domingo

Entao um bom 2007 pró pessoal



honey, moby {not the whale}

p.s.: agora pergunta um: o que é que este vídeo tem a ver com passagens de ano? Este vídeo é o meu 2006 e boom! venha o novo. Eu hoje tou tao fixe que explico estas coisas.

sexta-feira

O direito de, em Portugal, só ter de saber portugues

Se passarem pelo aeroporto de Faro e virem umas máquinas de pagamento do parqueamento vandalizadas fui eu. Nessas máquinas, as instruçoes vinham somente em duas línguas estrangeiras. Eu adicionei o portugues. Isto nao é o único exemplo nos Algarves. Eu considero que, em Portugal, um portugues tem o direito de nao ter de saber mais do que portugues nas lides diárias. Aviso já a Província do Algarve: para a próxima levo um marcador melhor e mais difícil de lavar. E se me lixam muito começo a riscar por cima das instruçoes em ingles.

quinta-feira

Informaçao?

Eu vou lendo sobre a má qualidade dos telejornais, mas ainda assim, pouco habituada a ver televisao, fiquei boquiaberta que as vezes em que calhou ve-los em Portugal nao ter sabido nada de nada sobre tudo. Eu só me apercebi que eram telejornais porque havia alguem a introduzir os segmentos de qualquer coisa indefinida, entre fofoca e apontamento sociológico. Neste momento que estou a tentar lembrar-me de algo desse nada, só me lembro de uma senhora do jet-set (tinha um daqueles nomes de Pipi) a mostrar-nos que tem um Natal como todos os outros, esses outros com nomes totalmente banais e sem ponta de humor.

Fazer é comprar

Discordo. Passei uns breves dias na mae-nave e parece-me que em Portugal fazer é comprar. Ler é simplesmente esquisito. Uma sociopatia manienta. A nao ser que seja algo do Rodrigues dos Santos.

P.S.: dos que leem no wc pareceu-me coerente que lessem o expresso. Contudo, a minha amostra nao é de forma alguma exaustiva e inclui-me, o que limita enormemente conclusoes definitivas.

domingo

sábado

Sim, eu sou o homem dum só poema

dum só amor

duma só vida.


E no entanto cada dia de poesia

cada noite de amor

cada ano de vida

conduzem o homem fiel

a um homem novo.

Os degraus se assemelham

mas a cada um deles

eu estou um pouco mais alto.

Subo sem parar

no coração duma torre

subo para o fogo

para a idade do sol.


À hora do cimo

eu mereço o mar

e o céu num grito

me veste de luz.


Poeta: Pierre Boujut (1913-1992) -> X


Dedicado ao bloguista das quatro personalidades, que me vai ouvindo as fragilidades do ser.

sexta-feira

E como um blogue é para desabafar:

estao a ver os burros com as palas? É a maneira de ser alema, em que só veem prá frente. Porque é verboten, ou nao está escrito nas regras (tremam um pouco quando dizem a palavra regras). E mesmo que se prove 2+ 2=4 que a regra (de joelhos) é uma estupidez, ou que a regra (ai maezinha) nao diz que nao se possa fazer x, eles hao-de lutar pela pureza da regra (tremamos irmaos), ainda que possam dizer entre dentes que concordam connosco, mas a regra (brrrr) é um valor mais alto, que os guiará, nem que seja para serem todos fodidos em fila.

Ainda sobre a IVG

O coraçao do problema, de Fernanda Câncio no DN

Pessoas de consciência

É óbvio que um feto e mesmo um embrião são "vida". É óbvio inclusive que são vida da espécie humana. É por isto ser tão óbvio que tanto os apoiantes do "sim" como os apoiantes do "não" concordam que a decisão quanto a abortar é um problema moral e ético que se coloca a quem tem que decidir. E é por isto ser tão óbvio que há qualquer coisa de ridículo nas discussões sobre o "começo" da vida - feitas por qualquer dos lados da "barricada".

(...)

Mas será o referendo sobre os direitos das Pessoas, neste caso especificamente das mulheres? Em rigor, não. O referendo é sobre a despenalização, o que não invalida a punição do aborto depois das 10 semanas (tem que haver sempre uma fronteira, por arbitrária que possa parecer nos casos limite -10 semanas e 1 dia -, exactamente como na idade do consentimento, por exemplo - x anos e um dia). Não invalida tão-pouco que continue a existir o problema moral e ético referido acima. Problema ético e moral que deve ser resolvido pela consciência de cada uma das Pessoas autónomas que se vejam confrontadas com o problema. Incluindo as mulheres que, ganhando o sim, nunca serão obrigadas a interromper a gravidez (mas é mesmo preciso explicar isto?) se forem radicalmente contra o aborto. (...)


