Sempre me irritou a mania dos alemaes relativizarem os direitos humanos 'as culturas de proveniencia das pessoas. Portantos, se uma mulher vem de uma cultura em que se usa burqa, a violencia é nao usar burqa. Tudo bem. Mas e se a mulher nao quer usar burqa? Aqui o raciocínio deles curto-circuita.
Agora já sei como resolvem o curto-circuito ao mais alto nível. A lei alema é só para os alemaes de origem alema. Os outros sao outras culturas e temos de ser tolerantes com as outras culturas. Temos disto: violencia doméstica permitida para alguns, os outros, que a gente até nem gosta, mas tolera.
Mas nao se riam. Em Portugal, tolera-se que todas as mulheres levem nas trombas. Porque a violencia doméstica só o é de forma continuada e grave. E depois cada juiz faz o que quer com as palavras "continuada" e "grave". E a cultura em Portugal é de igualdade na tolerancia 'a violencia contra as mulheres.
6 comentários:
Essa história alemã está mal contada. O que estava em causa era o divórcio imediato, sem cumprir o prazo obrigatório de um ano de espera. A juíza, que já tinha posto o homem fora da casa onde a mulher reside, com proibição de se aproximar da casa ou da mulher, não aceitou dar-lhe o divórcio imediato, ou seja, anular a espera dos poucos meses que faltam ainda.
A desculpa dela foi parva, ela já foi afastada do caso e já se arrependeu imenso do disparate que fez.
E penso que, depois desta história, o sistema alemão ficou mais consciente de si próprio.
O grande problema foi a desculpa dela. E nem sei qual a relativizaçao cultural dela. Deve ser uma nova espécie.
Eu no poste estou a omitir a pior relativizaçao moral dos alemaes. Estou a dar aquela em que eu estou mais em contacto, dos bem pensantes. Dos Chaotische. Mas há a outra, a racista, a que diz que eles sao diferentes, e é eles lá e os alemaes aqui.
Por isso nao sei que consciencia é que o sistema vai ter: a consciencia de que quem sao de vez em quando declara-se? Que o verniz de vez em quando estala?
Bem, penso que este episódio tornou claro que as leis são iguais para todos. E há muito trabalho para fazer.
Leste um dos posts do Lutz, a este respeito, em que ele diz que o sistema trata os muçulmanos com mais complacência que os cristãos?
Toda a gente sabe que as crianças residentes na Alemanha precisam de fazer desporto, imenso desporto. Mas os muçulmanos conseguem tirar as suas filhas das aulas de desporto e natação.
Não entendo a tua alusão ao racismo alemão, e ao verniz que estala. Os outros povos são diferentes?
A minha alusao é relativa ao sistema. O sistema está baseado em pessoas. As pessoas sao racistas. E nao. Nao é diferente noutros povos. A diferença é só no tipo de racismo. E o alemao enerva-me. Enerva-me porque é o racismo mais subtil que eu já alguma vez vi. É enervante. Eu dou conta porque sou fisicamente capaz de nao ter os alemaes normalmente 'a perna, mas a partir do momento em que ando com amigos turcos ou indianos entao eles conseguem grupalizar-me e nota-se a diferença. É um véu que me cai em cima.
Isso interessa-me muito - tratam-te de maneira diferente? Evitam o teu grupo, ignoram-vos, são mais simpáticos ou mais antipáticos?
Antipaticos e o menos prestaveis que podem.
Enviar um comentário