quarta-feira

Do vidroPara lá

Há uma imagem que recorrentemente me vem á cabeça que é o ato de eu colocar a mao sobre uma janela. Penso que é a minha maneira de assinalar aquele sentimento inultrapassável de estar desligada do resto do mundo. De haver uma barreira que sinto amiga e inimiga conforme os dias, mas a maior parte dos dias é uma alegoria para o meu sentir da minha vida em relaçao á vida dos outros e vice-versa. Quando na minha família tiram conclusoes sobre mim, sempre senti uma mistura de desapontamento e contentamento quando eles erram na minha própria ideia de mim e coro de humilhaçao e contentamento quando me apanham corretamente. Raramente componho ou reafirmo e fico chateada comigo quando caio nessa esparrela de me explicar. É como uma experiencia que deixo a correr a ver de que forma a imagem que têm de mim se afasta da minha imagem de mim. Enquanto isso tento descobrir a verdadeira eu, que está algures e nos momentos de maior frustraçao penso se nao estarei além, para lá do vidro.

1 comentário:

Helena Araújo disse...

Eu faltei àquela aula onde explicavam as diferenças: o que eu vejo em mim, o que os outros vêem em mim, o que eu sou realmente.
Entre os dois primeiros e o último passa o túnel de Genebra, buraco negro incluído.
Acho eu.

Fico muito chateada quando me atiram à cara as conclusões que tiraram sobre mim. Que sabem eles de mim?! Tenham vergonha, e mais humildade...