o ser humano é capaz de ser saudável sem nunca ter posto os olhos num livro, mas será capaz de ser saudável entre betão?

Obrigado ao maradona por se indignar. Eu já pouco me indigno. Estou a ficar velha. Agora, caso ainda nao tenham lido, vão ao blogue dele antes que ele apague o texto! Chama-se O que vale é que está um dia do caralho (deve ter sido da Páscoa).

Está a chegar a hora

O momento de voltarmos à pátria anuncia-se quando vamos ao dicionário, não para ver o significado de uma palavra, mas verificar se a inventamos.

segunda-feira

Coisas que me preocupam

Li que o Bénard da Costa vai-se reformar. Mas continua a escrever nos jornais, não? Quem é que vai explicar os filmes do Manoel de Oliveira?

O que é que as mulheres querem num homem?

Obviamente que querem que ele dê uma certa cor.

Eu nao iria

A mim o debate também me fez mudar de ideias. Fez-me ver que este tipo de homenagens fazem-se no nosso intímo, ou o mais que seja, com os amigos.

Foram os últimos postes do Lutz Brückelmann e do Nuno Guerreiro que me fizeram ver que a privacidade é uma boa companheira.

domingo

Cicatrizes de Guerra, Feridas de Paz: a Tragédia Israelo-Árabe

Sharon's wall, though it certainly is not a contribution to mutual trust, was conceived as a clear move against the one-state solution. It is an acknowledgement that Zionism has lost the demographic race. Demography and the dream of Greater Eretz-Israel simply could not be reconciled. The wall is a defiant, resolute and bold manifestation that Israel would not allow this fact to usher in a one-state solution. But it is also an acknowledgement by the Israeli Right that it has lost the battle for Eretz-Israel. But unlike the case of Gaza, a small and compact area with not too many 'ideological' settlers, where Sharon plans a total withdrawal, if he ever advances a disengagement plan from the West Bank this will surely be a far more modest affair. There, he might try to remove only a small number of settlements in a way that would leave the Palestinians essentially confined to scattered autonomous enclaves surrounded by settlements and encircled by a dense network of bypass roads.

There is, of course, not the slightest chance that the Palestinians would acquiesce to such a plan. A Palestinian international campaign for a one-state solution backed by a wide popular insurgence cannot be discarded if indeed the Palestinians come to the conclusion that a viable state is not in the offing for them. That the Palestinian insurgence might even expand into the Arab population of Israel as well is not, in such conditions, a far-fetched possibility. Nor is the potential response of the extremists in Israel difficult to imagine. Transfer schemes of all kinds against the Palestinian population and the Arab community in Israel could certainly be violently advanced and a resurgence of Jewish terrorism against Arab targets cannot be dismissed. What started in the 1930s as a civil war between Jews and Arabs in mandatory Palestine and had become since 1988 a struggle for separate statehood, would thus revert to its original condition of a ruthless civil war.

Such a scenario can be averted either through an immediate resumption of negotiations on the basis of a two-state solution along the 1967 borders, or through a unilateral disengagement where Israel would pull out from the bulk of the West Bank and allow a contiguous, viable Palestinian space to exist. Ideally, if the latter option is taken, Israel should leave the door open at the same time for future negotiations for a contractual settlement with the Palestinians. Alas, neither of these options enjoyed a realistic chance in Sharon's right-of-centre coalition, especially as long as Arafat was in control of the Palestinian Authority. There seemed to be no political conditions to produce such bold moves.

(...)

Each and every one of the options, including that of the imposed settlement, that are theoretically open to the parties would inevitably unleash internal earthquakes of unprecedented dimensions within both societies, the Palestinian and the Israeli. If the parties fail to return to the two-state solution, a civil war between Jews and Arabs within the one 'South African' state is inevitable. In either of the remaining options, profound cleavages would also open, and civil strife would certainly be unleashed, this time, however, within each of the separate societies. But this, at least, would be a sacrifice in the service of a moral cause: a life of independence and dignity for each nation in its own state. In the Israeli-Palestinian conflict the possibility of peace without agony was missed years ago. From now on nobody can spare the parties their Calvary. Both Palestinians and Israelis rightly earned it with their political short-sightedness and sometimes sheer human stupidity.

