quarta-feira
Leituras de Natal
Bem, aprendi com este texto que a social democracia está morta em Portugal. Depois de três meses na Suíça posso dizer que detesto e gosto dos suíços e chateia-me que comecei a gostar de falar mal deles. Estou apaixonada obcecadamente por Sígur Rós e ainda choro com os Radiohead. Não tenho lido nada e desisti de ser uma pessoa interessante. Quero fazer tricot e perder muito tempo. Este fim-do-ano vou imaginar o mundo daqui a dez anos (isto chama-se viver à frente do meu tempo). Estou indecisa entre o apocalipse total ou um mundo em que os homens têm cesarianas, as mulheres juram a pés juntos que são fracas demais prá guerra e deus aparece-nos a explicar que esteve em coma por ter apanhado com um cometa na testa, os afegãos são turistas no Algarve e os americanos foram todos viver pra Marte e não sabem nada doutros planetas. Férias.
terça-feira
Os suíços são uns idiotas
quinta-feira
medo II
medo
A segunda parte da minha diatribe, é aquilo que já me preocupava depois das eleições para o parlamento europeu: as pessoas têm medo. Perderam a capacidade de não generalizar esse medo para todos os muçulmanos e tudo o que ressoe mais que levemente a muçulmano. O que quer que seja, mesmo num país sem quaisquer problemas com a sua comunidade muçulmana, o medo atravessa a Europa e ressoa pesadamente no coração de todos os europeus. Não vale a pena apontar o dedo aos suíços. O medo é geral.
quarta-feira
segunda-feira
sexta-feira
quarta-feira
A minha memória preferida
Borrifamento total
Naqueles relatórios que os cientistas do clima engendram uma vez cada cinco anos, aqueles relatórios do IPCC, maquinaram-se uns cenários do que a humanidade ia mandar para a atmosfera. Havia o cenário "Pessoal em borrifamento total", "Pessoal importa-se um bocadinho", "Pessoal transforma-se noutra espécie". Já se passaram uns quase trinta anos e agora até dá para pegar nesses prognósticos e compará-los com o que aconteceu. Portanto, estamos a seguir o cenário borrifamento total. Se calhar, é para ficarmos contentes que sejamos capazes de prever com tal exactidão o nosso nível de borrifamento total.
domingo
Não me lixem
As perguntas que as pessoas fazem aos fumadores é a perfeita ilustração de como as pessoas pensam relativamente aos outros e às suas preferências, perguntas que as pessoas sentem que podem fazer aos fumadores porque é agora socialmente aceitável menosprezar os fumadores nos atributos que pertencem a todos. Um viciado em açucar acha que é mais que um viciado em nicotina, por razões que me ultrapassam. A única coisa que aceito ser apontado a um fumador é que ele incomode outros. A partir do momento em que ele precavê o conforto dos outros, passa-se ao que realmente se passa: fumar é agora uma escolha moral. Eu quero que os moralistas do mundo se vejam ao espelho.
sábado
Antecipação
quinta-feira
Os turcos da Suíça
quarta-feira
Divertindo-me com Graça
16 Setembro
O resultado das legislativas não se limita a traduzir a profunda estupidez com que o eleitorado nacional se comportou. Levará o País aceleradamente na pior das sendas.
Hoje
terça-feira
domingo
A estrela
sábado
badalam levemente como quem acorda por mim
Como estão a ver, os suíços são muito mauzinhos a inventar desculpas.
Adenda: Onde vivo agora, a igreja católica só toca para a missa: para ir e na saída.
sexta-feira
E andam-me a dar nóbeis a moleiras importadas da roménia
Parece que a vampira alemã escreve weltliteratur, que é traduzido em miúdos, todas aquelas histórias que emociona pseudo-intelectuais do mundo inteiro. Eu só gosto de cómicorealismo, que é traduzido em miúdos, pegar na vida e transformá-la num riso, se não no bom gosto de um sorriso. De resto, quero que vão todos para o caraças, incluindo o Roman Polanski, que vive numa cadeia perto de mim.
