segunda-feira

O Presidente não-profissional

Já há algum tempo que a minha ligação aos assuntos correntes de Portugal é feita pelo programa Governo Sombra. O que é idiota, mas estou em boa companhia. Portanto, quem já considero o meu anti-pessoa, está indignado porque o Presidente da República não ganhará salário nos próximos cinco anos. Isto porque já não se pode acumular reformas com salários e o Cavaco Silva teve de escolher e escolheu o que era maior: as suas duas reformas. Segundo ele, 1) assim o nosso presidente é um amador e não um profissional. Esta para mim é nova. Eu não sabia que haviam Presidentes da República profissionais. Sendo assim, não entendo as últimas eleições. A escolha de um Presidente da República devia ser por concurso público de licenciados em presidência da república. Esta é mais uma grave lacuna nas nossas universidades. Segundo ele, 2) o voluntariado é um acto sem brio, em que o adjectivo de incompetente não se aplica. Um voluntário é alguém de que não se pode esperar muito. Portanto, o salário é-nos pago na expectativa de que ganhando dinheiro não fazemos merda. O que também é uma ideia interessante que não me tinha passado pela cabeça. Como anti, o que me indigna é que se possam receber duas reformas e trabalhar. O que é uma reforma? É, parece, um prémio vitalício de certos locais de trabalho. Isto indigna-me. Principalmente, porque tendo sido Cavaco Silva o Presidente e o Ministro que foi, prémios é coisa que eu não imagino que ele mereça. E mesmo em regime de voluntariado, este homem fica caro demais.

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