Em "Scars of War, Wounds of Peace: The Israeli-Arab Tragedy" de Shlomo Ben-Ami , págs 303-4, Oxford University Press, 2006.

Divertidíssimo * * *



Os excertos com piada da crítica do Roger Ebert ao Ice Age 2: O descongelamento:

Remarkable, that they're still around although tens of thousands of years must have passed since the previous film. But if I am going to require logical continuity in an animated comedy, I might as well admit that Daffy Duck is not real, and that I refuse to do.

The characters, as you will recall from the earlier film, have found a way to live together and not compete as species, although that leaves me a little vague about what the meat-eaters do at mealtimes.

sábado

No IV volume do Livro dos Sonhos Recorrentes

4:517 - O sonho do apaixonamento, do casamento, da morte e do amor. Este sonho parece demorar horas, no entanto, demora sempre cinco minutos, entre eu voltar dos campos e ser acordado para o jantar. Eu sonho com o conhecer a minha mulher, há 50 anos, e é exactamente como foi. Sonho com o nosso casamento e posso até ver as lágrimas de orgulho de meu pai. Está tudo lá, exactamente como aconteceu. Então, sonho com a minha própria morte, que eu ouvi ser impossível, mas vós tendes de acreditar em mim. Eu sonho com a minha mulher, no meu leito de morte, a dizer que me ama, e ainda que ela pense que eu não a posso ouvir, eu posso, e ela diz que não modificaria nada. Sinto como se tivesse vivido este momento mil vezes, como se tudo fosse familiar, exactamente até ao momento da minha morte, que irá acontecer outra vez um número infinito de vezes, que nos iremos conhecer, casar, ter os nossos filhos, ter sucesso no que tivemos, falhar nas formas como falhamos, tudo exactamente na mesma, sempre incapazes de modificar o que seja. Estou outra vez no fundo de uma roda imparável e quando sinto os meus olhos a fechar na morte, como o fizeram e farão mil vezes, eu acordo.

Em Tudo é Iluminado (Everything is Iluminated) por Jonathan Safran Foer.

Tradução minha

Para que servem os homens

O meu namorado informou-me que a Páscoa não é sobre um tipo que morre e ressuscita. É sobre ovos de chocolate.

O que é que as mulheres querem num homem?

Obviamente que querem que ele dê um toque artístico.

sexta-feira

Insanidade...

... diminui entre a população masculina portuguesa.

Mensagem: velas no Rossio

Caro Nuno Guerreiro,

peço desculpa se a minha interpelação o ofendeu.

Nunca levei o seu desafio por maus pensamentos antes da discussão. Era um apelo pela memória e o não esquecer é um dever de todos.

A minha interpelação surgiu quando já não sei como passou de lembrar para um exercício de culpabilizaçoes e vitimizaçoes. Nesse ponto essa palavra "desafio" que usou começou a bater-me. Eu precisei que dissesse algo, como o disse e por isso lhe agradeço. Era importante para mim.

Mas independentemente de si, eu iria sempre acender a vela e relembrar. No meu caso, será contar. Eu irei nesse dia contar a colegas e amigos em Hamburgo. Provavelmente iremos trocar memórias e espero que no exercício de relembrar e partilhar possamos delinear a melhor maneira de nos protegermos da perda da nossa humanidade.

quinta-feira

Páscoa



Despachem-se lá com isto, que eu detesto esta quadra.

De Angel Boligan, El Universal, Cidade do México.

Essas imposiçoes anti-tabágicas

Porquê? Isto estava no programa do governo? Quando se estava a discutir o casamento entre homossexuais não disseram que havia assuntos muito mais importantes para os portugueses? É isto? Houve aí mortes em catadupa de fumadores passivos? Com o desemprego a subir (ah, vejam este artigo que apanhei no Blasfémias), as empresas a fechar, nós a sermos menos ricos que os checos, resolve-se proibir os donos dos seus estaminés de os usarem como bem entenderem? Ai essas prioridades...

