Hoje no Público encontra-se uma secção de artigos sobre a Rádio em Portugal. Descreve-se um pouco do que se ouve, de como se escolhem as músicas nas rádios mais importantes e da questão das quotas de música portuguesa.
Na minha compreensão não concordo com as quotas de música portuguesa nas rádios não públicas. Se as pessoas não estão interessadas acho que é um atentado à sua liberdade obrigá-las a ouvir. O estado deveria aprender a não se intrometer na iniciativa privada de que natureza for.
Mas também não digo que não se apoie a música portuguesa. É de interesse público que se mantenha a escolha e aí o Estado deverá cumprir o seu papel. Existem rádios estatais e estas deverão fornecer a alternativa e poderão ser a base de apoio para o desenvolvimento de projectos musicais portugueses. Acredito que os mais populares acabarão por encontrar um espaço nas rádios privadas e que os outros mesmo que sem apoio maciço terão o seu nicho. Desde que tenham qualidade.
Haverão outras plataformas de apoio como espectáculos ao vivo, a televisão pública, apoiar a gravação de novos artistas. As pessoas do meio [de escrúpulos] saberão melhor que eu como pôr iniciativas em prática com a maior das justiças.
Mas nem só a música portuguesa. Também se poderia divulgar música menos conhecida e de qualidade. Música latino-americana, música árabe, música europeia, etc., de certeza que há conhecedores que poderiam fazer programas de qualidade e alargar os nossos horizontes. E deixem os privados em paz. Pode até ser que muitos dos portugueses não se liguem, mas haverão os que procurarão a alternativa, talvez futuros músicos que poderão educar o ouvido...
Vi há pouco um filme documentário sobre a música criada em Istambul. Ouvi uma melodia curda, que fez-me o coração chorar. Era muito bela. Seria fantástico que se tivesse acesso a este tipo de música na rádio. E repito-me pela última vez: se o Estado quer ter um papel no panorama músical radiofónico e de alguma forma educar os portugueses será a divulgar outras músicas nas suas próprias estações.
Penso eu de que...
P.S.: e se é educar pessoas que se pretende, dever-se-á começar na escola a mostrar o que há para lá da cultura popular. E tal não significa ler o regulamento do "Big Brother" nas aulas de português.
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