terça-feira

O tempo sem agendas

Estou na minha crise de meia idade. Está a ser difícil e até me sentiria melhor se soubesse que sǿ há uma, mas desconfio que esta crise anuncia todo um fim de vida de crises. Não me apetece ter uma mota ou um filho, mas simplesmente não ter esta crise. Não quero questionar-me sobre coisas que se as vivesse me dariam crises de meia-idade de outra natureza. A inevitabilidade de estar em crise na meia-idade irrita-me profundamente. É o pior desta crise. A partir de agora vai ser como a gripe. Uma por ano, na altura do meu aniversário, presumo, só para arrumar diferentes doenças em diferentes pontos do ano. Não sei se aguento a entrega de um relatório, uma crise de meia-idade e uma gripe no mesmo mês. Bons tempos, em que não havia necessidade de agendar doenças.

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