quinta-feira

Tudo é/está iluminado

Estou apaixonada por um livro. Mantas de retalhos postas umas em cima das outras. Dois jovens que fazem de conta o que sao. Velhos que fazem de conta um passado. Uma aldeia que faz de conta. Apaixonamentos, amores, casamentos, mortes. Em caixas. O fim do mundo que aconteceu mil vezes e há-de voltar a acontecer mil vezes mais. O amor, o amor pelo amor e não pela pessoa, o amor que já existe antes de o ser, o amor por quem há-de nascer, o amor por quem não se conhece. Mas ao mesmo tempo o amor que nao pode, mas poderia, se nao fosse quem amasse. Ser-se. Escolher-se. Escolher não ser cobarde, não poder não escolher não ser cobarde.

Este livro é magnífico e há tradução em português:

Está Tudo Iluminado
Jonathan Safran Foer

Colecção: Grafias
Editora: Temas & Debates

O formato, a própria escrita é importante, portanto a qualidade da tradução é essencial. Não tenho ideia disto...

Eu tinha traduzido o título para Tudo é iluminado. Eu continuo a preferir a minha visão. Tem optimismo. A luz existe sempre, temos de ser nós a encontrá-la. Como diz Alex (querido descobridor):

We all choose things, and we also all choose against things. I want to be the kind of person who chooses for more than chooses against, but like Safran, and like you, I discover myself choosing this time and the next time against what I am certain is good and correct, and against what I am certain is worthy. I choose that I will not, instead of that I will. None of this is effortless to say.

2 comentários:

Helena Araújo disse...

E que tal
"Tudo Iluminado"?

(odeio traduzir - uma tradução nunca está completa, é sempre possível retocar um pouco mais, desvendar um último sentido)

abrunho disse...

Imagino que os tradutores tenham imensas dores de cabeça e nem consigo imaginar traduzir poesia. Eu já tenho dificuldades em decidir se vou ou fico. Mas sem irmos para coisas complicadas, o tentar traduzir pode ser enriquecedor. Quando gosto imenso de uma passagem num livro, tento traduzi-la para português e até já me apanhei a fazer o vice-versa - a tentar traduzir para o inglês. Assim, sou obrigada a pensar nas palavras e é como tentar ver os cristais de gelo.

Hoje estou poética... :-)