Eu detesto o Durao Barroso. Detesto-o desde aquela mentira desnecessária de dizer que nunca nos deixaria porque Portugal estava mal e precisava de estabilidade e pouco depois lá vai o Barroso para a Comissao. E eu pergunto porque? Eu consigo perceber que alguém queira mudar de emprego, mas para que mentir, para que ser mentiroso sem precisao? Mais uma tonelada de detestar porque deixou de presente o Santana Lopes, uma doenca crónica, ainda sem cura à vista. Depois detesto-o porque andou, como primeiro ministro de Portugal, a beijar as galochas do Blair, do Bush e do Aznar. Que ele fosse lá servir de carpete como Durao Barroso, o cidadao, se tal fosse possível sendo primeiro-ministro, ainda vá, mas nao, foi lá representando-nos e eu por proxi estava lá a beijar cus, coisa que ainda hoje me poe capaz de requebros de vómito. Detesto-o platonicamente, que nunca o conheci, mas detesto-o vivamente. Detesto-o com paixao, era capaz de lhe mandar com sapatos, tomates e ovos. Assobiar-lhe, dar-lhe estaladas e faze-lo ouvir a Manuela Moura Guedes cantar até ao fim dos dias. É um parasita, um oportunista, um lambe-botas. Detesto-o.
Fico enjoada quando após eu me indignar com a declaracao vinda do Sócrates, de que o PS apoiará o Durao Barroso a continuar na Comissao, me dizem que concordam, porque afinal o Durao Barroso é portugues. Ser portugues é um limpa-nódoas! Permitam-me muito vivamente discordar. Apaixonadamente discordar. Eu até poria a coisa ao contrário: um portugues para sair de Portugal para uma posicao de relevancia, devia ter um ónus maior em provar que é muito bom, para, no minimo, nao envergonhar os restantes de nós. Eu, ao Durao Barroso, escondia-o na cave.
9 comentários:
:-)
Que é como quem diz: apoiado!
(embora a palavra "cave" não seja muito politicamente correcta... ;-) )
Ah, finalmente o nosso lado Fritz!
Finalmente? Esqueceram-se daquelas notícias do Portugal profundo (pelo menos eu só vi daí) em que pais escondem filhos com debilidades mentais em lojas durante anos e anos?
"loge", queres tu dizer?
Eu sabia de uma miúda que cresceu dentro de um armário.
Olha, vou mudar um bocadinho o assunto: recentemente uma mulher matou a sua filha, que tinha deficiência grave e vivia inteiramente dependente da mãe. Pelos vistos, a mulher começou a perguntar-se "e quando eu não tiver força, como é que vai ser?" e, num acto de desesperança, resolveu matar a filha para que esta não sofresse.
Os jornais que deram a notícia falavam também do modo como a sociedade tem de ajudar, dar apoio e sobretudo segurança às famílias das pessoas assim dependentes - para que haja a certeza de que a pessoa não está apenas ao cargo dos familiares, e que a sociedade fará tudo para lhe dar uma vida digna e a integrar o melhor possível.
No contexto do portugues rural tens de acrescentar o estigma do coitadinho, a vergonha de ter um filho deficiente e isto é partilhado pelos pais e pela sociedade.
Uma vez ouvi uma francesa, directora de um centro de acolhimento de pessoas com deficiências profundas, falar sobre a obrigação da sociedade não deixar os pais sozinhos com esse fardo. Nem queiras saber o bem que me fez as coisas serem postas com tanta clareza.
Quem dera que fosse assim no mundo inteiro!
Estigma não pode ser o resultado de calhar de ter tido um filho que precisa de ajuda, estigma é o que merece uma sociedade que repudia e até se ri quando o que devia era assumir a responsabilidade daquela vida, e permitir aos pais uma vida o mais possível normal.
Obviamente, concordo com todo este texto!
SABINE
Eu às vezes pergunto-me: MAS COMO É QUE ESTES GAJOS VÃO LÁ PARAR?!! o que é que fizeram? preencheram uma application form e pronto?
...eu sei, eu sei, estou a exagerar...
E permite-me um desabafo que não tem nada a ver com "o Cherne" mas trata-se de outro peixe graúdo igualmente cabeçudo.
É como esse pindérico do Nuno Melo. Ele berra, ele estrebucha e ele é: "pôcôlhe" para aqui e pôcôlhe" para acolá e torna-se tão insuportável mas tão insuportável que dou comigo a pensar:
- Ó pá, dêem-lhe o raio do tacho que quer em Bruxelas, para ver se desampara a loja!
Desculpa e desculpa ser quase semrpe aqui no teu estaminé que faço isto, tss, mas...
Helena,
sabes que concordo contigo. Eu em Portugal já vi de tudo e só posso dizer que nao depende da educacao.
Quando era adolescente pensava que as pessoas tornavam-se menos preconceituosas, racistas, de ideias feitas sem capacidade de pensar, com educacao. Depois saí da minha aldeia, fui para a Universidade e por aí fora, a contatar pessoas que tiveram uma educacao e dei-me conta que nao.
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