quinta-feira

O leitor, the reader, der Vorleser

Vi um dos filmes mais tristes da minha vida. Sem tréguas, há filmes tristes, mas este era uma continuidade e se nao estivesse plantada no meio do cinema tinha-me levantado e dito, nao consigo, tanta tristeza eu nao consigo. Mas fiquei e sobrevivi.

Agora que o vi, surpreende-me que das recensoes que li antes do filme ninguem viu o mesmo filme que eu. Li mais umas depois do filme e parece que há um filme que só eu vi, só meu, só eu senti o que senti, só eu. Um filme muito triste só meu.

9 comentários:

Helena Araújo disse...

Tens de ler o livro.
Pelo que dizem, é muito melhor que o filme (com muitas mais entrelinhas).
Não vais ficar decepcionada - também é muito triste.
Desamparo, desamparo, desamparo.

abrunho disse...

Eu tenho a impressao que um colega me tentou emprestar o livro, mas eu devolvi e disse-lhe que o alemao era demasiado difícil para mim. Talvez eu deva tentar de novo agora.

O que me impressiona é que nao consigo imaginar outro filme que contenha tantos dos meus matutamentos sobre os sentimentos humanos: coisas que nos acontecem e que nunca nos deixarao, decisoes que tomamos e que temos de assumir e sobre(viver), sentimentos inconfessáveis que nos governam. Depois há o resto que aniquila, aqueles momentos... A decisao dele, podemos ver a decisao dele de tantos angulos, que nunca sabemos exatamente o que o moveu. Nao sei se viste o filme... Talvez se vires. Nao quero estragar o filme para ninguém.

Helena Araújo disse...

Não vi o filme.
Se me mandas, eu vou ver!
E, pelos vistos, devo levar um pacotão de lenços de papel...

(já não tenho vergonha de chorar no cinema. que se lixe o que os outros vão pensar. além disso, choram todos.)

João Melo Alvim disse...

É daqueles casos raros em que o filme pode coexistir ao lado do livro pacificamente sem o envergonhar. Os Óscares valem o que valem mas este filme era merecedor de mais do que recebeu, só para aproveitar aquele que foi o seu quase momento de fama. Fora isso, posso não ter visto o mesmo filme que tu e se calhar essa é que é a grande virtude d'O Leitor: conseguir ser um filme diferente para cada pessoa que o viu, mas sempre um extraordinário filme.

abrunho disse...

Eu deixei as lágrimas correr. O pior foi o nó na garganta. Pensei que sufocava. Eu fico constrangida e surpreendida com o impacto que esta história teve sobre mim.

Só há algo que gostava que tivesse sido desenvolvido: o argumento do professor sobre a moral e a lei. Talvez esteja no livro explicado ou sugerido de como as palavras do professor afetaram a decisao dele.

Quero que vás ver o filme e que o possamos discutir. :)

abrunho disse...

Joano,

Eu perdi o interesse pelos óscares aquando do dislate "Shakespeare in Love". Eu compreendo que prémios sao sempre discutíveis, mas dentro da subjetividade tem de existir um fator comum nos nomeados: sao todos bons. É um pouco demais ter 4 filmes excelentes, um filme razoável e ganhar este último! Em 2005 prestei outra vez atençao para ver o que ia acontecer ao "Brokeback mountain" e ganhou o "Crash"! Fui ver este ano que filme ganhou. Eu nao vi a maior parte dos outros filmes, mas o vencedor é de novo uma coisa razoável. Parece fácil saber que filme vai ganhar o óscar. É o filme razoável.

underadio disse...

Recebi, hoje, o livro por correio.Vi o trailer e, sim, estou curiosa. Mais agora depois do q disseste sobre o filme.

abrunho disse...

Eu já comecei o livro! :) Afinal, a impressao estava correta e relembrei-me que quando ia devolver o livro, esse colega disse-me para ficar com ele, que o iria ler eventualmente. E lá estava ele na minha prateleira!

Rita Maria disse...

Eu também acho que o filme sobrevive ao livro, e como fiz a experiência ao contrário (o livro primeiro) estava predestinada ao contrário...