Enquanto leio o último livro do Lobo Antunes, e como já me aconteceu antes a ler livros destes, eu penso que este livro foi escrito por uma necessidade funda de arrumaçao de sentires. Posso estar errada, possivelmente estou, mas imagino o acto de escrita para alguns escritores como o que o sonho é para o nosso cérebro: uma necessidade para manter a sanidade.
Confesso que procuro respostas. De novo estarei profundamente enganada. Poderei estar enganada de muitas formas; nem respostas, só perguntas, nem perguntas.
Depois do acto de escrever importar-se-á o escritor com o que acontece com o livro? Pensará como é que estará a ser interpretado? Se alguém lhe captará o significado, se alguém lerá o seu espectro?
Importo-me eu como vós interpretais as minhas frases? Nao. Mas há algo na escrita, como um grito num monte que faz eco no vale, que nos liberta de algum do peso. Nada resolvido, nada respondido, mas a sanidade mantém-se por mais um tempo.
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