De vez em quando vêm uns lamentos do Portugal triste que nao se desenvolve, até ao ponto de já alguém ter apontado os dedos aos nossos genes colectivos. Depois perguntam-se porque é que os portugueses até dao ares de mérito no estrangeiro, porque nao na pátria, porque é que aquele solo nao dá fruta (e etc e tal cliche)?
Esta semana, por duas vezes, gente da minha geracao, trintoes portanto, que se lamentam nos moldes anteriores e sao muito modernos e muito pela iniciativa privada e pela responsabilizacao individual e muito modernos e fazem muitos erros ortográficos e gramaticais, falavam dos intelectuais e das "elites" com um desprezo e apontaram-me o dedo como uma parasita que tem a sorte de mamar em tetas de ouro, quando o que é que eu faco realmente? Pode-se comer? Pode-se meter no tanque do carro? E eu faco ciencia. Imaginem se fosse artista!
Num país em que nao se percebe o poder da arte como propulsor da criatividade humana, e até a ciencia, até a ciencia lhes parece um desperdicio, acho que podemos parar de olhar para os genes.
2 comentários:
Mau feitio, deixei-te um desafio.
Olá, sua inútil, ;-)
num dos museus em Washington DC tinha uma exposição engraçada: quadros encomendados por Roosevelt no âmbito do New Deal. Os pintores foram pagos pelo Estado para pintar e encherem de quadros as repartições públicas, de modo a dar ao povo algo que comentar e criar um certo optimismo pela via da beleza.
Como dizem eles:
"Federal officials in the 1930s understood how essential art was to sustaining America's spirit. "
Podes ver aqui:
http://americanart.si.edu/exhibitions/archive/2009/1934/
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