sexta-feira

Errata ao Público

Ontem vinha um artigo no Público intitulado "Criacionismo deve ser ensinado a par da evolução nas escolas, diz George W. Bush". Igualavam o Criacionismo com a Concepção Inteligente, o que é errado. Têm em comum o serem ofensivas de base religiosa contra os fundamentos da ciência e concretamente contra a Teoria da Evolução por Selecção Natural, mas conceptualmente e com virulência diferentes.

A Teoria da Evolução por Selecção Natural expressa a descendência de todos os organismos a partir de um antepassado comum, que foram divergindo em novas espécies pela acumulação gradual de modificações genéticas, sem um fim definido. Cada uma das modificações terão sido vantajosas ou, pelo menos, não tornaram a sobrevivência dos organismos portadores impossível.

A Teoria da Evolução por Selecção Natural é um sistema explicativo, cuja actualidade e aceitação científica se deve à sua capacidade em explicar e prever diversos fenómenos observáveis, e nomeadamente o facto de ser possível testá-la empiricamente. Sobrevive no debate científico desde que Darwin primeiro a concebeu na primeira metade do séc.XIX. Evoluiu ela própria no tempo, à medida que novos conhecimentos surgiam, sendo apoiada e enriquecida por outras descobertas e teorias como a da hereditariedade. Os seus fundamentos são utilizados hoje não só no campo da Biologia, mas noutros campos do saber. Tudo isto mostra a sua força como modelo explicativo.

O Criacionismo explica o aparecimento da Natureza como está na Biblia. Deus veio, trabalhou seis dias, criou tudo e descansou no sétimo. Baseia-se em fé.

A Concepção Inteligente aceita que os organismos descendam de um antepassado comum, aceita até um pouco de evolução natural, mas postulam a existência de um desígnio divino, que propositadamente guiou a evolução num determinado sentido. Baseia-se no ataque à Teoria da Evolução por Selecção Natural.

Mais tarde poderei comentar um pouco mais esta luta entre a religião e a ciência, que é mais notória nos EUA.

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