Em Freiburgo comprei o livro "Neither here nor there" de um Bill Bryson. Tinha visto vários dos seus livros encertados na casa de vários amigos e dei-me conta que havia uma onda de sucesso que eu ainda não tinha experimentado. É um livro de viagens e o Sr. é um escritor de viagens encartado. Tem vários livros, e dos que eu desfolhei na livraria tratavam dos seus corropios na Austrália, no seu país natal (os EUA), a Grã-Bretanha (onde viveu metade da sua vida) e o que eu comprei que é sobre a sua deambulação por países europeus. O seu último livro nem é sobre viagens geográficas, mas pareceu-me viagens no mundo da ciência.
Por vezes sou um pouco "snob" e talvez tenha sido por isso que pensei que os MEUS AMIGOS andando a ler livros de viagens teria de ser algo profundo de alguém introspectivo a dissertar sobre uma diferente cultura. OK. Não sou só snob, mas ridiculamente snob. Esqueci-me que o senhor escritor é norte-americano e que os livros dele são sucessos, logo eu deveria desconfiar que os livros dele são leves. Mas são positivamente leves, perfeitos para leituras em esplanadas. Ele tem um humor baseado na hipérbole e na detecção de disparates e incongruências que é delicioso para mim, pois tenho um humor parecido. Eu sou é menos competente no seu uso. Eu não escrevo livros e ganho a vida, eu rio-me das minhas piadas, geralmente só e contente (snob e egocêntrica). O meu núcleo de fãs é restrito, mas gosto de pensar, "profundo". :-)
Ele ganhou-me no momento em que criticou o Centro Pompidou em Paris. De todas as pessoas a quem perguntei o que acham do edifício recebo um discurso de como é original e interessante e fantástico. Tenho de reprimir o pensamento que me vem à cabeça: que aquilo é feio como a peste e que a maior parte das pessoas convencem-se que parece bem gostar porque senão ainda te acham um provinciano. Várias vezes observei cuidadosamente a monstruosidade intestinal a tentar identificar algo que me atraia. Acabo na fonte e viro as costas ao edifício. A fonte é castiça, mas não convida, talvez porque precisasse de espaço e verde e sol, em vez de estar entalada.
Se o edifício estivesse noutro local, com mais espaço e bastantes árvores a escondê-lo eu até seria capaz de gostar, mas ALI! Como sempre me senti sozinha no meu desprezo fiquei contentíssima quando li o que o Bill Bryson escreveu, tal como:
But what I really dislike about buildings like the Pompidou Centre, and Paris is choking on them, is that they are just showing off. Here's Richard Rogers saying to the world,'Look, I put all the pipes on the outside. Am I cute enough to kiss?' I could excuse that if some consideration were given to function. No one seems to have thought what the Pompidou Centre should do - that it should be a gathering place, a haven, because it's just crowded and confusing. It has none of the sense of space and light and majestic calm of the Musée d'Orsay. It's like a department store on the first day of a big sale. There's hardly any place to sit and no focal point - no big clock or anything - at which to meet someone. It has no heart.
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