Miguel Vale de Almeida n'Os Tempos Que Correm

quinta-feira

Serviço Público

Pró caso de eu nao ser a última pessoa a saber, fiquem os outros a saber que existe a wikipedia do disparate.

Exemplo:

Portuguese was the first language that use the "u" vocal. Thanks to this, several vocabulary innovations were possible. Here are some examples:
  • Cows could say mooo for the first time;
  • Mad cows could say wohooo for the very first time;
  • Powder exploded for the first actually sounding like boom;
  • You would never exist.
Outro exemplo:

Islam (pronounced "I slam," as in "I slam planes into buildings") is a fellowship of Islamism. The term Islam is derived from the ancient Urdu word "Ishamada" which means "nitroglycerin."

Ainda outro exemplo:

O brasao da Roménia.

quarta-feira

A piada batida

Andei a saltitar de blogue em blogue e pareceu-me que os blogues masculinos que se acusam de ganhar uma posiçao na votaçao do Geraçao Rasca disseram todos a mesma piada: pró ano algo na na secçao feminina, sff. Será que ganhar encarquilha a originalidade? Será que sao todos escritos pelo mesmo transsexual? Aquilo é suposto ser um cumprimento?

P.S.: agora que fui tratar de fazer ligaçoes dei-me conta que sao só dois. Nota mental: nao escrever postes quando estou entediadíssima. Fico rabugenta.

terça-feira

Lei para enfeitar

Os defensores do sim à criminalização da IVG sabem bem que o estatuto de pessoa que dão ao embrião tem um mero valor argumentativo e retórico. Se assim não fosse, e sabendo-se que está em causa uma oportunidade de alteração legislativa, provavelmente não teríamos hoje uma querela entre os que entendem que a IVG deve ser descriminalizada e legalizada, e aqueles que entendem que ela deve ser uma prática condenada criminalmente, para passarmos a ter uma oposição entre os primeiros e aqueles que defendem um agravamento da pena, qualificando a IVG com uma moldura penal de um homicidio. Ora se os defensores do sim à criminalização são defensores de que o embrião é uma pessoa e mesmo assim aceitam que a moldura penal para a IVG seja diferente daquela que resulta da morte de um recém-nascido, também, continuando a achar que é uma pessoa, poderão aceitar que não tem sentido nenhum dizer-se que os oponentes da criminalização IVG entendem que há pessoas de primeira ou de segunda.

A incoerencia, como sabemos, é ainda pior: num certo desrespeito pelo que é a justiça e para que servem os juízes, os defensores do nao pretendem que os juízes esqueçam a lei e sejam uma espécie de agentes sermoneantes 'as prevaricadoras, que, segundo eles, mataram pessoas, mas taditas. Li, de um senhor que defende o nao, que a lei é reflexo de quem somos como uma sociedade. Concordo: uma sociedade que quer as leis só pra enfeitar, é mesmo nós. Porque, e esta já ouço há muito, Portugal tem da melhor legislaçao no mundo!... Para por na árvore de Natal.

desilusao

fiquei à espera do meu amor
e a tristeza foi-me cobrindo como noite
ao adormecer estava fria
ao acordar estava morta

domingo

The road to democracy in the arab world

Ensaio de Uriya Shavit.

Clearly, the United States must adopt a new doctrine, one that attempts to sever the connection in the Arab mind between democracy and the promotion of Western power. First, this doctrine must acknowledge the necessity of maintaining American forces on Iraqi soil, since a hasty withdrawal is liable to tip an already unstable situation toward wide-scale anarchy. Moreover, such a move will certainly be interpreted in the Arab world as proof not only of the West’s weakness, but also of the weakness of liberalism itself. Second, this doctrine should incorporate two new principles into its previously stated commitment to Iraq: One, a reduction in the contingency between potential outcomes of the democratization process in Arab societies and the condition of the American economy; and two, the universality of American standards in the field of human rights. Whereas the first principle will afford the United States more room for political maneuvering-and, in time, rid it of the suspicion prevalent in the Arab world that its true goals are imperialistic-the second principle will lend its foreign policy the credibility it currently lacks and help those Arab liberals who oppose their regime obtain the legitimacy denied to them today. Indeed, one of the main difficulties that today’s Arab freedom fighters face is the suspicion that they are lackeys of the West. So long as America continues to discriminate between liberals, advocates of the pan-Arab idea, and Islamist activists, then democratic leaders like Riyadh Seif in Syria, whose commitment to liberalism has withstood over four years of incarceration, will not gain the support of his own people.

