terça-feira

Liçoes de vida

Os meus pais na sua senda de criação deixaram as crias à sua sorte. Lembro-me dos meus amigos a irem pra casa muito aflitos que tinham de estudar para o teste do dia seguinte senão os pais isto e aquilo, e castigo e sermão e semanada cortada. Eu ficava sozinha, sem perceber porque é que os meus pais não me coagiam a estudar. Ali estava eu sem companheiros de brincadeira e sem castigos, sem sermoes, sem semanadas. Mas deixava a coisa pra lá e ia pra casa ver televisão. Um dia, depois de ouvir relatos sobre prémios de passagem de ano, lambretas e assim, resolvi finalmente impor-me. Eu ali a passar de ano todos os anos, sem lhes chatear a cabeça, nunca, nunca, nunca, onde estava o meu prémio de passagem? Ãh? O meu pai virou-se pra mim depois da minha exposição, que achei briiiiiiiilhante, e perguntou-me "Pra quem estás a trabalhar? Não é pra ti?". Não tive resposta e aprendi ali que o meu pai era menos brutinho do que parecia.

7 comentários:

Helena Araújo disse...

Boa história!

(Mas diz-me cá: tu tiravas boas notas apesar de veres tanta televisão? Tu serás de Marte?)

Anónimo disse...

Nao eras a unica a ouvir disso. A mim diziam-me: Prendas? Passaste de ano, tiraste boas notas? Nao fizeste mais do que a tua obrigacao!!

abrunho disse...

Eu muitas vezes estudava a ver televisao. Tenho dificuldades em nao estar em dois sitios ao mesmo tempo.

Eu nao tinha sempre boas notas. Passar nao implica boas notas.

Anónimo disse...

Eu era capaz de jurar que o anónimo das 15:50 é meu irmão!

abrunho disse...

Não ouviste a boa nova? Somos todos irmãos...

Helena Araújo disse...

Bem, eu também fazia exercícios de matemática financeira na companhia do passeio dos alegres. Nem uma coisa nem outra exigiam muito dos neurónios...

Anónimo disse...

Bem me parecia que o padre lá da aldeia tinha que ter alguma razão para dizer aquelas coisas do costume durante a missa.