quarta-feira
Que se lixe a peugada
Nao há respeito pelo silencio. Já todos sabemos disso, pelo menos aqueles que nao vivem em ilhas desertas e até desejam que lhes gritem. Mas está-se muito pior que no meu tempo (o que eu desejei ter idade para comecar a dizer isto). Nao se entende o silencio. Parece que o silencio é a ausencia de barulho feito por seres viventes: o bébé a chorar, o casal a brigar, o vizinho a ressonar, o cao a ladrar, até o galo ou os grilos, por estas orelhas que hao de apodrecer no humus materno, já ouvi pessoas queixarem-se que acordaram com o galo ou que nao conseguiram adormecer com os grilos! Que mundo louco é este em que vivo? Pois aí fui de bilhete de comboio na mao, acomodar-me numa carruagem para dormir, como bem dizia à entrada, para uma boa dormidela até aos Alpes Suicos. Na carruagem tinham escrito confortável, nao um adolescente qualquer, nao, grafiti formalizado e permitido, pelo que me senti confiante e até deslumbrei que aquilo tinha dois andares, olha que fino, dois andares numa carruagem. Pois, meus amig@s, nao deitei nenhuma das sobrancelhas... Descobri como é um secador do cabelo por dentro. Disseram-me que era o ar condicionado e houve grande espanto que eu em vez de me sentir confortável, como seria o óbvio sentir depois de ter lido o exterior da carruagem, me sentisse cansada, até zangada. Muito pior seria estar com os outros, a dormir 4 ou 6 no mesmo compartimento. E eu sonhei acordada com o ressonar de 5 seres humanos, em vez da ventoinha parasitica que se albergava nas paredes da minha carruagem. Há momentos em que nao suporto este mundo. E é por isso, que neste momento de publicação, eu estarei num avião, porque pelo menos é uma tortura menos demorada. Com tanto ar condicionado ainda a peugada é igual.
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