(...) o mito da democracia já matou meio milhão de iraquianos, o que seria perdoável se nos tivesse sido dada a real democracia, na qual as pessoas são representadas segundo as suas filiações políticas, o seu entendimento económico ou as suas sensibilidades em justiça social. Contudo, os iraquianos são representados segundo a sua religião e etnia. É como se a Administração dos EUA estivesse a tentar dizer ao mundo que os iraquianos não têm o direito ao entendimento político ou à actividade política. A fórmula que nos foi dada é um insulto a uma parte do mundo onde a actividade política é bastante dinâmica e onde existe toda uma gama de ofertas políticas - ao início da guerra inscreveram-se milhares de partidos políticos. E todos eles queriam competir, ou digamos, correr para a democracia; mas a quem foi dado o poder, quem foi apoiado? Na maior parte os grupos religiosos e os grupos étnicos. E os grupos de mulheres? A Administração americana não estava realmente interessada em falar com grupos de mulheres, digamos, livres. Preferiram trazer elementos decorativos para o parlamento, pessoas que parecem mulheres, mas que votam numa constituição que é contra as mulheres. A constituição, neste momento, impôs-nos a lei da Sharia, quando, antes da guerra, tinhamos uma constituição secular que respeitava os direitos das mulheres. Portanto, algo mais perdido nesta guerra.(...)
Tradução minha (o itálico no original)
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