Mas eu estou mesmo a imaginar como é que eles se lembraram disto. São as viagenzinhas a Bruxelas. Dá-lhes a ideia de que podem legislar tudo e mais alguma coisa: o tamanho dos meloes, a cor dos táxis, o tempo de fritura das batatas-fritas. Vou avisando que se mexem com a minha liberdade de comer torresmos, frango assado com dioxinas, queijo da serra sem controle bacteriológico, vou prá rua e queimo pneus, que a paciência pra merdas destas tem limites.

P.S.: Pensando melhor, se calhar até já mexeram, que eu só como queijo do bom e torresmos em casa... Hmmm... Queres ver que já se me escapou uma manifestação.

Coisas que me irritam

Os inquéritos nos jornais electrónicos. Será que não conseguem pensar em perguntas em que se possa realmente responder com um sim ou com um não? Porque é que eu penso sempre: depende. Sabem como isto me poe fora de mim? Será assim tão difícil fazerem uma simples pergunta? Sim ou Não?

O que é que as mulheres querem num homem?

Obviamente que querem que se enquadre na arquitectura interior.

quarta-feira

Balanço do ano 2006 até hoje

Filmes que eu mais amei:
Brokeback Mountain, Ang Lee
O Fiel Jardineiro, Fernando Meirelles
Match Point, Woody Allen

Livros que eu mais amei:
Tudo está iluminado, Jonathan Safran Foer
The courtier and the heretic: Leibniz, Spinoza, and the fate of God in the modern world, Mathew Stewart
O profeta do castigo divino, Pedro Almeida Vieira

Albuns de música que eu ouvi milhentas vezes:
Rogue Wave, Descended like vultures [2005]
Emilie Simon, Végétal [2006]
David Sylvian, Dead bees on a cake [1999]

Agora os odiados, desprezados e cuspidos:
Filmes:
Jarhead, Sam Mendes
Infiltrado (Inside Man), Spike Lee
Closer [2004], Mike Nichols
Livros:
The discovery of heaven, Harry Mulisch
On Bullshit, Harry G. Frankfurt
Músicas:
James Blunt [cada vez que o apanho nesse mundo poluído de sons arrepio-me toda]

As velas no Rossio e a necessidade de explicaçao (act. II)

Não, não sou eu que me devo explicar. É o Nuno Guerreiro. Neste ponto da discussão o autor da Rua da Judiaria não pode deixar estar-se descansadinho a ver os barcos a passar. Por uma questão de respeito. Eu, pessoalmente, que me lancei na arena, sempre com as minhas prosas idealistas, a favor de ir lembrar, estou agora de pé atrás. Eu sinto agora essencial que ele nos explique a sua motivação. Se ele continua a demorar-se, então não espero menos que um grande desastre que o tenha impedido de escrever, assim como decepação de ambas as mãos num acidente.

Eu sentei-me a ler os comentários que fizeram aos postes do Lutz Brückelmann e dei-me conta (sou lenta) que enquanto a minha motivação é completamente independente de factores religiosos, a dos outros não. Pensei que isto fosse mínimo, mas talvez não seja.

Para mim era uma homenagem a pessoas que morreram por intolerância religiosa e uma oportunidade para reflectir sobre o que isto pode significar hoje. Não era de forma alguma uma oportunidade para um carpir vitimizado ou uma flagelação de culpas por antepassados de há 500 anos atrás. Isto é ridículo. Como eu comentei no dito poste: Quantos de nos portugueses hoje catolicos, ateus, agnosticos, tivemos antepassados judeus, marranos, conversos, torturados, mortos? Nao sabemos, nunca o saberemos. Eu nao carrego as culpas dos meus antepassados carrascos nem as dores dos meus antepassados vitimas, nem dou ao Nuno Guerreiro o direito de mo imputar.

Encontro-me agora com a sensação de ter apoiado uma manifestação mesquinha de culpabillizaçoes e vitimizaçoes religiosas. Culpa minha, que sou lenta.

Este episódio deixou-me a pensar, deixou. Aumentou o meu sentimento de que a religião, qualquer que seja, é um mal.

Ao Lutz Brückelmann e ao Nuno Guerreiro agradeço trazer o assunto para o nosso pensamento e, no meu caso também, conhecimento. Contudo, atendendo ao que expos e não expos, talvez só tolere a motivação do segundo.

