sexta-feira

Itália deu asilo ao afegao cristao

ROME - The Afghan man who faced the death penalty for converting from Islam to Christianity received asylum in Italy Wednesday, despite requests by lawmakers in
Afghanistan that he be barred from fleeing the conservative Muslim country.

Abdul Rahman arrived in Rome days after he was freed from a high-security prison on the outskirts of Kabul after a court dropped charges of apostasy against him for lack of evidence and suspected mental illness.


No Yahoo News

Pedófilos

Era só para aqueles que confundem pedofilia com homossexualidade...
Ligação a uma notícia em que os alegados agressores são homens e as alegadas vítimas, meninas.

1/3 do On Bullshit

Ok, não o acabei. Li 22 das 67 páginas A6. Vai dar para mais duas idas à casa-de-banho. Até agora foi um pouco seca e andou as 22 páginas à volta do conceito humbug! Só agora é que vai falar de bullshit!

Cenas

Há cerca de um mês, a Helena publicitou o livro On Bullshit de um Harry G. Frankfurt. Achei piada, fui à Amazon e encomendei-o. Distraidamente, está-se a ver, porque o livro chegou e eu fiquei surpreendida. Eu estava à espera de literatura para duas semanas... O livro tem as seguintes dimensoes: 10,5cm de largura, 16cm de altura, 1cm de espessura; as letras têm 2mm de altura e o espaço entre linhas são outros 2mm. Para quem não consegue visualizar: o livro é microscópico. O meu livro de endereços é maior! Eu sei que quantidade não é qualidade, mas eu sinceramente pensei haver mais para dizer sobre bullshit. Já que o Frankfurt resolveu ironizar escrevendo um livro vincando bem que é sem bullshit, eu ironizo lendo o livro numa ida à casa-de-banho. Portantos, aí vou eu.

quinta-feira

Uma História

Pouco depois do início do exílio nos telhados, os Wisps de Ardisht deram-se conta que muito em breve se acabariam os fósforos para acender os seus amados cigarros. Eles mantiveram uma contagem a giz na parede de uma das mais altas chaminés. Quinhentos. No dia seguinte, trezentos. No dia seguinte, cem. Eles racionaram-nos, queimaram-nos até chegar o lume aos dedos, tentando acender pelo menos trinta cigarros com cada. Quando chegaram aos vinte, acender um fósforo tornou-se uma cerimónia. Aos dez, as mulheres choravam. Nove. Oito. O líder do clã deixou cair o sétimo do telhado por acidente, atirando-se de seguida, em vergonha. Seis. Cinco. Era inevitável. O quarto foi apagado pela brisa - um enorme erro do novo líder do clã, que também se atirou para a morte, ainda que o mergulho de nariz não tenha sido escolha própria. Três: morreremos sem eles. Dois: É demasiadamente penoso continuar. Então, no momento de mais profundo desespero, uma grande ideia surgiu, por uma criança, ainda por cima: certifiquem-se que há sempre alguém a fumar. Cada cigarro pode ser aceso com um outro. Sempre que haja um cigarro aceso haverá a promessa de outro. O fim de cinza luzente é a semente de continuidade! Horários foram delineados: o turno da madrugada, o fumar da manhã, o puff do almoço, o serviço da tarde e da tardinha, a passa do crepúsculo, a sentinela solitária da meia-noite. O céu estava sempre aceso com pelo menos um cigarro, a candeia da esperança.

Em Tudo é iluminado (Everything is iluminated) de Jonathan Safran Foer

Tradução minha

A última do Spike Lee


Imaginem que são convidadas para um restaurante de luxo. Esmeram-se na vestimenta e nos retoques, estão luzentes. Chegam e está como esperado. Alta qualidade. Um primor. Nisto vem a comida. É um hamburguer. Por atacado é assim o último filme do Spike Lee. A carne é de boa qualidade, mas é um simples hamburguer.

O que mais gostei do filme está no início e no fim e é uma música de Bollywood (raramente estou que não vou para me levantar e dançar no cinema).

P.S.: Para as que gostam dos olhos verdes do Inside Man, aviso que o homem passa imenso tempo de óculos escuros.

quarta-feira

Mais Simplex de delapidar o país?

A desburocratização do País pode abrir a porta à construção na Reserva Ecológica Nacional (REN), classificação destinada a preservar zonas sensíveis. A maioria das alterações no território REN deixará de exigir uma decisão política e passará a ter apenas um parecer administrativo. Uma flexibilidade do programa Simplex que agrada ao ministro do Ambiente mas preocupa os ambientalistas, que temem a perversão deste argumento.

(...)

Nunes Correia disse ontem em Évora numa reunião da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) que "até agora a REN tem sido estritamente non edificandi. Isso é excessivo".

(...)

Joanaz de Melo, especialista em ordenamento do território, considera haver zonas de REN mal delimitadas e desactualizadas. Mas o importante, diz, é justificar a delimitação feita e aplicar critérios justos. "E nada faz crer que a subjectividade seja [maior] menor agora que a avaliação aos pedidos de desafectação passa para a mão dos técnicos. Muito pelo contrário. Basta recordar decisões políticas recentes para concluir que a qualquer coisa é reconhecido o interesse público", adiantou ao DN.

(...)

