segunda-feira

Afegão cristão livre por agora

O juiz que preside ao caso do homem afegão que enfrenta a pena de morte por se ter convertido ao cristianismo suspendeu o processo, afirmando que o caso tinha falhas e enviou-o de novo para o Ministério Público. Abdul Rahman poderá assim ser já hoje libertado, enquanto se espera a revisão da acusação, segundo a Associated Press.

(...)

O caso de Rahman causou indignação nos países com tropas no Afeganistão, que têm pressionado o Presidente Hamid Karzai a intervir no caso. O sistema judicial afegão é baseado numa mistura entre a sharia e a lei civil - mas o judiciário é dominado por conservadores que gostariam de ver uma condenação. Uma das maneiras de evitar uma embaraçosa condenação sem desagradar por completo aos conservadores seria declarar Rahman mentalmente instável.

Abdul Rahman já disse que está de perfeita saúde, [e afirmou] afirmando-se mesmo disposto a sofrer o castigo da pena de morte pela sua nova fé. Rahman afirmou ainda que será ele próprio a encarregar-se da sua defesa, já que não conseguiu encontrar um advogado disposto a fazê-lo. Recusa ainda sair do país se isso for uma condição para ser libertado.
Hoje no Público (artigo com subscrição)

3 comentários:

João Melo Alvim disse...

Países ocidentais a pedirem ao poder político para interferir no poder judicial... exemplo que demonstra bem a quadratura do círculo a que chegámos... mas se calhar a única forma de evitar um acto bárbaro.

abrunho disse...

Com este caso parece-me que não temos que estar preocupados com a intromissão do poder político no poder judicial. Esperemos que este não esteja infectado pelo poder religioso. É uma questão de fé. Em quem pôes a tua? Nos políticos ou nos imãs?

João Melo Alvim disse...

Eu, neste caso, nos políticos. Mas mostra bem as armas com que temos (sublinho temos) de lutar, só isso. É que, como li algures, temos de tornar a democracia segura para o mundo.