sem piadinha nenhuma, 1, 2 e 3

sem opçoes 1
sem opçoes 2
mas há sempre uma luz no fundo do túnel

Traduçoes:

haie = tubarao
tiger = tigre
--------------------------
já tou morto por dentro {os lemingues sao aqueles bichos com a mania do suicidio em grupo}
----------------------------
uma lampada e um rolo de papel higiénico vazio?
um kit "luz no fundo do tunel". feliz natal.
obrigado?
---------------------------

Nicht Lustig {o nome dos livros} = Sem piada

sexta-feira

There’s a beauty here I cannot deny



Orpheus de David Sylvian

Standing firm on this stoney ground
The wind blows hard
Pulls these clothes around
I harbour all the same worries as most
The temptations to leave or to give up the ghost
I wrestle with an outlook on life
That shifts between darkness and shadowy light
I struggle with words for fear that they’ll hear
But Orpheus sleeps on his back still dead to the world

Sunlight falls, my wings open wide
There’s a beauty here I cannot deny
And bottles that tumble and crash on the stairs
Are just so many people I knew never cared
Down below on the wreck on the ship
Are a stronghold of pleasures I couldn’t regret
But the baggage is swallowed up by the tide
As Orpheus keeps to his promise and stays by my side

Tell me, I’ve still a lot to learn
Understand, these fires never stop
Believe me, when this joke is tired of laughing
I will hear the promise of my Orpheus sing

Sleepers sleep as we row the boat
Just you the weather and I gave up hope
But all of the hurdles that fell in our laps
Were fuel for the fire and straw for our backs
Still the voices have stories to tell
Of the power struggles in heaven and hell
But we feel secure against such mighty dreams
As Orpheus sings of the promise tomorrow may bring

Tell me, I’ve still a lot to learn
Understand, these fires never stop
Please believe me, when this joke is tired of laughing
I will hear the promise of my Orpheus sing

quinta-feira

condiçao: homem

De José Pacheco Pereira:

Votarei sim no referendo sobre o aborto, sem grandes parangonas morais, sem grandes proclamações sociais, sem certezas absolutas sobre nada, nem sobre a moralidade, nem sobre a liberdade do acto de interromper uma gravidez. Respeito os dilemas dos que votam não, respeito os dilemas dos que votam sim, porque em ambos os lados há a consciência de que o que defrontam é um mal social, uma perturbação a evitar, um momento sempre de uma certa crueldade interior, a da vida aliás. Mas como não acredito em grandes proclamações morais, nem pelo sim nem pelo não, voto sim por um conjunto de razões dispersas, sociais, culturais e filosóficas, que admito que se diga serem de mal menor. Será de mal menor, mas quantas vezes muitas coisas que fazemos são de mal menor? Até no Catecismo da Igreja Católica há várias escolhas de mal menor.

E porque, tudo ponderado, as vítimas da situação que hoje existe são as mulheres, sobretudo as mulheres, quase que só as mulheres. Merecem (ou exigem) que os homens que fizeram quase todo o mundo à sua volta, à sua dimensão e ao seu modo, e que entre outras coisas tem esta diferença fundamental que é não engravidarem, lhes dêem uma liberdade que elas sentirão sempre como sendo, no limite, trágica, mas como sendo uma liberdade. No dia do referendo votarei pela segunda vez na vida por género, como homem mais de que como cidadão.

condicao: mulher

A pedido da mulher*, Helena Matos
sonhei com deus
ele estava sentado num terraço noruegues
o fiorde a espraiar-se
tinha na mao um charuto
e conversava com anjos

eu estava de fora da cerca
tentei chamar-lhe a atençao
eu esbracejei
gritei baixinho
a medo
eu saltei
fiz caretas
cantarolei

os anjos olhavam-me pelo canto do olho
aborrecidos
esperando que eu desistisse
deus foi muito melhor a ignorar-me

terça-feira

Já disse?



Hamburgo é giro.



E até é bom retornar...



...do lado de lá.

Todas as imagens de Nils Koppruch e aqui.

sábado

O Curdistao iraquiano em fotos movimento

Belíssimo. A nao perder. Se possível, com as colunas a funcionar.

P.S.: também adorei o de Cuba.

P.S.2: quase chorei no "Friends for Life".

Desaire

um amigo sem dinheiro foi a uma festa católica polaca pela comida gratuita

ia bebado, vomitou na sacristia e foi expulso em eternidade

agora, diz ele pesaroso, vou ter que continuar ateu

sexta-feira

naufragou

perdeu-se no mar alto
e aportou na areia
ignoram-lhe os mastros
quebrados, rasgados
a dor que se cheira
a léguas

de vez em quando um suspiro
uma angústia estrebucha
debaixo das vagas mágoas
o choro sangra devagar
ignoram-lhe o desespero
o mar adoça o amargar

ignoram