quarta-feira

Sem meio

Tenho-me desleixado na actividade mais importante de um blogador: citar o que os outros dizem, fazendo-o nosso. Pode ser porque queremos chamar a atençao, porque queremos discordar, comentar ou porque concordamos tanto, tanto que dói.

Aqui fica: "Dá ideia que Portugal oscila entre o doutorado e o analfabeto. Falta aqui um estado intermédio, entre a mera sobrevivência e a grande teoria capaz de colocar Portugal no futuro distante, que nos permita perceber o que é prático e útil em cada momento."

Quando andava no liceu, chegava-se ao nono ano (se se chegasse) e ia-se trabalhar e aprender o mister a fazer. Os que continuavam a estudar era para ir para a Universidade. Ninguém nos perguntou se queriamos aprender a fazer, o que me leva a pensar que nao havia/há escolas profissionais. Aprender a ser mecanico, a ser costureira, a ser trolha, a medir o pH da água. Aprender a fazer, em vez de só aprender termodinamica, a revolucao industrial, a fisica de Newton, os átomos e pensar no assunto. Uma vez passei os olhos pelo programa de um curso num politécnico. É uma cópia mal-amanhada da Universidade. Uma pessoa sabe que devido aos níveis educacionais do antes do 25 de Abril, houve/há o culto do senhor doutor. Este senhor doutor nao faz, pensa, planeia. Agora Portugal é o país de pessoas que nao sabem fazer e pessoas que planeiam e estudam, mas nao fazem (e provavelmente sabem como fazer, mas nao fazer). Portanto, o que é feito, é mal-feito, mas há muitos estudos de como fazer. Há algo na minha teoria que nao encaixa: porque é que nao há filósofos portugueses? Sou distraída ou a filosofia é afinal uma disciplina prática?

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