quinta-feira
As miradas do homem português
Isto fez-me lembrar de, há um par de anos, ter ido a uma discoteca lisboeta com uma amiga minha, que é assim um monumento de construção alemã. Alta, loura, olho azul, cabelo encaracolado, ar de afrodite e que mais. Tinhamos ido a Portugal em trabalho. Como, na Alemanha, os homens são mais discretos e as louras altas não são assim tão raras, tinha-me esquecido do efeito arrasante. Naquela discoteca foi impossível e foi de sentir pena. Os homens e rapazes babavam-se. Literalmente. Sem o mínimo de discrição ou, assim, de orgulho. A minha avó descreveria a situação como "cães à volta de uma cadela com cio" e a analogia não estaria desfasada da realidade. Ela divertiu-se imenso e no dia a seguir contou aos colegas, um holandês, um norueguês e uma alemã, que tinham decidido ir prá caminha cedo. Completo gozo. Eu, cheia de vergonha, a desculpar o homem português. Coitados. Falta-lhes altura. Deixem-nos lá.
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2 comentários:
Vi uma entrevista com a maluca da Susanne Osthoff, aquela alemã que foi raptada no Iraque, onde ela dizia "os iraquianos ainda são homens a sério, não é como estes molengas dos alemães". Era a propósito de ela ser simultanemanete vigiada por vários homens, que se vigiavam mutuamente, para nenhum deles ceder à tentação de aproveitar a oportunidade de ter ali uma mulher à mão...
Ou seja: é tudo uma questão de perspectiva.
Os portugueses estarão mais para iraquianos (esses homens a sério, benzósdeus) que para os semi-assexuados nórdicos...
Escusado será dizer que me é muito mais agradável andar nas ruas e nos transportes públicos alemães.
Eu também prefiro a Alemanha. Sempre me incomodou o piropo de rua, principalmente porque a maior parte ressoam a taradice, a baba e masturbação solitária.
Tenho um amigo italiano que gosta de elogiar, que estou elegante, que bem me fica esta camisa, que bonito colar. Isto é gentil.
Agora desconhecidos a mirarem-me fixamente causa-me muita repugnância.
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