Além disso, diz Joanaz de Melo, "é preciso lembrar que serve para proteger zonas sensíveis, não apenas locais mas globais". Não estão em causa só valores naturais mas questões de segurança e protecção relacionados por exemplo, com recursos hídricos.


Hoje no Diário de Notícias.

O relatório sobre o lóbi israelita nos EUA

Ligaçoes ao relatório e reaçcoes no truthdig.

A necessidade de comunicar

Os blogues são outra, mais outra maneira das pessoas se exprimirem. Estamos sempre a comunicar desde que outro esteja a captar o nosso olhar, o nosso andar, manear, falar, sorrir, o que escrevemos, uma corrente de nós a chegar a alguém. Será mentira, pretensão, palermice, mentira, teatro, mas até no engano deixamos a nossa impressão pessoal. Estou aqui. Se responderes eu sei que existo.

terça-feira

Adopção

(...) Idália Moniz, secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, afirma que "os portugueses querem crianças pequeninas, sem irmãos e caucasianas (brancas). Quem vem buscar os outros, por incrível que seja, são os estrangeiros".

(...)

"em Portugal, quase temos mais pessoas que querem adoptar do que crianças para serem adoptadas", diz a secretária de Estado. O paradoxo reside no facto de haver mais candidatos a pais, desde que seja de crianças pequenas, caucasianas, sem irmãos ou deficiências. Só que bebés, há poucos.

(...)

Se, por um lado, temos o facto do processo de adopção poder levar até quatro anos; por outro, lamenta Idália Moniz, "não ajudam as preferências dos candidatos portugueses".

Recorde-se que, em Portugal, há mais de 15 mil jovens institucionalizados. Destes, determinou um estudo do Instituto da Segurança Social, levado a cabo em 2004, há apenas 10.800 entre os zero e os 21 anos (o JN encontrou internados com mais de 25 anos); e dos 10.800, apenas 800 reunem condições para a adopção, refere o levantamento. (...)


No Jornal de Notícias de hoje.


Sobre a adopção escreve o Carlos Furtado do Nortadas, num poste intitulado "A agenda de alguns, bem minoritários":

(...) Acredito que a familia tradicional é o mais forte pilar de uma sociedade. Apesar de todas as vicissitudes que os casamentos passam, uns aguentam e outros fraquejam, continua a ser esta a melhor forma organizacional e aquela onde melhor se consegue educar uma criança.

É entre um pai e uma mãe, entre um homem e uma mulher, que uma criança aprende o que é viver em sociedade. Aprende o que é uma sociedade.

Só que o processo de adopção ainda é quase um processo infinito. Os tempos de espera são verdadeiramente desesperantes, quer para quem pretende adoptar quer para quem deseja ser adoptado.
(...)
Infelizmente os prazos ultrapassam e muito os três anos. Não conheço muitos casos, mas os que conheço já vão nos 4 anos, já passaram uma série de exames, todos eles têm já um filho, mas ainda assim continuam à espera.

Imagine-se agora que a este processo lento e demorado, conseguimos meter umas areias mais: os casais homossexuais.


Vamos a imaginar que os homossexuais, essas areias entre os pilares da sociedade, em vez de verem a adopção como o adquirir o bébé de medida, côr e marca ideal, talvez sejam mais humildes. Em vez de se olharem no espelho com jactância achando que são os suportes da nossa civilização, talvez tenham uma visão da sociedade mais generosa. Talvez sabendo eles próprios o que é ser-se considerado os minoritários anormais, os refugos, talvez eles não se importem em dar guarida e amor aos outros que não estão dentro das imaginações de perfeição dos casais heterossexuais. Desta forma talvez estas crianças tenham uma ideia mais rica do que é a sociedade, do que é a variedade humana, talvez estas crianças melhorem a nossa sociedade. É a minha imaginação. Que numa sociedade ninguém é areia no mecanismo. Que todos fazemos parte e ninguém merece ser excluído porque não é da maioria padrão.

Novo governo palestiniano:

Pouco antes da votação, Haniyeh apelou a que a luta contra Israel não seja abandonada. "Nascemos do ventre da resistência. O braço da resistência não será tocado", afirmou o primeiro-ministro, um dia depois de ter pronunciado um discurso mais conciliatório, onde apelou a uma "paz justa" na região.

Haniyeh assumiu ainda perante os deputados que o seu Governo está disposto a dialogar com intermediários internacionais sobre o conflito israelo-palestiniano, sublinhando, porém, que não cederá a pressões económicas para aligeirar a sua posição sobre Israel.


No Público de hoje.

Novo governo palestiniano:

O primeiro-ministro palestiniano designado, Ismaïl Haniyeh, apelou ontem ao diálogo com a comunidade internacional para resolver o conflito no Médio Oriente, na apresentação do seu programa de governo ao Conselho Legislativo.

Os deputados palestinianos reunidos em Ramallah seguiram o discurso de Haniyeh, que falava em Gaza, através de videoconferência, uma vez que Israel impede as movimentações de líderes do Hamas entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, por motivos de segurança.

(...)

Israel reagiu de imediato ao discurso, acusando o Hamas de não reconhecer os acordos já assinados entre a AP [Autoridade Palestiniana] e Israel e de não responder às exigências da comunidade internacional: reconhecimento do direito à existência do Estado hebreu.