O que é que as mulheres querem num homem?

Obviamente que querem que combine com os sofás.

terça-feira

Aborto num país em que é sempre crime de homicídio

Em S. Salvador o aborto é completamente proibido. Este artigo de Jack Hitt no The New York Times é um murro no estomago.

Excertos:
In El Salvador, the law is clear: the woman is a felon and must be prosecuted.

Indeed, the evidence suggests that the ban in El Salvador disproportionately affects poor women.

As they do in any investigation, the police collect evidence by interviewing everyone who knows the accused and by seizing her medical records. But they must also visit the scene of the crime, which, following the logic of the law, often means the woman's vagina.

"Many doctors are afraid not to report," says Mira, the obstetrician I spoke to. This fear is heightened for doctors, she explains, by the fact that nurses also have a legal duty to report abortion crimes but are often confused about their obligation of confidentiality. So doctors are afraid that the nurses will report them for not reporting. "The entire system is run on fear," Mira said.

A policy that criminalizes all abortions has a flip side. It appears to mandate that the full force of the medical team must tend toward saving the fetus under any circumstances. This notion can lead to some dangerous practices. Consider an ectopic pregnancy (...) According to Sara Valdés, the director of the Hospital de Maternidad, women coming to her hospital with ectopic pregnancies cannot be operated on until fetal death or a rupture of the fallopian tube. "That is our policy," Valdés told me. She was plainly in torment about the subject.

I was there to see Carmen Climaco. She is now 26 years old, four years into her 30-year sentence. She has three children, who today are 11, 8 and 6 years old. We talked about them for a while. Since she was the only person in the family who worked, her children's financial situation is precarious; they now stay with their grandmother. Climaco said she lives for their visits, which are brief and come only twice a month. (...) "I became pregnant at a time when my smallest child was in the hospital," she said. "I never thought I could get pregnant because I had been sterilized. Suddenly I saw two doors shutting at the same time. There was nothing I could do. My mother said she'd toss me out of the house if I got pregnant."

O que é que as mulheres querem num homem?

Dinheiro? Segurança? Esqueçam. Nós queremos é que os gajos sejam giros. Aaazar.

Segundo um estudo britânico na New Scientist.

Agora olhem aí embaixo e vejam a referência, mas não fiquem muito deprimidos. Só um bocadinho. He he he... :-)

Wow



Este moço é muita giro. Tem piada, nunca me tinha apercebido nos filmes.

Deixa cá ver noutro ângulo.


Santíssimo... Estive a dormir no cinema?

segunda-feira

RE: Porquê (não) as velas no 19 de Abril?

Quero debruçar-me melhor sobre o apelo (desafio) do Nuno Guerreiro que o Lutz Brückelmann agora chama à discussão. A minha opinião é a favor, ainda que esteja demasiadamente longe para efectivamente por uma vela em Lisboa. Talvez a ponha por aqui e faça a minha própria reflexão. Conto o episódio aos meus amigos alemães. Eles vão-me ouvir e compreender. Vós ides dizer que os alemães mataram mais, foram piores, mas não foram estas pessoas de hoje e eu sinto que eu própria, como pessoa, tenho a aprender do processo deles de catarse histórica. Penso que é a consciencialização deles que nos falta e comparar brutalidades e crueldades é uma forma mesquinha de não querer analisar o fundo humano do sucedido. Nós somos todos humanos e capazes do melhor e do pior. O que despoleta este pior?

Dos olhos que passei pelos comentários no poste do Lutz e dos postes do Musaranho (cocanha) e do Miguel Silva (Tempo dos Assassinos) queria escrever isto:

Eu sou uma pessoa, dentro do meu circulo de relaçoes, bem informada. As minhas relaçoes metem de tudo um pouco (claro), mas na maioria sao pessoas que num inquérito se esperaria que soubessem os mínimos históricos (é verdade que não ponho a minha mão no fogo por eles). Desta lista: a data de chegada ao Brasil? e o mapa-cor-de-rosa? quando foi? e em que século aconteceu aquela cena da Inês e do D.Pedro? quem foi Egas Moniz e porque motivo se fala na corda ao pescoço? dada pela Zazie, não sei o último (se bem que desconfio: enforcamento de?). No liceu fui a menina que lia os livros de história, português e biologia de uma ponta à outra antes do período lectivo começar (por prazer). Porquê este reportório? Para dizer que eu soube deste episódio no dia 15 de Março de 2006 quando o Nuno Guerreiro postou o primeiro da série de crónicas sobre o morticínio.

