quinta-feira

Tá demais

Só em Luanda.

5 comentários:

Helena Araújo disse...

Os comentários desse post são de uma violência insuportável.
Que mundo é aquele?

abrunho disse...

Tens razão. O pessoal passa-se completamente. Eu quando fiz a ligação não me passou pela cabeça racismo nenhum. Assaltar um raper, cantores normalmente cheios de cordões de ouro ao pescoço, no palco é para mim hilariante. Há pessoas com racismo na cabeça. Viste o filme "Children of men"? É um daqueles filmes que pintam o futuro. É um filme interessante, pois sugere, sem explicar, que vários países que entraram em colapso (incluindo europeus) - guerra, fome, desastre natural?. A Inglaterra é um dos países em que ainda existe alguma ordem, mas esta ordem é mantida num estado autoritário, senão mesmo ditatorial, em que os refugiados (e há muitos) são tratados como criminosos e exportados liminarmente (É aqui que o acho interessante, pois faz pensar no que estariamos prontos a sacrificar para termos um país "certinho"). Outro dos problemas do mundo é infertilidade, pelo que se vive num mundo em que o fim da humanidade é expectável. Até que uma mulher aparece grávida. E etc e tal. Os actores são coloridos e se há coisa que não é passada é que exista o problema racismo. A mulher grávida é inclusive de cor. Pois, eu vi alguém acusar o filme de racismo. Não consegui perceber qual a razão da acusação quando a esperança da humanidade é ainda por cima de cor. Mas há de haver sempre alguém com a palavra racismo na boca. Será que se no filme fossem todos brancos, os autores do filme estariam safos?

Helena Araújo disse...

Não vi o filme.
A gestão das cores nos filmes é complicada. Estás perdido por ter cão e por não o ter.
Uma das primeiras telenovelas que passou em Portugal, já não me lembro qual, viu o seu fim mudado à pressa porque a comunidade árabe brasileira não queria de modo algum que um árabe fosse o mau da fita. Sobrou para um dos bonzinhos da história. Um branco, claro.

abrunho disse...

Eu dei-me conta desse intricado de gerir raças na televisão nos EUA. Metade dos actores na publicidade são de origem africana, quando a população americana é 13% de origem africana. O melhor são os spots de fraldas: há sempre um bébé lourinho, um bébé castanhinho e um bébé de olhos em bico. A primeira vez que vi isto ri-me. Eu que falo antes de pensar e que tenho a sensibilidade de um trolha vi-me à nora. Cometi várias gafes e tive que aprender a controlar a boca. O meu colega de casa, que era da Formosa, achava-me muito engraçada. Eu gosto de pensar que o pessoal não me detestou. Talvez me vissem como uma personagem duma sitcom tipo o Seinfeld. Wishful thinking.

Helena Araújo disse...

Olá, anedota ambulante. ;-)
(Já somos duas)

Também me dei conta da diferença quando vi o catálogo da IKEA em 2000.
Em 2000!
Em 2000, a Alemanha ainda era um país só de louros.
Em 1999 (parece muito, mas é menos de 10 anos), a minha empresa fez um cartaz de publicidade onde queria passar a mensagem de que quem compra o produto fica com mais tempo livre. Era um desenho tipo Mordillo, cheio de figurinhas no bar, na piscina, a ler, em suma: na sorna.
E alguém passou pelo cartaz e escreveu "only white people". E era!
Mas foi preciso alguém escrever isso para eu me dar conta...