(...)

Os EUA, através do porta-voz do Departamento de Estado, recusaram os apelos ao diálogo, reafirmando que este está condicionado ao reconhecimento de Israel e, como tal, "a bola está no campo do Hamas".

A UE indicou que "não vai virar as costas ao povo palestiniano", mas que, para isso, os seus dirigentes devem "fazer as escolhas certas" (...)


No Diário de Notícias de hoje.

segunda-feira

Israel, um país racista?

(...) An absolute majority of the MKs in the 17th Knesset will hold a position based on a lie: that Israel does not have a partner for peace. An absolute majority of MKs in the next Knesset do not believe in peace, nor do they even want it - just like their voters - and worse than that, don't regard Palestinians as equal human beings. Racism has never had so many open supporters. It's the real hit of this election campaign.

One does not have to be Avigdor Lieberman to be a racist. The "peace" proposed by Ehud Olmert is no less racist. Lieberman wants to distance them from our borders, Olmert and his ilk want to distance them from out consciousness. Nobody is speaking about peace with them, nobody really wants it. Only one ambition unites everyone - to get rid of them, one way or another. Transfer or wall, "disengagement" or "convergence" - the point is that they should get out of our sight. The only game in town, the 'unilateral arrangement," is not only based on the lie that there is no partner, is not only based exclusively on our "needs" because of a sense of superiority, but also leads to a dangerous pattern of behavior that totally ignores the existence of the other nation.

(...)

Who would have believed that in Israel of 2006, the killing of an 8-year-old girl at short range, as happened last week in Yamoun, would barely be mentioned; that the ruthless attempt to expel an Ethiopian with AIDS who is married to an Israeli, just because he is not Jewish, would not raise hue and cry; and that the results of a poll showing that a majority of Israelis - 68 percent - don't want to live next to an Arab, did not raise a stink. If in 1981, tomatoes were being thrown at Shimon Peres and in 1995, there was incitement against Yitzhak Rabin, now there are no tomatoes, no incitement and not even any election rallies.

(...)

Morality has become a dirty work, and the worst corruption in the country's history, the occupation, was never mentioned. Only one-sided maps, similar to one another, all including the humongous "settlement blocs," a withdrawal based on "our needs," with a separation wall and the frightening air of indifference hovering above it all.
Opinião de Gideon Levy no Haaretz

por msn

Ele: Não me consigo concentrar.
Eu: A vida acaba em morte.
Ele: Como?
Eu: É melhor despachares-te.
Ele: És macabra!

Há uma semana que ele não me desconcentra.

Afegão cristão livre por agora

O juiz que preside ao caso do homem afegão que enfrenta a pena de morte por se ter convertido ao cristianismo suspendeu o processo, afirmando que o caso tinha falhas e enviou-o de novo para o Ministério Público. Abdul Rahman poderá assim ser já hoje libertado, enquanto se espera a revisão da acusação, segundo a Associated Press.

(...)

O caso de Rahman causou indignação nos países com tropas no Afeganistão, que têm pressionado o Presidente Hamid Karzai a intervir no caso. O sistema judicial afegão é baseado numa mistura entre a sharia e a lei civil - mas o judiciário é dominado por conservadores que gostariam de ver uma condenação. Uma das maneiras de evitar uma embaraçosa condenação sem desagradar por completo aos conservadores seria declarar Rahman mentalmente instável.

Abdul Rahman já disse que está de perfeita saúde, [e afirmou] afirmando-se mesmo disposto a sofrer o castigo da pena de morte pela sua nova fé. Rahman afirmou ainda que será ele próprio a encarregar-se da sua defesa, já que não conseguiu encontrar um advogado disposto a fazê-lo. Recusa ainda sair do país se isso for uma condição para ser libertado.
Hoje no Público (artigo com subscrição)

domingo

Somos muito maiores do que qualquer categoria

Nos Estados Unidos estima-se que milhões de mulheres estejam ou já tenham estado casadas com homens que experimentaram relações sexuais com outros homens. Em Portugal não há números. Mas sabe-se que "muitos casam sabendo da sua homossexualidade". Por medo. Ou apenas "porque sim". Nem sempre acaba em divórcio. Mas repetem-se os momentos de dor e confronto. "Sair do armário não é fácil". Sobretudo quando se está casado.

Pelos Renas e Veados dei-me conta de um artigo no Público sobre os casamentos fachada, em que homens homossexuais casam (em Portugal será escusado escrever com quem). O artigo irritou-me porque a jornalista [Andreia Sanches] mostra perceber a sexualidade a preto e branco (as pessoas ou são homossexuais ou heterossexuais e quem tem relações sexuais homossexuais é directamente homossexual) e não realça o efeito da própria sociedade e as suas exigências na procura destes homens em fazer uma vida "aceitável".

