O Pedro Arroja ameaca postes sobre os portugueses. Grande alivio. Quem e' o portugues que nao gosta de chafurdar em auto-critica? Momentos de calmia sado-divertida no horizonte. Este ano nao passo o Natal em Portugal e que dizer deste alivio que me submerge? Aaaaahhhh. Sem ser obrigada a entrar em lojas, sem ter que fingir que gostei, sem ter que participar numa peca de teatro chamada Natal. AAaaaaaah. Como e' bom o Nao Natal. Esta liberdade de ser o Natal que queremos.
7 comentários:
Se é para ler críticas aos portugueses, mais vale ler o MEC - é mais engraçado.
Fui ver o link, e já fiquei nervosa. Portugal é um dos países que trata melhor as suas crianças?! Segundo que critérios?
Para as mães alemãs, que deixam de trabalhar para se dedicar inteiramente aos filhos, que lhes lêem histórias em vez de os porem em frente à televisão, que vão passear com eles para a floresta em vez de os levarem ao centro comercial, que organizam várias vezes por dia refeições à mesa, em vez do célebre sistema de tabuleiros em frente à televisão, que os põem na cama a horas que lhes permitam dormir o suficiente, e que em circunstância alguma dão uma palmada aos filhos - para essas mães a afirmação de arroja é um disparate de todo o tamanho.
Ele chama-lhes meninos mimados? Segundo critérios alemães (pronto, é o que tenho mais à mão, e é o que me chateia sempre que levo alemães a Portugal: ter de defender outras maneiras de educar e criar os filhos), são crianças negligenciadas.
De modo que será um exercício engraçado ler os próximos posts
do Arroja sobre os portugueses, essa sociedade de mimados, trocando "mimados" por "negligenciados".
Mas não me vou dar a esse trabalho. Esse gajo não existe, e não era preciso inventá-lo.
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Ah, estavas a falar do Natal...
Pois fico por aqui, sem lojas e sem montanhas de presentes.
Os miúdos andam felizes, a pensar no que querem oferecer à família e aos amigos, a fazer desenhos em segredo. É giro: fazem-no com alegria, e não como obrigação.
No fim de semana vamos tentar arranjar um pinheiro em Potsdam, e depois vamos enchê-lo de velas verdadeiras.
Gosto deste Natal como momento de paragem e de saborear a paz em família. Todo o resto é tralha.
Eu nao posso comparar educacoes. Nao conheco o suficiente de ambos os mundos. Os meus dois irmaos ainda comem as refeiçoes á mesa com a familia, para além que os meus sobrinhos sao tao terroristas que po-los na cama a horas e ler-lhes uma historia, sem que o mundo caia abaixo, parece-me uma impossibilidade. Por vezes po-los a ver televisao é a solucao para nao nos atirarmos da varanda abaixo. Um dos problemas é que os putos estao demasiado tempo dentro de casa, mas as cidades portuguesas sao muito anti-crianca. Nao há jardins onde se possa ir a caminhar e os que existem sao minusculos; há carros por todo o lado, e se nao estao em movimento, no que isso significa em termos de atropelamentos, ocupam os passeios, pelo que temos de ir com o carrinho de bébé pela estrada (dá-me palpitacoes só de me lembrar). Para além disso, que família em Portugal pode prescindir do ordenado de um dos pais?
Eu penso que há da parte dos pais portugueses um extravasar de dar coisas, o que eu penso que ainda é o tal síndrome da nova-fartura.
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Eu gosto de dar presentes. Pensar no presente perfeito é altamente. Só que é mais divertido pensar, que tudo o que vem depois. Além disso, quando na noite do dia 24 de Dezembro o ponto altíssimo da festa é o dar prendas e quando esse dar de prendas significa desilusoes, acaba por ficar sabor amargo e para que? Lembro-me de o meu irmao ter proposto o fim das prendas na nossa familia e eu ter-me oposto ferreamente, com ataques ad hominem inclusive. Dou-lhe agora a razao na boa, porque ele nao le o meu blogue. :)
Sim, já tenho pensado várias vezes que é bom que a tua família não leia este blogue... ;-)
Também odeio a orgia de presentes. Mas os miúdos gostam.
Quando tinha 15 anos, o meu marido propôs a abolição dos presentes na família dele. Riram-se muito.
Quando os meus filhos vierem com essas propostas, iremos a votação. E acho que o meu marido vota a favor. Eu estou por tudo, desde que faça sentido para os actores.
Uma vez, em Portugal, saímos da orgia dos presentes para ir à missa do galo. Os familiares acharam-nos esquisitos, mas o Natal é mais do que 125 presentes debaixo da árvore.
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Não quero acusar as famílias portuguesas. Não sei para mim, quanto mais para os outros. Mas dizer que as crianças portuguesas são mimadas, é o cúmulo!
Lembro-me de ir á missa do galo com os meus pais, quando era criança. Uma parte enorme era declamada em latim e eu tenho esta imagem de mim em prazer a ouvir algo tao extraordinario como uma lingua morta, falada há muitos séculos atrás por gente muito antiga. Hoje pode parecer duhhh, mas naquele tempo todo este pensamento de enfiada dava-me muita vontade ir á missa do galo, senao mesmo arrastar a minha mae. A imaginaçao infantil tornava certas experiencias memoraveis.
Sorte a tua!
Eu lembro-me de ser tão pequenina que ficava com o nariz mesmo à altura dos peidos do gajo da frente...
;-)
Cara conhecida -- antes que passe a data --, um Feliz Natal (é Não Natal? Também serve) para ti. E 2008 simpático.
Numa outra nota -- gosto de ler o Pedro Arroja. Claro que diz umas coisas que tanto podem ser assim ou assado, mas que se há-de fazer? Quem chama as coisas pelos nomes e coloca o João Miranda no seu devido lugar e reduzido à sua insignificância, no Portugal de hoje, deve valer alguma coisa.
E já que cá estou... Não quebrando as regras do teu blogue que não as tens... o AAA é de uma pobreza intelectual franciscana. Não me incomodaria nada (a não ser que ande nos doutoramentos na Inglaterra também às minhas custas -- porque para estes liberais o Estado quando é para eles, é bom). Miserável, é gente pela qual tenho algum respeito, considerá-lo "o futuro da direita" em Portugal.
Dito isto, se calhar faz um ano que não vou as Blasfémias e Insurgente. É lixo puro. Fui ao Atlântico via Pedro Arroja e foi lindo de se ver. Sempre estive convencido que iam acabar todos assim. E na esquerda igual.
-- JRF
Caro conhecido,
um bom Natal tambem para ti, que com as criancas a quadra nao parece tao sem sentido para os nao religiosos.
E um 2008 cheio do que desejas e sem te zangares com as minhas, confesso, lastimaveis piadas.
:))))))
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