Os argumentos. Ahhh, os argumentos. Eu, por vezes, quero dar uma chance, mas não me dão a chance. Mesmo agora vi uma espécie de apoio contra o acordo ortográfico, cujo argumento é: "O Português levou 8 séculos a construir, não será por decreto que o irão destruir." A frase é um disparate maior a cada palavra que se lhe se junta. Porra, eu consigo criar-lhes um bom argumento. Eu vou montar uma empresa para fazer argumentos!!
Portanto, o acordo ortográfico é mau, porque a língua é um maravilhoso organismo em evolução, cujas asas não devem ser cortadas por disposições legislativas. 1000 Euros.
Porque é este argumento melhor que o outro? Porque admite a língua como não acabada e viva. Porque não pressupõe a destruição da língua com este acordo ortográfico, que é um pressuposto só possível em ignorância. Porque não é comicamente dramático, mas comicamente poético. :)
Outro argumento que só me dá vontade de dar estaladas a gatos é o do natural. Isto não é natural, aquilo é natural. Eu vou contar-vos uma naturalidade que faz as delícias dos estudantes de biologia. Os tamboris que comemos são todos fêmeas. Os machos são umas coisitas sem aparelho digestivo e um nariz muito apurado, cujo único objectivo à nascença é encontrar uma fêmea. Se e quando a encontram, agarram-se a ela e lentamente tornam-se parte da fêmea. O macho encarquilha-se excepto nos testículos, que libertam esperma quando as hormonas da fêmea a assinalam pronta a desovar. Na minha fabriqueta de argumentos posso declarar que obviamente um macho é somente valioso pelas suas saquetas de esperma. O resto naturalmente é dispensável. Pelo que uma sociedade de amazonas é que era naturalmente esplêndido.
3 comentários:
Tens toda a razão.
Mas...
(já estou a fugir! já estou a fugir! não me apanhas, hehehe!)
Este blogue anda muito quieto.
Será que preciso de escrever um post provocativo para te pôr outra vez a distribuir estalos?
;-)
Acho que sim. Envelhecer nos blogues mata a indignação. :)
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