sábado

Fotos ilustrativas do meu poste abaixo (penso eu de que)



Exposição do Bauhaus: na secção das artes plásticas e representativas (sou eu a dar-lhe o nome). Esta geringonça movia-se e supostamente criava um espectáculo de luzes. Baixinho para que ninguém nos ouça: seca... Mas para tirar fotos era realmente interessante. Havia outras cenas mais interessantes, como as pinturas (o Mondrian estava lá, e eu que não sabia que ele tinha sido influenciado por alemães) e representações teatrais (havia uma que era dançarinos assim como a estátua ali debaixo, no palco a formarem formas... perceberam? têm que ir ver).




Bauhaus em Hamburgo? Será Mondrian 3D?



Esta é uma pequena parte (eu tenho a mania de fotografar partes de coisas) de uma escultura à frente do Reichstag em Berlim, que relembra os políticos que foram perseguidos pelos nazis. Cada placa contém o nome, datas de nascimento e morte, e local da morte (geralmente um campo de concentração).

quarta-feira

Macedónia a partir da Bauhaus

Este fim-de-semana descobri que a modernidade é velha. Ando a reestruturar a minha ideia do mundo. Fui à exposição sobre o movimento Bauhaus na Alemanha. Seguidamente, vou escrever a minha superficialidade e escrevo esta declaração de pessoalidade, este óbvio de um blogue ser opinião, porque a Helena anda por aí e ela é uma especialista em Bauhaus e não quero que ela se me atire às canelas. Eu não estou a ensinar ninguém sobre o Bauhaus. Provavelmente estou só a ser moderna.

Portanto, a minha primeira declaração, talvez herética, é: o Bauhaus é o pai da IKEA. Só que o Bauhaus deu-se de 1919 a 1933 e foi um movimento extremamente rico de ideias. Os conceitos desenvolvidos estavam cimentados numa visão do futuro com várias dimensões: políticas, sociais, artisticas, etc. A IKEA é uma superficialidade, uma degenerescência. A IKEA é a actualidade: um mundo vazio de ideias e cheio de marcas. Portanto, a modernidade hoje é a superfície da modernidade de ontem.

A segunda impressão que me ficou da exposição é uma reposição do deslumbramento que eu sinto com essa Alemanha entre guerras, berço de tanta ideia revolucionária, que em 1933 começaram a ser mortas uma a uma, por uma ideia que se mostrou um horror: o nazismo. A pergunta tem que surgir: porquê esta e não outras? O que me têm ensinado é que as pessoas viviam uma situação económica que os fazia sentir de tal forma inseguros, que acolheram quem lhes desse um sentido forte.

Eu tenho um certo medo do futuro. O 11 de Setembro de 2001 aconteceu nos EUA, quando assassinaram à volta de 3000 pessoas e daqui os americanos deixaram que a administração Bush ratasse as suas apregoadas liberdades e pusesse em questão fundamentos de direito internacional. Aqui, metade do pessoal mete o rabinho entre as pernas cada vez que um gajo de toalha na cabeça grita e a outra metade chateia-se com meros lenços na cabeça das mulheres, enquanto o verdadeiro problema está submergido na confusão. Agora estamos em crise económica e finalmente demo-nos conta que é impossível o crescimento infinito que nos era propagado pelos economistas. Não sei que pensar, mas num mundo sem ideia, estaremos preparados para não deixar uma má ideia tomar conta de nós?

sábado

Amo o Outono

Adoro o Outono. É um daqueles temas que me fazem desejar ter talento para escrever como um escritor, para por em palavras o que parece inexprimivel e no entanto... Sem talento, tenho de me apoiar em palavras como magia. Quanta magia existe num bem-estar feito de nenhuma causa para lá de estar vivo e ser capaz de sentir, bem, bem? É, portanto, a magia de estar vivo; um imponderável, portanto. Mas o Outono é um imponderável inexprimível de uma classe superior. Será que gosto especialmente de dourados? Porque o Outono é ouro. E qual o prazer do primeiro frio? No Outono caminho muito, vagueio pelas ruas, pisando a terra molhada, o crispar das folhas secas, na urgencia de completar um sonho perecível. Deixo de fumar, para ter espaco para o cheiro do Outono nos meus pulmoes, metendo-o também nas bochechas, reservando-o para o longo ano, até ao próximo Outono. As folhas chovem sobre mim e eu sorrio como se caíssem por mim: é o Outono a dialogar.

É tao difícil exprimir o Outono, que só posso concluir, que amo o Outono. Este é o momento mais luminoso e aguardado do meu mundo. Está a comecar e a mim só me apetece saltar, saltar como um boneco animado, saltar sobre o sofá e a cama. Sinto-me como quando era crianca, dentro do carro, a caminho das férias anuais na praia. A expectativa do que está a comecar, todos os dias de Outono que estao para comecar, nao sei onde meter o meu entusiasmo e rebento de alegria! É Outono!