A parte do artigo que fez eco em mim foi o baseado numa entrevista ao sociólogo Pedro Vasconcelos:

"Somos muito maiores do que qualquer categoria"

Sociólogo Pedro Vasconcelos defende que nem aos terapeutas
nem ao Estado compete dizer o que devem ser as famílias

Pedro Vasconcelos, sociólogo que se tem dedicado ao estudo das questões da família e sexualidade, lembra: "Antes da modernidade europeia não se construíam identidades baseadas na sexualidade."
(...)
A partir do momento em que "esquemas religiosos de controlo foram substituídos por esquemas médicos" dá-se uma alteração "gigantesca". O indivíduo que tem sexo com outros indivíduos do mesmo sexo já não é o que "cede ao pecado" - "e, em última análise, no catolicismo a tentação do pecado é permanente e todos nós podemos ser contagiados" -, é um indivíduo que se encaixa numa categoria, diz.
"É um paradoxo: somos muito maiores do que qualquer categoria (homossexual, heterossexual, bissexual, assexual...). Todas são demasiado simples face ao que é o abismo interior de cada pessoa, dos seus desejos, fantasias, sentimentos, mas também vivemos na relação com essa categoria e com as suas pressões normativas", que são difíceis de romper.
Num casamento no Registo Civil, por exemplo, "o conservador não se limita a dizer "assine aqui" - faz um discurso moral, fala dos deveres, da fidelidade, do carácter heterossexual do casamento". Na opinião de Pedro Vasconcelos, "não compete ao Estado apresentar um modelo de vida". Tal como não compete a um terapeuta dizer "o que as famílias devem ser". "Por que é que o casamento tem de implicar a recusa de ter relações sexuais com outros?", exemplifica.
Por tudo isto, a sua opinião "pessoal e política" é de que "o instituto legal do casamento devia ser abolido" - "o que o Estado tem de fazer é reconhecer às pessoas, na maneira como elas querem viver a sua vida, os seu direitos enquanto pessoas". A.S.[Andreia Sanches]


Categorizar dá muito jeito e pode até ser essencial para perceber (coitada da estatística se não houvesse categorias), mas há áreas em que não se pode andar sempre a simplificar. Penso que a identidade sexual é uma delas.

Manter contacto

Dei-me conta que não fumava há meses, tantos que já não me lembrava a última vez. Fui comprar um maço. Faço questão de manter o contacto com os amigos.

sábado

País de imigrantes


de Bandeira no Diário de Notícias
Clicar na figura para aumentar.

sexta-feira

Resposta ao Desafio

Eu vi a fotografia no The religious policeman (o tal blogue que eu recomendo vivamente...) e, não vão acreditar, mas as figuras de preto são mulheres no Irão a treinar para a polícia... Eu fiquei surpreendida que mulheres pudessem ser polícias. E admirei-lhes a capacidade de manobra. Descer ou subir aquilo vestidas de sotaina não deve ser fácil... No blogue que eu recomendo vivamente fazem ligação para o vídeo.

400

Na segunda-feira o primeiro-ministro José Sócrates vai apresentar cerca de 400 medidas para combater a burocracia.

Quatrocentas?!!

Não há por aí kriptonite?

A última vez que fui ao cinema passou uma apresentação do super-homem. Ridículo. Já me é difícil perceber a ideia de ter um extra-terrestre parolo que usa as cuecas por cima do pijama como um super-herói, mas que a coisa se repercuta até hoje ultrapassa-me. Não será tempo de um pouco de decoro? Os heróis no cinema são humanos, perfeitos e têm estilo. Sublinho estilo. Quem não é cool, não é nada. Haverá coisa menos cool que o penteado do super-homem? Se é para fazer entretenimento vazio, pelo menos sejam modernos.

quinta-feira

Desafio: o que são as figuras de preto?


Vampiros? Pais natais versão fuligem? Filme chinês de baixo orçamento? Freiras a fugir do convento?

Amanhã a resposta.

Não saiam do lugar e não googlem!

Devo dizer que há duas pistas nesta página, ->vivamente<- colocadas para que usem os vossos dotes de detective. Andam por aí...

As miradas do homem português

Isto fez-me lembrar de, há um par de anos, ter ido a uma discoteca lisboeta com uma amiga minha, que é assim um monumento de construção alemã. Alta, loura, olho azul, cabelo encaracolado, ar de afrodite e que mais. Tinhamos ido a Portugal em trabalho. Como, na Alemanha, os homens são mais discretos e as louras altas não são assim tão raras, tinha-me esquecido do efeito arrasante. Naquela discoteca foi impossível e foi de sentir pena. Os homens e rapazes babavam-se. Literalmente. Sem o mínimo de discrição ou, assim, de orgulho. A minha avó descreveria a situação como "cães à volta de uma cadela com cio" e a analogia não estaria desfasada da realidade. Ela divertiu-se imenso e no dia a seguir contou aos colegas, um holandês, um norueguês e uma alemã, que tinham decidido ir prá caminha cedo. Completo gozo. Eu, cheia de vergonha, a desculpar o homem português. Coitados. Falta-lhes altura. Deixem-nos lá.

Nhê nhê nhê nhê nhê


A Susana Bês diz-me que vós estais a ter um tempinho cinzento. Eu que sou má como as cobras e que nisto do tempo tenho 10 oportunidades para vos fazer inveja e vós tendes as restantes 355, tenho que aproveitar para comunicar que ESTÁ UM SOL ESPLENDOROSO!!!

