O MST recebe elogios de alguns quadrantes blogueiros porque foi contra o politicamente correcto que é ser pró-gay e pró-lésbica. Este politicamente correcto é uma abstração teórica. Portugal é um país onde se ostraciza o homossexual, em que estes têm de viver escondidos e os que se mostram fazem-no no contra-ataque.
Este politicamente correcto é em discussões sem sentido prático, de pessoas que não vivem em Portugal, mas vivem nos livros sociológicos de outros países. Vivendo em Portugal, experimentam vivências fora de Portugal. Ou então extrapolam eventos como as gay parades para o dia-a-dia. Onde? Onde existem essas gay parades diárias? Ou será que se referem a programas televisivos em que a figura do homossexual é encaixilhado na imagem do preconceito? Dizia um bloguista d'O Acidental que se chateia que alguém se lhe apresente como homossexual. Mas já pensou porque o fazem? Eu também já tive a experiência, na Alemanha, de alguém se me apresentar de sopetão como judeu e eu fiquei na posição de lhe desejar muitas felicidades na sua religião (que afinal até nem era a religião da pessoa, mas uma descendência tortuosa). Mas porque é que essa pessoa se sentiu na necessidade de o fazer? Essa é que é a questão. Entender essa necessidade e que esta provém de uma não aceitação (que no caso do pseudo-judeu que eu conheci na Alemanha é do foro histórico) tem muito mais valia do que este parlapuê hipócrita ao mesmo nível do preconceito puro.
Vivendo num país altamente homofóbico, onde nunca em toda a minha vida vi qualquer manifestação de amor homossexual, esta gente impreca contra os exibicionistas gays e lésbicas.
Às vezes ler muito faz mal. Deve-se regrar a leitura com um pouco de realidade.
P.S.: o mais triste é se agora sobre a cobertura de ser-se politicamente incorrecto se possa ser correctamente homofóbico.
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