Nunca estivemos tão em baixo, nunca estivemos tão descrentes. Olhamos de cima a baixo, do Presidente da República ao mais obscuro funcionário do Estado, e a sensação é de que estamos próximos do "salve-se quem puder". E, no meio de tanto motivo de tristeza, acho que é justo fazer uma homenagem a quem tem tentado remar contra a maré do "deixa andar": a Marques Mendes, cuja luta pela moralização da vida interna do PSD tem sido a única luz de lucidez, coragem e higiene democrática à vista. Infelizmente, em termos de resultados palpáveis e imediatos, ele vai perder e os trafulhas vão ganhar. Chamado a decidir, o povo vai querer Valentim, Fátima Felgueiras, Isaltino e Ferreira Torres. E se é isso que o povo quer e é isso que os políticos lhe dão, o problema não é a democracia. O problema são os portugueses.
Miguel Sousa Tavares no Público
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