É oficial: PRIMEIRO DIA DE PRIMAVERA!

quarta-feira

Longing

Esta semana tenho sido assombrada por sensações. Os primeiros cheiros de Primavera em Portugal. Sair do trabalho e caminhar até casa por entre a exuberância de luz e um vento fresco e suave na cara. Os cheiros de Maio entre a Primavera e o Verão. As manhãs sublimes de Maio. A maresia e o toque quente na pele salgada. O prateado do fim de tarde. Fecho os olhos e viajo. Isto é o que deve ser a saudade. Este beijo.

Inquisição hoje no Afeganistão

Excertos de artigo da BBC:

Abdul Rahman is charged with rejecting Islam and could face the death sentence under Sharia law unless he recants.

Afghanistan's post-Taleban constitution is based on Sharia law, and prosecutors in the case says this means Abdul Rahman, whose trial began last Thursday, should be put to death.

"We will invite him again because the religion of Islam is one of tolerance. We will ask him if he has changed his mind. If so we will forgive him," the judge told the BBC on Monday.

But if he refused to reconvert, then his mental state would be considered first before he was dealt with under Sharia law, the judge added.

Mr Karzai's office says the president will not intervene in the case.

Observers say executing a converted Christian would be a significant precedent as a conservative interpretation of Sharia law in Afghanistan.

But it would also outrage Western nations which put Mr Karzai in power and are pouring billions of dollars into supporting the country.


Via The religious policeman, que eu aconselho vivamente a visitar.

Os Srs. padres das Oficinas de S. José

Relativamente à tragédia da tortura e assassinato da Gisberta, os srs padres ligados ao caso dizem que:

A Oficina de S. José, Porto, assume apenas «responsabilidade moral» no homicídio de um sem-abrigo em que alegadamente estiveram envolvidos 11 dos seus 68 internos

«não era de todo previsível que uma situação destas pudesse ocorrer».

Lino Maia disse que foi «a falta de projectos de vida».
«Se nas famílias há problemas, numa instituição com 68 jovens essa probabilidade aumenta», acrescentou.

instituições como a Oficina de S. José «não estão vocacionadas para jovens com antecedentes criminais»


O que os qualifica como parvos e incompetentes.

Os Srs. padres estão tão preocupados em desculpar-se que são incapazes de fazer o mea culpa. As consciências dos padres não me preocupam, mas preocupa-me que não analisem cuidadosamente o que está mal e como evitar que nova tragédia ocorra. Para os Srs. padres a culpa é da vítima, por ser quem é, e dos agressores que são uns criminosos e os padres coitados, não estão aptos a lidar com pecadores. Benza Deus.

Os Srs. padres são uns simples e só estão aptos a encarregar-se de anjinhos. Como anjinhos só no Além, penso que se deverão guardar para depois da morte, para andarem a brincar aos educadores.

Vamos lá a pensar: se tivéssemos que arranjar alguém para tomar conta de filhos adolescentes para serem equilibrados elementos da sociedade iriamos incubir a sua educação a senhores que se dedicam ao recalcamento? Que acham que formar uma família diminui a sua capacidade de entrega a Deus? Poderia dar muitos mais exemplos de que eles, por princípio, não têm os parafusos todos no lugar, mas fiquemos por aqui. Estou a pensar em jovens sem traumas. Agora imaginem com a carga que aqueles miúdos têm. Famílias disfuncionais, maus-tratos, negligências, falta de amor, etc.... Não é com fé e rezas.

Pessoalmente sou de opinião que tendo em conta as reacções dos devotos membros da igreja após a tragédia, se pode concluir que não são confiáveis para tomar conta de crianças e adolescentes. Realço .

terça-feira

Frank X. Gaspar e "A Minha Terra"

Excerto de entrevista a escritor norte-americano de origem portuguesa, traduzida e disponibilizada por/no Poesia & Limitada.

(...) MP — O jornal The New York Times disse do livro [Leaving Pico] que ele é um retrato fiel da comunidade portuguesa e da luta que esta trava na América contra a integração. Acha que os portugueses são mesmo assim? Vivem aqui fisicamente mas o coração ficou em Portugal?

FG — Essa crítica do New York Times é muito interessante. Acho que o “retrato fiel” é um pouco exagerado, mas penso que captei uma pequena parte do modo de vida de uma pequena cidade. Mas não podemos ignorar que há tantas e tão diferentes comunidades portuguesas que nenhuma novela poderia falar por todas elas. Nós precisamos de mais novelas, mais novelistas, mais poetas e mais escritores. Se o coração ficou em Portugal? Absolutamente. Eles falam de Portugal com tanta saudade e tão persistentemente, mesmo sabendo que a vida material é melhor aqui nos Estados Unidos.E a palavra “Portugal” nunca é usada, é sempre “a minha terra”. Foi assim que eu ouvi falar da “minha terra”, que era como uma terra mágica ou o continente perdido da Atlântida. E a língua portuguesa era também essa linguagem perdida, que existia apenas nessas histórias. Eu nunca li muito acerca de Portugal em livros, não era possível encontrar muitas histórias acerca de nós. Era como se fôssemos de outro planeta. (...)

Ouvi dizer

que hoje é o DIA MUNDIAL DA POESIA.




Cá vai pessoal, de mim pra vós:

dum ... dum
... mais branco
se eu não gostar ...
é ... impulse
olá olá

Brincadeirinha. Bom dia e Bom Sol.

segunda-feira

uma decisão minha

Agora vou ali ser eficiente.
Este mundo só nos viola a alma.

uma conclusão minha - sequela

As pessoas eficientes não ligam à net.