Foi esta ignorância que me desnorteou. Quantos estão como eu? É nesta óptica que eu vejo com muito bons olhos esta iniciativa, independentemente das razoes do Nuno Guerreiro. Ainda que ele não se tenha dado ao trabalho de inserir o contexto desse desafio, esse posso ser eu a construir dentro da minha sensibilidade, ainda que ele não nos tenha primeiro escolarizado sobre o fundo sociológico, político, religioso, etc, da época, posso ser eu a pesquisar, mas que eu saiba os factos. O que me deixou com os cabelos em pé foi não saber que aconteceu e se não se sabe o facto não se procura os porquês.

Há outros factos históricos que nos devem envergonhar mais como portugueses? Eu não percebo isto. Vergonha? A história não devia ser para nos envergonhar ou glorificar. Devia ser para nos entendermos melhor como pessoas e nação e procurar não repetir os erros do passado. Conhecer o passado devia ser mais um processo dinâmico (sabermos melhor) do que passivo (sentir). Além disso, saber sobre a matança de 1506 não tira espaço de memória para sabermos sobre os factos do colonialismo, ou outros que se considerem mais fundamentais. O problema é que não sabemos nenhum deles. A culpa também está nos programas escolares de história. Amassaram-me duas vezes com os descobrimentos (a parte boa e glorificante) e o pós-1910 nem cheirá-lo. Colonialismo no séc. XX? 25 de Abril? Os retornados? O PREC? Que merda é essa? Guerra em África? Não me digas?! Eu quase tenho medo de pensar, quantos portugueses de idade inferior aos 35 saberiam da Revolução dos Cravos, se não fosse o feriado no dia 25 de Abril.

Nem que por mais nada, ir a um local e por velas na memória de pessoas que pereceram, pensar na nossa humanidade, nem que só por isto, parece-me que já vale a pena. Eu, já há muito, deixei de ser católica, mas ainda me toca o 1 de Novembro, o juntarmo-nos no cemitério no pensamento dos nossos antepassados e nas suas vidas e na minha vida e no tempo caminhado. Nem que seja só por isto. Porque, e isto dava para outro poste, já não existem dias para nos sentarmos e reflectir em conjunto. Agora os pontos quentes do nosso calendário social anual são o Natal e o dia dos namorados, com uma certa incursão do dia das bruxas... A reflexão fica para o dia de S. Nunca à tarde. Porque não no dia 19 de Abril, numa tarde lisboeta cheia de sol?

P.S.: Eu não vejo esta iniciativa como sendo institucional. Não sei se o Nuno Guerreiro tinha isso em mente, mas eu vejo-o como um movimento de pessoas, algumas, que se juntam para fazer um gesto simbólico de relembrança. Não me tinha dado conta que já era suposto ir também o Carmona, o Sócrates e mais uns tantos políticos a fazer pose para as televisoes, mais o Freitas do Amaral a fazer discursos em nome da nação. Talvez eu não devesse ficar admirada. A necessidade estado-paternalista é daqueles espinhos históricos na alminha portuguesa. Já avisaram o Sócrates que alguém quer queimar velas? Olhem que ele é capaz de também não gostar.

Estou apopléctica*

Só hoje é que soube (mesmo há pouquinho) que o Bandeira tem blogue!!!!

Porque é que ninguém me diz nada? Nunca ninguém me diz o que é importante. Sei dos putos todos que nasceram a gente que nem me lembra nessa porra de país e ninguém me diz que o Bandeira tem blogue?!?

* Já agora. Já não era tempo de porem esse acordo ortográfico a mexer? A ver se se tira, por exemplo, aquele "c" ali acima. Fica mesmo mal. Até as borbulhas me ficam melhor. Devem ter mais o que fazer! Como fazerem de fumo-pides.

P.S.: já devem ter dado conta, mas confirmo: hoje estou num daqueles dias...

