terça-feira

Contaminação germânica

A Fonte de Trevi rodeada de gente. O barbudo no meio do conjunto escultório parece que tropeçou numa casca de alga. Olho à volta e penso que despropósito colocar uma fonte ali. As pessoas atiram moedas para dentro da água desejando retornar a Roma. Que despropósito de desejo, penso eu. Estamos ao sol e por entre as gentes, vendedores de cor e pequena estatura tentam vender bugigangas. Olho sonolenta um italiano alto, que se aproxima de um destes vendedores e lhe cobre a omoplata com a manápula, enquanto pergunta o preço. O vendedor retorce-se de debaixo da mão enorme e desperto da preguiça pela sensação de perigo. A manápula agarra agora o vendedor e eu chamo a atenção do meu amigo. O vendedor consegue fugir, mas o italiano alto fica-lhe com as bugigangas. Eu e o meu amigo olhamo-nos a tentar definir o que fazer. O italiano continua a sua saga de apreensão e resolvemos denunciá-lo aos Vigilii, que nos informam que o italiano das manápulas é um deles a apreender mercadoria ilegal. Eu fico indignada: "Mas não há crimes verdadeiros em Roma?". Resolvo avisar os vendedores da presença do italiano das manápulas, mas o meu amigo diz-me que isso seria ilegal. Eu acuso-o de alemão, mas na altura da verdade falta-me a coragem de ir contra a lei. Triste contaminação germânica...

1 comentário:

Unknown disse...

Já tinha ouvido falar no longo braço da Lei, agora fico a conhecer a grande manápula da Lei ...