quarta-feira

Viver numa bolha

Uma amiga respondeu-me ao meu último poste dizendo que achava impossível que com a comunicação social de hoje uma jovem de 16 anos não estivesse informada sobre doenças de transmissão sexual, métodos contraceptivos...

Eu sorri e pensei que eu acho exactamente o contrário. Com a comunicação social de hoje aprende-se pouco. Estão mais interessados em notícias flamejantes, chocantes, esfusiantes, do que o aborrecimento de informar com conta e medida. Para ser-se informado tem de se procurar a informação e uma jovem de menos de dezasseis anos pode não ter os meios ou o discernimento de saber onde procurar.

Imaginei-me com dezasseis anos. Com dezasseis anos eu não tinha qualquer ideia sobre métodos contraceptivos. Sabia a biologia da coisa, mas ninguém se tinha dado ao trabalho de me explicar o pragmático da questão. Tive sorte. A minha vida sexual começou mais tarde, quando já tinha procurado por mim a informação. Se tivesse ficado grávida na altura estava lixada.

As pessoas vivem em bolhas. As pessoas não entendem que para se procurar a informação é necessário perceber que se necessita de informação. Que nem toda a gente é bem ou tia. É por isto que é necessário estender a mão. É necessário que a informação chegue antes.

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