Israel recusa contactos com o Governo Palestiniano

na Aljazeera.

A não ser que o Hamas renuncie à violência e reconheça a existência do estado de Israel. Nos entretantos, o estado de Israel vai também exercitando o dedo no gatilho.

Suspiremos em uníssono.

Comissao Europeia congela fundos para o Governo Palestiniano

no Haaretz.

Confirmação hoje após reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros.

domingo

Venus as a Boy

his wicked
sense of humour
suggests
exciting sex!

his fingers
they focus on her
touches
he's venus as a boy

he believes in a beauty
he's venus as a boy

he's exploring
the taste of her
arousal
so accurate

he sets off
the beauty in her
he's venus
venus as a boy

he believes in a beauty
he's venus as a boy

Bjork

Anúncio, actualização

Não têm chances. A pessoa espanhola em questão está a ler o meu poste As miradas do homem português. Peço desculpa pelo mau jeito.

Anúncio

Há alguém em Saragoça, Espanha,
IP Address 217.127.187.# (Red de servicios IP);
ISP Telefonica de Espana

À procura de "homem português".

Boa sorte, rapazes.

sábado

Boa noite e boa sorte


O filme é de mensagem: as liberdades de pensamento e o papel do jornalismo em televisão como o quarto poder. Custou-me um bocado a concentrar com o fumo. Gostei? Pois, não sei. Mas tenho a impressão que quando não estava a pensar no ir comprar tabaco, que estava entediada.

P.S.: ex-fumadora tem destas recaídas. :-)

Paródia

In testimony before Congress today, the acting head of the Federal Emergency Management Agency (FEMA) said that the United States could handle both an outbreak of bird flu and a major hurricane as long as the hurricane successfully eradicated the bird population.

Acting FEMA Director R. David Paulison said that the agency was putting a series of plans in place to deal with a possible bird flu pandemic, but added, “We’re really counting on a major hurricane to do the heavy lifting for us, bird-killing-wise.”

Mr. Paulison outlined a series of scenarios his agency has been developing in which birds are wiped out by other natural disasters such as tornadoes, earthquakes and volcanic eruptions.

“These birds think they’re pretty tough, but just you wait,” he said. “They’re no match for molten lava.”

While some in Congress questioned the wisdom of relying on natural disasters of an almost biblical nature to destroy the nation’s birds and thus stave off a possible bird flu pandemic, Mr. Paulison called such skepticism “narrow-minded.”

“Disasters are our friend,” he said. “Look how good Iraq has been for Halliburton.”

Failing a major disaster to wipe out the bird population, Mr. Paulison said that every man, woman and child in America could do his or her share by killing one bird a day.

“Everyone in this country is capable of killing a bird, except Dick Cheney,” he said.


No Truthdig, por Andy Borowitz

quinta-feira

Everything is iluminated

They exchanged notes, like children. My grandfather made his out of newspaper clippings and dropped them in her woven baskets, into which he knew only she would dare stick a hand. Meet me under the wooden bridge, and I will show you things you have never, ever seen. The "M" was taken from the army that would take his mother's life: GERMAN FRONT ADVANCES ON SOVIET BORDER; the "eet" from their approaching warships: NAZI FLEET DEFEATS FRENCH AT LESACS; the "me" from the peninsula they were blue-eyeing: GERMANS SURROUND CRIMEA; the "und" from too little, too late: AMERICAN WAR FUNDS REACH ENGLAND; the "er" from the dog of dogs: HITLER RENDERS NONAGGRESSION PACT INOPERATIVE... and so on, and so on, each note a collage of love that could never be, and war that could.

In Everything is iluminated, Jonathan Safran Foer

Tudo é/está iluminado

Estou apaixonada por um livro. Mantas de retalhos postas umas em cima das outras. Dois jovens que fazem de conta o que sao. Velhos que fazem de conta um passado. Uma aldeia que faz de conta. Apaixonamentos, amores, casamentos, mortes. Em caixas. O fim do mundo que aconteceu mil vezes e há-de voltar a acontecer mil vezes mais. O amor, o amor pelo amor e não pela pessoa, o amor que já existe antes de o ser, o amor por quem há-de nascer, o amor por quem não se conhece. Mas ao mesmo tempo o amor que nao pode, mas poderia, se nao fosse quem amasse. Ser-se. Escolher-se. Escolher não ser cobarde, não poder não escolher não ser cobarde.

