Os mares interiores são lagos. Um pouco temperamentais, com ares de importância, ondas e espumas, complicações de sais, mas na poesia salgada são lagos complexados.
O mar Báltico é cinzento, geralmente os céus que o embrulham são cinzentos, a água é intransparente, os peixes são baços e as pessoas são cinzentas.
Na praia reduzida, feita mais de erva que de areia, balidos de ovelha a perpassar entre o vento frio, eu encostei-me ao meu amigo. A amizade que nos une, maltratada e desprezada, parece que nunca há-de morrer. Dou-lhe a mão e penso no pó que deixamos pousar. O mar cheira a algas mortas.
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