terça-feira

Frank X. Gaspar e "A Minha Terra"

Excerto de entrevista a escritor norte-americano de origem portuguesa, traduzida e disponibilizada por/no Poesia & Limitada.

(...) MP — O jornal The New York Times disse do livro [Leaving Pico] que ele é um retrato fiel da comunidade portuguesa e da luta que esta trava na América contra a integração. Acha que os portugueses são mesmo assim? Vivem aqui fisicamente mas o coração ficou em Portugal?

FG — Essa crítica do New York Times é muito interessante. Acho que o “retrato fiel” é um pouco exagerado, mas penso que captei uma pequena parte do modo de vida de uma pequena cidade. Mas não podemos ignorar que há tantas e tão diferentes comunidades portuguesas que nenhuma novela poderia falar por todas elas. Nós precisamos de mais novelas, mais novelistas, mais poetas e mais escritores. Se o coração ficou em Portugal? Absolutamente. Eles falam de Portugal com tanta saudade e tão persistentemente, mesmo sabendo que a vida material é melhor aqui nos Estados Unidos.E a palavra “Portugal” nunca é usada, é sempre “a minha terra”. Foi assim que eu ouvi falar da “minha terra”, que era como uma terra mágica ou o continente perdido da Atlântida. E a língua portuguesa era também essa linguagem perdida, que existia apenas nessas histórias. Eu nunca li muito acerca de Portugal em livros, não era possível encontrar muitas histórias acerca de nós. Era como se fôssemos de outro planeta. (...)

Sem comentários: