terça-feira

A mae que nao pode ser

A questao que nos envolveu nas últimas semanas era de bébés que nao poderao ser. Mas eu pensei na altura da menina Esmeralda e da luta que a envolve entre o pai biológico e o casal que a quer adoptar, da mae que nao pode ser. E ontem esta questao voltou a assombrar-me. A mae biológica da Esmeralda nao abortou, andou tres meses para trás e para a frente com a bébé, a pedir ajuda para poder ser mae. O ser ilegal ajudou ao seu desfortúnio, mas os Serviços da Segurança Social nao a poderiam ter ajudado através da filha? O pai da menina mandou-a passear, na incerteza do espermatozóide. Ela teve de desistir de ser mae. E há pouco o Tribunal Constitucional abriu a possibilidade do casal adoptante lutar pela custódia da Esmeralda versus um pai que a quis tarde demais, mas selou que a mae nao o poderá fazer.

Face a isto, face a uma mae que nao pode ser, qual o direito da sociedade que a nao ajudou, em obrigar alguém a ser mae, sem mais? Isto assombra-me e cimenta o meu sim, na luta com o meu natural nim. E perguntam: mas ainda pensas nisso? Ainda. Para que saibam como toda esta questao nao é fácil, que todo esse facilitismo, o pensar que isto foi somente um bater de espadas argumentativas nao é assim para todos. Nao o é para mim.

1 comentário:

sabine disse...

No caso da Esmeralda nao consigo defender ninguem: nenhum dos pais. Mas gostei da tua reflexao que toca num ponto importante, não só para a Esmeralda como para muitas outras crianças.