segunda-feira

Jon Stewart

Sou daquelas pessoas que sei das "novidades" quando já estão rançosas. Lembro-me de uma amiga a arrastar-me para fora de um café, por entre uma enxurrada, para o carro dela, onde me aspergiu de Manu Chao e me disse que eu não podia ficar mais nenhum minuto da minha vida em tal ignorância. Ou quando me emprestaram todos os livros do Paul Auster (ao fim de ler três tive de arrasar muitos corações ao dizer que o tipo até parecia escrever bem, mas que eu detestava as histórias); quando me obrigaram a ver "O sexo e a cidade" e eu disse que preferia suicidar-me a ver outro episódio; ou quando me deliciei 5 horas a ver "Friends" e os meus amigos ficaram contentes que pelo menos uma vez eu não me armasse na ovelha ranhosa; ou quando uma amiga me disse que eu tinha de ver os "X-files", nem que fosse pelo homem (vi vários episódios, mas a certa altura as teorias da conspiração começaram a acertar-me nos nervos).

A última: Jon Stewart. Mas tu não conheces o último apresentador dos óscares? Nope. Como pode ser? Como? Eu digo que vi a fotografia na internet. É giro. Aí vou eu outra vez arrebatada. Um programa qualquer americano onde fazem piadas com as notícias, algumas percebo, explicam-me as outras. Então? Sim senhor. O tipo tem muita piada, parece bastante inteligente e é atraente. Agora, o que me pergunto é quem será o pobre diabo que, para equilibrar o universo, terá que ser tão feiínho, tão chatinho e tão brutinho?

5 comentários:

João Melo Alvim disse...

A do "Friends" lembra-me os meus preconceitos contra a série. Afinal, aquilo tinha sido dobrado em português e a Anniston parecia ser incapaz de participar numa série que não fosse asséptica. No entanto, agora que todo o santo dia, a 2: dá direito a um episódio (já foram dois), converti-me. Sim, converti-me.

Quer dizer, continuo a ser um herege de culto Seinfeldiano e Pythoniano (não necessariamente por esta, ou qualquer outra, ordem), mas o Friends sem ser ortodoxia (até porque é muito mais cínico, sarcástico e desbragado do que pensava) é uma anormalidade quase normal.

Quanto aos X-Files e Manu Chau, apenas digo que não há paciência mesmo.

No que toca ao (como diria o meu amigo Lüpia) Prof. Doutor Jonathan Stewart, o homem está lá ponto. Eu acho que o contraponto universal perfeito seria o Fernando Mendes, mas estou aberto a sugestões.

abrunho disse...

Fernando Mendes. É capaz. :-)

Tenho um par de amigos que têm a colecção inteira de "Friends". Neste momento correm as tardes de "Friends", o ciclo Almodovar (os primeiros filmes dele são incríveis. Maus e malucos. Mas parecem ter sido uma óptima escola), o ciclo Monty Phyton. Há também uns ciclos de filmes japoneses e de horror, mas nesses não participo. Tenho uns amigos muito "TV Movie nerd".

João Melo Alvim disse...

Ciclo Monty Python é sempre uma excelente escolha... Aliás, em tempos blasfemos, nada como ver "A Vida de Brian".

abrunho disse...

"A vida de Brian" é o meu favorito. Adoro os rebeldes. A mãe do Brian!

Especial de estar na Alemanha a conviver com uma língua cheia de declinações é a cena em que ele está a escrever "Romans go home" em latim num muro e é apanhado e o soldado fá-lo declinar. Nós quase morremos de tanto rir. Eu não conseguiria declinar correctamente em alemão. Nenhum de nós.

João Melo Alvim disse...

"Romanes eunt domus"...People called roman they go home?

A cena é absolutamente memorável, a que juntava a do apedrejamento...