segunda-feira

A crise da meia-idade

Precisamos de simbologias, de efemérides, de pontos marcantes e viragens de 90 graus. Precisamos de nos levantar de manhã e em algumas dessas manhãs de nos darmos um estalo e marcar a dor um ponto, um ponto que inventamos ou a que damos importância, tipo os anos, nossos e doutros, um feriado, um golo ou um autógrafo. Diria a Igreja que é muito natural e o Sr. Presidente que é no interesse do país. É preciso o alternado dalgo ao marasmo da existência. A marcação cerrada ao que se prolonga pela linha de tempo que se esvai na morte. É preciso casar, descasar, juntar e quebrar os cacos em cacos, comprar uns brincos, fazer aquela viagem e aquela festa. É preciso chamar a alternativa e destruí-la em rotina. É preciso descansar em algo imenso como o oceano. É preciso viver e chamar-lhe vida.

1 comentário:

Anónimo disse...

gosto!