Os neuroquímicos envolvidos na ligação sentimental e os envolvidos no desejo e prazer sexual são diferentes. Os primeiros são a oxitocina e a vasopressina, ambas produzidas nas gónadas e no hipótalamo. Para o sexo o mais importante é a testosterona. Contudo, estas substâncias afectam-se mutuamente. Em certas condições o aumento em testosterona também aumenta os níveis de oxitocina e vasopressina, de forma a que o prazer sexual promove o estabelecimento ou o fortalecimento da ligação amorosa. Inversamente, o aumento em oxitocina e vasopressina pode resultar no aumento da testosterona, de forma a que a atracção também possa conduzir a luxúria. Quando isto acontece o romance leva a desejos sexuais. Contudo, se os níveis de testosterona excedem certos limites pode-se criar um efeito paradoxal: os níveis de oxitocina e vasopressina diminuem muito e logo as possibilidades de ligação sentimental. Assim, um pouco de excitação sexual ajuda o enamoramento, mas demasiado mata-o. Também demasiada vasopressina diminui a testosterona e logo o desejo. Há aqui um problema complexo de doseamento.
"Hardwired behavior: What neuroscience reveals about morality" de Laurence Tancredi. Cambridge University Press, 2005. Pág. 106.
Tradução minha
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