domingo
A estrela
O Roman Polanski foi talhado para a tragédia. Até a tragédia de estar entre dois mundos que teimam em ver o mundo da mesma forma, mas com óculos diferentes. Por ele ser artista supremo, puseram-no noutro nível de julgamento, de um lado como desculpabilizante, do outro como motivo de assédio. Se Roman não fosse Polanski, o caso ter-se-ia resolvido há 32 anos e não tendo sido resolvido teria sido esquecido por agora. Se Roman não fosse Polanski teria sido recambiado sem baixo-assinados e sem ministros. Mas quando se nasce com uma estrela, ela persegue até à morte. Se ele morrer atropelado por uma estrela cadente, não se surpreendam.
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6 comentários:
Primeiro pensei que o Polanski não estava a cima da lei. Depois pensei que se não fosse uma pessoa importante já se teriam esquecido do caso. Depois pensei que as pessoas importantes têm mais responsabilidade, pelo papel de exemplo que constituem. Estou agora por aqui, até nova deriva.
Eu não considero que alguém tenha de ser um exemplo para desconhecidos, porque tem a vida a ser transmitida pelos media. Coitados. Já basta que tenham de se haver com os media. As pessoas prestam contas à justiça. Ninguém tem de prestar contas às opiniões de desconhecidos.
Obrigar os famosos a ter um comportamento exemplar é uma afronta à igualdade de direitos, e uma afronta à nossa própria responsabilidade.
Nem preciso do Polanski para me definir em termos éticos, nem uso as suas histórias para desculpar as minhas.
Do mesmo modo, acho irritante quando vejo pessoas a cometerem pequenas e médias corrupções enquanto se queixam que "eles (os mais acima) são todos uns corruptos!"
Ainda bem que "eles" são todos ladrões, que grande jeito nos dá...
Exactamente, Helena. É isso aí. Só não juntei as palavras com a tua mestria.
Ah, bem me queria parecer que não estava a inventar nada, que era só uma tradução...
;-)
ooohhh. não era isso que eu queria dizer! vês? não consigo comunicar. :)
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