quarta-feira

A necessidade de comunicar

Os blogues são outra, mais outra maneira das pessoas se exprimirem. Estamos sempre a comunicar desde que outro esteja a captar o nosso olhar, o nosso andar, manear, falar, sorrir, o que escrevemos, uma corrente de nós a chegar a alguém. Será mentira, pretensão, palermice, mentira, teatro, mas até no engano deixamos a nossa impressão pessoal. Estou aqui. Se responderes eu sei que existo.

10 comentários:

João Melo Alvim disse...

Blogo existo...

O estaminé está giro.

abrunho disse...

Acabaste de me dar consistência. :-) he he he

Helena Araújo disse...

"Houston, we have a problem"
;-)

abrunho disse...

Do we?

Helena Araújo disse...

Yap.
Escrever um blog e não ter feedback é complicado.
Mas nada que se compare a estar a muitos milhares de km da terra, e perder a ligação a Houston.
Bem sei que estou a desconversar, mas lembrei-me disso a propósito do título "necessidade de comunicar". E também para dizer que ...podia ser pior.
Bem, no fundo o que quero dizer é isto: :-)

abrunho disse...

Ok... :-)

Quando eu escrevia sobre a necessidade de comunicar, nao falava só de blogar. Blogar é um meio de saciar essa sede de fazer contacto.

Agora lembrei-me de que quando comecei nisto dos blogues, o meu namorado me ter acusado de ser uma autista, de falar para mim mesma. Que estava-me nas tintas para o que os outros tem para dizer e deu como exemplo o tempo que eu passava no blogue. Como era possivel que eu andasse a escrever para o vazio?

Ele nao tem completamente razao, mas tambem nao esta completamente errado. Mas quem gosta de escrever move-se nesse meio sem resposta e gosta do escrever pelo escrever. É a minha defesa.

João Melo Alvim disse...

Sei o que é isso. Por vezes, quem está mais próximo (na comunicação "normal") não consegue perceber estes escape que, afinal, é mais do que isso.

Helena Araújo disse...

Essa do tempo que se gasta no blogue é um problema. ("O quê, já passaram 3 horas?!!!!")
Eu acho que é um tempo que gasto em mim. A blogolândia permite-me exercícios de inteligência que normalmente não cabem no quotidiano.

O problema é quando chego a uma festa, ou a um jantar de amigos, e começo a falar como se estivesse no blog...
Tenho a sensação que são mundos diferentes: as discussões da internet não interessam às pessoas "de carne e osso". E não há muita oportunidade, em conversas ao vivo, de desenvolver uma argumentação extensa e cuidada.
A partir da quinta palavra da frase, já ninguém acompanha...

É um tipo de comunicação diferente, e enriquecedor - mesmo que não haja feed-back.

Autista?
Está mais para esquizofrénico: acabamos por ter duas vidas, a real e a bloguística.

Mas isto não é uma queixa.

abrunho disse...

O mesmo comigo. E' um canal onde coloco pequenas partes de pensamentos e acontecimentos. E' um diario nao secreto.

Alem disso, vivendo na Alemanha a blogosfera permite manter-me em contacto com as noticias em Portugal. Isto cria cenas estranhas, como encontrar-me com amigos portugueses (como fiz nestes dias) e eles contam-me as fofoquices do nosso grupo e eu que depressa despacho a minha vida pessoal, acabo por comentar noticias gerais de Portugal que eles nao sabem! Eu conto-lhes o caso da Margarida Rebelo Pinto e do Joao Pedro George, a cancao da Galp ou as confusoes dos emigrantes no Canada! :-)

Helena Araújo disse...

Sim, mais isso: às vezes tenho a sensação que há uma parte da história portuguesa que só acontece na blogosfera.
A primeira vez que me apercebi disso foi com a história dos crucifixos nas escolas: só era problema na blogosfera.