sexta-feira

O conselho de Flora Tristán

- Ninguém tem o direito de desperdiçar uma oportunidade assim - confirmou Flora com um gesto. - Esqueça-se do seu luto, saia deste sarcófago. Comece a viver. Estude, faça o bem, ajude os milhões de seres que, eles sim, padecem de problemas muito reais e concretos, a fome, a doença, o desemprego, a ignorância, e não podem fazer-lhes frente. O seu não é um problema, é uma solução. A viuvez salvou-a de ter de descobrir a escravidão que o casamento significa para a mulher. Não brinque a quem se sente uma heroína de novela romântica. Siga o meu conselho. Regresse à vida e ocupe-se de coisas mais generosas do que cultivar a sua dor. Por último, se não quer dedicar o seu tempo a fazer o bem: goze, divirta-se, viaje, arranje um amante. Era o que o seu marido teria feito se a senhora morresse de tuberculose.


O Paraíso na outra esquina de Mario Vargas Llosa

2 comentários:

Rosa disse...

E mainada! :)

abrunho disse...

Aha! És a menina dos sorrisos! :-) Sejam bem vindos...