Arte...

...que se faz com água e a reacção dos "incultos". Não queria generalizar, mas uma coisa destas não tinha que vir de Inglaterra?

uma conclusão minha

que poderá ter sido publicada, mas que juro não conheço, não estou a plagiar, há coisas que toda a gente acaba por concluir, uns mais tarde que outros.

As pessoas eficientes não têm imaginação.


Cambada... [neste ponto eu digo esta palavra com muito, muito rancor].

Fotografia

que gosto muito.

Manifesto ateísta

por Sam Harris

Editor’s Note: At a time when fundamentalist religion has an unparalleled influence in the highest government levels in the United States, and religion-based terror dominates the world stage, Sam Harris argues that progressive tolerance of faith-based unreason is as great a menace as religion itself. Harris, a philosophy graduate of Stanford who has studied eastern and western religions, won the 2004 PEN Award for nonfiction for The End of Faith, which powerfully examines and explodes the absurdities of organized religion. Truthdig asked Harris to write a charter document for his thesis that belief in God, and appeasement of religious extremists of all faiths by moderates, has been and continues to be the greatest threat to world peace and a sustained assault on reason.



Frase: O ateísmo é a recusa em negar o óbvio.

domingo

Transamerica


Perdoa-se tudo a este filme porque é ternurento e hilariante. A Felicity Huffman não é tão fantástica como esperava, mas é boa ++. Outros actores conseguem construir personagens que nos envolvem, que de certa forma acabamos por amar (eu absolutamente amo a mãe - Fionnula Flanagan; não me pronuncio acerca do rapazinho - Kevin Zegers - porque penso ser incapaz de imparcialidade). Há muito extremo, mas é daqueles filmes que há que fazer fé e ir em frente. Vale a pena. A cena que me custou mais a engolir é aquela em que finalmente o rapaz sabe que ela é o pai (um bocadinho tapado o miúdo...). É um pouco talvez seguramente demais. Mas eu perdoo.

quinta-feira

O esquecimento lusitano

Viver na Alemanha fez-me dar conta do esquecimento em Portugal dos seus pecados. É bom que haja alguém que nos lembre. Que não tenhamos a aleivosia de achar que a barbárie não pode morar em nós. Precavenhamo-nos.

no smoke, 'swear, just sugar

sugar number 5.


SUGAR 5
Lamb

skipping time and life is all aglow
everything looks brighter than before
in my heart a fire burns oh so strong
and i know this time it's here to stay

my ears hear every sound
and now my eyes can see
i can leap and not look down
this earth has greater arms to hold me
this earth has greater arms to hold me

breathing fresh i feel a new day dawn
heaven's open precious life reborn
knowing from much deeper than my mind
nothing's two and everything is one

my ears hear every sound
and now my eyes can see
i can leap and not look down
this earth has greater arms to hold me
this earth has greater arms to hold me

my ears hear every sound
and now my eyes can see
i can leap and not look down
this earth has greater arms to hold me
this earth has greater arms to hold me
this earth has greater arms to hold me
this earth has greater arms to hold me

quarta-feira

Tenho um trauma

Ou como diria o meu irmão: uma pancada das grandes. A culpa, claro está, é dos meus pais. Foram eles: o meu pai com os seus discursos absurdos das horas da refeição (mais trabalhados ao Domingo, depois da missa), que eu tentava ignorar concentrando-me na sopa de letras ou nos meandros do frango assado; ou as lamúrias amalianas da minha mãe, mostrando como o fado não é só música, mas um estilo de vida. Como qualquer adolescente sadia, eu prometi-me nunca ser como eles. Mas na minha fragilidade, cultivou-se em mim esta sede de os ouvir a dizer disparates. Agora que vivo bem longe deles, o tempo que falo com eles é demasiado curto. Substituí a necessidade lendo os blogues "liberal-economistas". Leio e sorrio condescendentemente, leio e chateio-me, leio e horrorizo-me se alguma das vezes há uma opinião como a minha. Uma coisa é certa: eu preciso de ler os disparates dos "liberal-economistas". Tira-me as saudades dos meus pais.

terça-feira

alvos

Mulheres iranianas (voluntárias paramilitares) verificam os alvos, num treino de tiro, em Teerão.

Na BBC.

Adultos precisam-se

Uma amiga minha diz que os adolescentes deviam ser todos enviados para uma ilha e deixados lá até serem adultos.

Com uma data de preservativos, galhofei eu.

Claro.

E aqueles que não conseguem alcançar o patamar de ser adulto?

Ela não soube responder, mas eu acho que o plano já é posto em prática algures e os adolescentes perenes são enviados para a Sérvia e Montenegro.

segunda-feira

Uma mensagem cristã

(...)

In her no-nonsense style, Annie Proulx said of Brokeback Mountain, “It is a story of destructive rural homophobia.” (...)

A reasonable hope of belonging to a safe place and to safe people is often an anxious prayer for many people. Who doesn’t desire to be safe in our own home, at work, at school, in our church, in our own skin? Yet this is not the real or perceived reality for most lesbian, gay, bisexual and transgendered people in our communities and congregations, even when “Will and Grace” airs on prime-time. Two-thirds of out LGBT youth in the U.S. were threatened or injured with a weapon at school last year. Matthew Shepherd’s crucifixion on a Wyoming stock fence, less than a year after the publication of Brokeback Mountain, still serves as a compelling symbol of the coercive, violent force of homophobia, and not only in the rural West. Wyoming is merely a metaphor.

