Nao estava para escrever sobre este assunto, mas como eu fui uma bloguista que se revirou por aqui a defender a liberdade de expressao na altura dos cartunes dinamarqueses, achei por bem defender que nao e' por ser o Papa que nao ache que ele pode escrever o que lhe da' na veneta. E arcar com as consequencias. Os muculmanos tem todo o direito de lhe pedirem explicacoes e dizerem-lhe que estao ofendidos. O problema e' que nao param ai'. Ameacam com violencia e usam a violencia. Nao ha' pachorra para esta gente.
O mais interessante do discurso nao tem nada a ver com a citacao do Papa. E', na verdade, completamente acessoria. Uma entrada, que o Papa podia ter dispensado sem beliscar o amago. Ele podia ter citado so' a parte que realmente importava que era "nao agir com a razao e' contrario 'a natureza de Deus", sem salientar dicotomia nas religioes. E' este o ponto de partida para um texto em que ele expoe a sua tentativa de demonstracao de que a religiao Crista tem, desde os seus primordios, um nucleo de razao. Ate' chegar a outros pontos: de que a ciencia como mera busca tecnica e' uma reducao do ser humano e como disciplinas como a teologia, tal como a filosofia, tem um lugar importante nas universidades, para uma melhor exploracao do espectro do conhecimento. Isto muito por alto.
Os muculmanos podem-se chatear, porque nesse excerto acessorio e noutras duas tangentes no texto, os seus seguidores sao sempre os nao razoaveis. Para dar exemplos de irrazoabilidade o Papa nao precisava de ir buscar os muculmanos e para usar o livro que ele anda a ler, ele nao precisava de frisar que o Manuel II achava que o Mohammed so trouxe coisas mas. Meteu-se no fogo para nada, a nao ser que ele ache piada em andar a aquecer os dedos.
Eu gostei do discurso. Principalmente porque andava a tentar perceber o que o Joao Miranda andava a tentar dizer sobre o evolucionismo e foi um eureca. Nao estava era 'a espera que fosse o Papa a iluminar-me.
1 comentário:
Se nos esquecermos que a Igreja Católica agiu de forma violenta durante séculos, a dicotomia existe realmente...
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