quarta-feira

É por estas que me lamento...

A Grande Depressão, uma comédia sobre o estado da nação.

Li ontem no Diário Digital um artigo em que o Sócrates dizia que muitas vezes os que estão por dentro vêem-se de uma forma mais negativa do que a forma como são vistos pelos que estão de fora. Isto, no contexto de umas empresas estrangeiras quaisquer terem resolvido implementar-se e dar uns empregos ao pessoal. Bem, eu tenho de concordar com o ministro. Acho até que um problema dos portugueses é o seu estado maníaco-depressivo. Eu nem sei o que me chateia mais: se os períodos longos em que se não rabujam, choram, se não choram, lamentam, se aqueles momentos breves em que a alegria é demente. Eu de certa forma até percebo: eu individualmente até sou assim e lixa-me que os alemães que também andam muito deprimidos, tenham eles, ainda mesmo neste estado, de ser eficientes. Os portugueses estão deprimidos desde que o D. Manuel I bateu as botas, mas nunca fizeram um filme sobre estarem deprimidos. Não seria normal ter-se feito um ainda quando se estava no filme mudo? Mas, por outro lado, os nossos filmes são deprimentes. Os alemães fazem um documentário, que é uma comédia! Estão a ver? Estão a ver?

Na sexta-feira estava eu com uns amigos num dos bar-praia artificial que ocupam os terrenos vazios de Hamburgo no "Verão", estirados em puffs, debaixo de um tolde a ouvir música electrónica, quando um amigo espanhol me contou do artigo no El País sobre Portugal. Que andamos em baixo, os incêndios, a política, a economia, "Pois, andamos deprimidos", digo eu, "Mas não andam sempre?". Calei-me, deprimidérrima.

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