domingo

Rasteira

Ando a ler "As intermitências da morte" do José Saramago e já com intermitências de pensamento, desde pensar "este gajo está-se a plagiar a ele próprio!"; "este gajo escrevia como uma boa noite de sexo e agora é uma noite de desculpas de dor de cabeça!"; "que seca!"; já eu ia pousar o livro para nunca mais quando leio isto:

É possível que só uma educação esmerada, daquelas que já se vêm tornando raras, a par, talvez, do respeito mais ou menos supersticioso que nas almas timoratas a palavra escrita costuma infundir, tenha levado os leitores, embora motivos não lhes faltassem para manifestar explícitos sinais de mal contida impaciência, a não interromperem o que tão profusamente viemos relatando e a quererem que se lhes diga o que é que, entretanto, a morte andou a fazer desde a noite fatal em que anunciou o seu regresso.


Continuo a ler o livro.

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