Os meus pais têm medo de morrer. Não há nada que mais me aflija, que este medo que os rodeia. Queria podê-los proteger, mas sei que da mesma forma que eles não me puderam proteger da vida, eu não os poderei proteger da morte.
A morte para mim ainda não é medo. Ainda é fascinação. Deitada no silêncio da noite, ouço o meu respirar baixinho. Faço-o roufenho, magnifico-o, amplifico a cadência e imagino quando parar para sempre. Imagino aquele momento do último exalar. Imagino o último pensamento. Nisto adormeço.
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