I believe that the official rulings and language of our churches about something we call “homosexuality” only serves to strengthen homophobia’s hateful grip on our world. The recent United Methodist and Vatican rulings do not simply function as ecclesial decisions guarding ordination and church membership. Like judgments from the Inquisition, they are as lethal as a tire iron in the hands of violent men, for these rulings continue to isolate human beings from communities which are called upon to be life-giving. Couple this isolation with language that dehumanizes men and women as “innately disordered” or worse, and the self-hate and desperation often lead to death. Gay and lesbian teenagers in the U.S. attempt suicide at more than five times the national average. Annie Proulx noted the “fact that Wyoming has the highest suicide rate in the [U.S.], and that the preponderance of those people who kill themselves are elderly single men.” Ennis and Jack managed to stay alive for each other as long as they could, the way soldiers do in war, not fighting for great causes or honor, but for those particular soldiers with whom they had become inextricably bound.

Brokeback Mountain, in addition to magnifying the destructive power of homophobia, also shatters a compelling myth in our divisive discourse about sexuality, the myth that we freely choose our “sexual orientation.” When Jack and Ennis were raised to despise “queers” and when they knew first-hand the life-threatening risks of getting caught, they would have been insane to make such a choice - in 1963 or in 2006. They chose this love like they chose to be wet when it rained or cold when it snowed. “Without a single polemical speech, [Brokeback Mountain] dramatizes homosexuality as an inherent and immutable identity, rather than some aberrant and elective ‘agenda’ concocted by conspiratorial ‘elites.’” (Frank Rich, N.Y.Times, 12/18/05). Hopefully the church can let this myth die.

(...)

I wonder as I wander at the foot of Brokeback Mountain if the church has the capacity and courage to declare a Jubilee... a time and space in which it would listen to the sacred love stories of Jack and Ennis ... setting aside worn-out labels such as “homosexual” for words we understand: son, daughter, friend, neighbor, sister, brother, partner. Could we listen well to the flesh-and-blood stories of fear and desolation, joy, discovery, liberation, belonging, and love? Like the Truth and Reconciliation hearings in South Africa, could we bear to hear our own stories of crucifixion? Could we go to those places which have been off-limits to pulpits and pot-luck-suppers?


David Jenkins, professor na Escola de Teologia de Calder, Universidade de Emory, Atlanta

Jon Stewart

Sou daquelas pessoas que sei das "novidades" quando já estão rançosas. Lembro-me de uma amiga a arrastar-me para fora de um café, por entre uma enxurrada, para o carro dela, onde me aspergiu de Manu Chao e me disse que eu não podia ficar mais nenhum minuto da minha vida em tal ignorância. Ou quando me emprestaram todos os livros do Paul Auster (ao fim de ler três tive de arrasar muitos corações ao dizer que o tipo até parecia escrever bem, mas que eu detestava as histórias); quando me obrigaram a ver "O sexo e a cidade" e eu disse que preferia suicidar-me a ver outro episódio; ou quando me deliciei 5 horas a ver "Friends" e os meus amigos ficaram contentes que pelo menos uma vez eu não me armasse na ovelha ranhosa; ou quando uma amiga me disse que eu tinha de ver os "X-files", nem que fosse pelo homem (vi vários episódios, mas a certa altura as teorias da conspiração começaram a acertar-me nos nervos).

A última: Jon Stewart. Mas tu não conheces o último apresentador dos óscares? Nope. Como pode ser? Como? Eu digo que vi a fotografia na internet. É giro. Aí vou eu outra vez arrebatada. Um programa qualquer americano onde fazem piadas com as notícias, algumas percebo, explicam-me as outras. Então? Sim senhor. O tipo tem muita piada, parece bastante inteligente e é atraente. Agora, o que me pergunto é quem será o pobre diabo que, para equilibrar o universo, terá que ser tão feiínho, tão chatinho e tão brutinho?

domingo

O novo mundo



O novo filme de Terrence Malick



é típico de poesia. Contemplamento... :-)



Agora é esperar até à próxima década pelo próximo filme.


Oh, Malick! Vê lá se te despachas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

sábado

Isto anda fantástico



Actividade do dia: espolinhar-me.

sexta-feira

Um pinguim de cartola



Figura gamada ao Da Literatura.

Andei a ler sobre a tomada de posse do Cavaco Silva. Geralmente parava a meio dos postes. Não devido aos postes em si, mas ao assunto. Só comecei a ler porque nos blogues que habitualmente visito se escreveu sobre o assunto. Foi um pouco na mesma linha de ver a publicidade no meio dos programas: não se está realmente interessado, mas enquanto se passa de um lado para outro... Então porque raio estás a escrever este poste? Por causa da figura acima. Sabem aquilo de uma figura valer por mil palavras? A tomada de posse do Cavaco Silva há-de ficar-me na memória daquela forma... O passado diz-me que se adequa.

DaaaSSS!