Este livro é magnífico e há tradução em português:

Está Tudo Iluminado
Jonathan Safran Foer

Colecção: Grafias
Editora: Temas & Debates

O formato, a própria escrita é importante, portanto a qualidade da tradução é essencial. Não tenho ideia disto...

Eu tinha traduzido o título para Tudo é iluminado. Eu continuo a preferir a minha visão. Tem optimismo. A luz existe sempre, temos de ser nós a encontrá-la. Como diz Alex (querido descobridor):

We all choose things, and we also all choose against things. I want to be the kind of person who chooses for more than chooses against, but like Safran, and like you, I discover myself choosing this time and the next time against what I am certain is good and correct, and against what I am certain is worthy. I choose that I will not, instead of that I will. None of this is effortless to say.

quarta-feira

Sr. Deus, anote aí

Eu quando reencarnar quero ser como ela.

Cá estou eu

Foi bom, muito bom, a conversa, os passeios, as risadas, as piadas sem piada, os livros que recebi, os cafés, tentarmos desenvencilhar a história de Budapeste e só termos conseguido chegar ao fim da dinastia do Árpád (tanta matança), confirmado que Lisboa foi conquistada aos mouros em 1147, desejarmos quota de entrada para os americanos, todas as fotografias em que tive de entrar (obrigado por não me atirarem ao rio, para um exclusivo), enfim... A Leste esteve, por uns dias, o Paraíso.

terça-feira

P.A.

Esteve sol. Budapeste continua a meter agua. Ao fim do dia, os nativos vao ate' ao Danubio e conversam, tiram fotografias, passeiam, miram os esforcos dos bombeiros a colocar sacos de areia e a bombear o melhor que podem. Eu faco o mesmo, sento-me e observo, enquanto o sol desce, ate ao momento em que atinjo o estado de enregelada.

Budapeste e' uma capital ordinaria. Contudo, ha' dois aspectos que a fazem especial para mim: os banhos turcos em edificios antigos e o saber do que e' cafe e todo o prazer que rodeia o acto de o consumir.

Vi livros em portugues numa livraria. Eram de autores brasileiros, sendo que um deles era Budapeste de Chico Buarque. Essa vaidade de capital.

segunda-feira

Por alto

Esta' sol.

O cronista historico mais famoso da Hungria chamava-se Anonymus. Na base da estatua que lhe e' dedicada esta' escrito: Anonymus = Gloriosissima Belae Regis Notarium.

Os americanos no meu apartamento (Budapest is friggin' beautiful!) passam o tempo a ver o Travel Chanel.

Os molhos hungaros estao-me a devastar a pele. Duas borbulhas vezuvianas de ponta amarela apareceram-me na cara. E eu sem a burqa...

domingo

Por alto:

Esta' sol, o Danubio transborda, arrasta pedacos de arvores, revolve-se de escombros e nas margens dezenas de fotografos realizam obras nao originais para a memoria.

Tanto Buda como Peste transbordam de sotaques americanos, que como sempre ribombam dentro da minha cabeca como aspiradores em dia de ressaca.

O blogger esta' em chines.

sábado

Cá vou eu

GET MILES
Gomez

I love this island but this island's killing me
Sitting here in silence, man I don't get no peace
The waves upon my shore take me away piece by piece
Gonna leave everything I know gonna head out towards the sea
Jump off this island gonna head out towards the sea

I love this city man but this city's killing me
Sitting here in all this noise man I don't get no peace
The cars below my street take me away piece by piece
Gonna leave everything I know gonna head out towards the sea
Gonna leave this city man, gonna head out towards the sea

Get miles away, get miles away, get miles away
Get miles

I love this planet but this planet's killin' me
Sitting here in all this grass man I don't get no weed
The sweat comin' from my pores take me away piece by piece
Gonna leave everything I know gonna head to the galaxy
Gonna leave this planet man, gonna head to the galaxy

Get miles away, get miles away, get miles away, get miles away, get miles away, get miles away, get miles away
Get miles