A lepra ainda existe. Eu pelo menos tinha a ideia errada que era doença passada a semear de um temor primário a literatura e a filmografia.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) quer tornar a minha ideia certa, mas há dificuldades e os técnicos avisam que provavelmente a lepra não será passado pelo menos nos próximos 100 anos. Vem na "New Scientist" desta semana.
Nem é só fenómeno de país em vias de desenvolvimento, se bem que sendo a lepra uma doença de difícil propagação e fácil de curar, os países com estruturas médicas decentes controlam facilmente a doença.
O problema é na África, América do Sul e partes da Ásia. Países?
-> Angola, Moçambique,Tanzânia,República Central Africana, República Democrática do Congo, Camarões, Madagascar;
-> Brasil, St Lucia, Guiana;
-> India, Nepal, Timor Leste, Ilhas Marshall, Ilhas Norte Mariana, Micronésia, Nauru, Samoa Americana.
Nestes são identificados (oficialmente) entre 1 a 6 casos de doença em cada 10 000 pessoas.
Observando quais os países mais afectados conclui-se facilmente quais são as dificuldades no terreno.
Outro aspecto é que a OMS definiu um objectivo (< 1 caso por 10 000 pessoas) e persegue-o com alguma cegueira, fazendo orelhas moucas aos técnicos que avisam de fraudes estatísticas (quem disse que a matemática só tem uma solução?). P.ex.: actualmente o nr. de casos é definido como o nr. de pessoas identificadas com uma das formas da doença e que estão a receber tratamento. Este é longo, podendo ir de 6 meses a 5 anos. Ora, há países em que os técnicos para diminuir os números diminuem o tempo de tratamento.
Além disso, a lepra continua a ser vista como opróbrio e há doentes que dão nomes falsos e desaparecem, desaparecendo também dos registos e, pior, não sendo tratados.
Assim, há imensas pessoas não monitorizadas e não contadas.
O que se defende é que hajam mudanças estratégicas e em vez de definir simplesmente um número, que a preocupação se centre em fornecer terapias e tratamento adequados.
Para mais informações é na "New Scientist" de 16 de Julho.
Para mim foi interessante verificar novamente outra situação em que se define um número para simplificar. Contudo, mais tarde esse número torna-se a estratégia e perde-se de vista o real problema.
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