Vamos lá meter EeLs

NOVOCAINE FOR THE SOUL

life is hard
and so am i
you'd better give me something
so i don't die

novocaine for the soul
before i sputter out

life is white
and i am black
jesus and his lawyer
are coming back
oh my darling
will you be here
before i sputter out

guess whose living here
with the great undead
this paint-by-numbers life
is fucking with my head
once again

life is good
and i feel great
'cause mother says i was
a great mistake

novocaine for the soul
you'd better give me something
to fill the hole
before i sputter out

copyright 1996, 2003 EELStheband.com

Eu hoje continuo assim

quinta-feira

Erro de prazer

Cometi o erro de montar uma playlist trapalhona com músicas das bandas sonoras do American Beauty, do Kill Bill 2, do Elizabethtown e do Brokeback Mountain.

Agora fico horas a olhar pela janela e a ouvir e a sentir o que cada música arrasta atrás. Acabei de criar um monstro musical que não me deixa. Frankenstein, auditivamente te digo que percebo o que sentiste pá!

Desaires de viver entre pessoas altas

Hoje ajuntamento anómalo de mulheres de cú grande tapou-me a vista.

segunda-feira

Deixem-me lá escrever sobre aquela coisa que não interessa nada

Há uns anos que não prestava atenção aos óscares. Pelo simples facto de que não se baseiam em qualidade, mas em política, em interesses, em influências, mecanismos que não me interessam. Mas este ano foi diferente. Sei que o foi por Brokeback Mountain. Ver até onde vai a liberalidade da academia. Não me surpreendi.

Ainda assim, tendo em conta o currículo da Academia a dar prémios, Crash não é nada mau*. Só de lembrar o Shakespeare in Love a ganhar o óscar, ainda por cima no mesmo ano de Saving Private Ryan... Portanto, ainda que o Crash seja daqueles filmes que irritam pela simplicidade de pensamento (se estás de mau húmor vingas-te no primeiro que tenha uma cor diferente da tua), pelo uso, neste filme descabido, da mais elegante e bela cena do Magnólia (tentaram tapar a verdade com neve em vez de sapos, mas eu apanhei-os...), pelas formulazinhas bem intencionadas e pela redenção final (sem comentários), é ainda assim um filme que capta, com interpretações efectivas e afectivas, um filme que no cômputo final diz algo mais que entretenimento vazio.

Quanto a Brokeback Mountain: é um filme belíssimo, ainda que quando penso na história, penso mais na palavra escrita do conto denso e brilhante de Annie Proulx. Li que o filme está a ter muito sucesso com as mulheres. É normal. Além de não estarem preocupadas com os "perigos" que poderão espreitar a sua masculinidade só por ver o filme, as mulheres adoram uma boa história de amor. Não, não estou a dizer que esta história não é sobre dois homossexuais e a tragédia do "armário", como já li. Estou simplesmente a escrever que se a história fica no pensamento é por ser uma história de amor trágica, como um Paciente Inglês ou Romeu e Julieta. É claro que não fica em branco que actualmente os amores não têm que enfrentar pais desavindos (não estou a falar da India) e a morte será sempre irremediável. Lembremo-nos apenas que nesta nossa civilização ocidental ainda há entraves à felicidade fruto de estreiteza de espírito. Fica mais trágico quando a tragédia é resultado de mesquinhez. So fucking pointless.

* Dei-me conta agora que no ano passado deram o óscar de melhor filme ao Million Dollar Baby e fiquei boquiaberta. De vez em quando consegue passar pelo filtro um filme realmente notável. Ok, neste século também amei o American Beauty...

sexta-feira

A depressão

mastiga-se devagar, como quem come vidros.

quinta-feira

Feio és tu!

O José Mourinho aparece citado na New Scientist por ter dito:
Por vezes vê-se gente bonita sem miolos. Outras vezes tem-se gente feia e inteligente. Assim, como os cientistas.

Isto para justificar um jogador qualquer dele. Se é para generalizações, eu também posso: os jogadores de futebol parecem todos grunhos. Prontos.

O insulto

Isto provavelmente nao e' nada novo para outros bloguistas, mas isto de ser objecto de insultos na caixa de comentarios e' novo para mim. No principio fiquei chocada. Depois fiquei insultada pela magreza do insulto. So isto? Que raio de insulto e' este? Sera a minha sobrinha de 11 anos? Mas nao pode ser. Os insultos dela sao pequenas maravilhas que anteveem uma inteligencia sagaz e um futuro glorioso de pouquissimos, mas fieis amigos. Nem sao insultos. Sao criticas. Destrutivas, mas ainda assim, contruidas na observacao caustica dos defeitos dos outros. Que orgulho... Alem de que essa minha sobrinha, fruto de uma mistura estranha de genes piratas e pastores, contrabandistas, gentes de foice e garrafao na mao, contestatarios e nunca cobardes, critica pela frente, a carimbar com cuspe a assinatura na testa. Para minha eterna infelicidade, eu herdei a espuma arrogante, formei-me sem o espirito fervente do alcool decantado pelas geracoes.

Onde e' que eu ia?

Ah, ainda que este insulto seja tao misero, geralmente gosto de responder a quem se da ao trabalho de colocar comentarios, assim eu riposto: SEU ABOMINAVEL HOMEM DE FELGUEIRAS!

Prontos. Espumoso, mas foi o que consegui.