P.S.: Já agora, relativamente ao prémio nobel da paz, congratulo-me que o deêm a um gajo que não fez a guerra antes de tentar a paz. Este pelo menos não fez ainda nada, para lá de ser uma paixonite para adultos. Mas ó pra mim, eu tenho o potencial para ganhar um nóbel. Ó PRA MIM! Eu faço umas merdas na ciência! Alô ALÔ!
quinta-feira
Pide em Zurique
sábado
Fotos ilustrativas do meu poste abaixo (penso eu de que)
Exposição do Bauhaus: na secção das artes plásticas e representativas (sou eu a dar-lhe o nome). Esta geringonça movia-se e supostamente criava um espectáculo de luzes. Baixinho para que ninguém nos ouça: seca... Mas para tirar fotos era realmente interessante. Havia outras cenas mais interessantes, como as pinturas (o Mondrian estava lá, e eu que não sabia que ele tinha sido influenciado por alemães) e representações teatrais (havia uma que era dançarinos assim como a estátua ali debaixo, no palco a formarem formas... perceberam? têm que ir ver).
Bauhaus em Hamburgo? Será Mondrian 3D?
Esta é uma pequena parte (eu tenho a mania de fotografar partes de coisas) de uma escultura à frente do Reichstag em Berlim, que relembra os políticos que foram perseguidos pelos nazis. Cada placa contém o nome, datas de nascimento e morte, e local da morte (geralmente um campo de concentração).
quarta-feira
Macedónia a partir da Bauhaus
Portanto, a minha primeira declaração, talvez herética, é: o Bauhaus é o pai da IKEA. Só que o Bauhaus deu-se de 1919 a 1933 e foi um movimento extremamente rico de ideias. Os conceitos desenvolvidos estavam cimentados numa visão do futuro com várias dimensões: políticas, sociais, artisticas, etc. A IKEA é uma superficialidade, uma degenerescência. A IKEA é a actualidade: um mundo vazio de ideias e cheio de marcas. Portanto, a modernidade hoje é a superfície da modernidade de ontem.
A segunda impressão que me ficou da exposição é uma reposição do deslumbramento que eu sinto com essa Alemanha entre guerras, berço de tanta ideia revolucionária, que em 1933 começaram a ser mortas uma a uma, por uma ideia que se mostrou um horror: o nazismo. A pergunta tem que surgir: porquê esta e não outras? O que me têm ensinado é que as pessoas viviam uma situação económica que os fazia sentir de tal forma inseguros, que acolheram quem lhes desse um sentido forte.
Eu tenho um certo medo do futuro. O 11 de Setembro de 2001 aconteceu nos EUA, quando assassinaram à volta de 3000 pessoas e daqui os americanos deixaram que a administração Bush ratasse as suas apregoadas liberdades e pusesse em questão fundamentos de direito internacional. Aqui, metade do pessoal mete o rabinho entre as pernas cada vez que um gajo de toalha na cabeça grita e a outra metade chateia-se com meros lenços na cabeça das mulheres, enquanto o verdadeiro problema está submergido na confusão. Agora estamos em crise económica e finalmente demo-nos conta que é impossível o crescimento infinito que nos era propagado pelos economistas. Não sei que pensar, mas num mundo sem ideia, estaremos preparados para não deixar uma má ideia tomar conta de nós?
sábado
Amo o Outono
É tao difícil exprimir o Outono, que só posso concluir, que amo o Outono. Este é o momento mais luminoso e aguardado do meu mundo. Está a comecar e a mim só me apetece saltar, saltar como um boneco animado, saltar sobre o sofá e a cama. Sinto-me como quando era crianca, dentro do carro, a caminho das férias anuais na praia. A expectativa do que está a comecar, todos os dias de Outono que estao para comecar, nao sei onde meter o meu entusiasmo e rebento de alegria! É Outono!
segunda-feira
Dois bons artigos
Twice Branded: Western Women in Muslim Lands, de Judy Bachrach
Sobre o segundo, ainda hei de fazer uns considerandos. Para lá de dizer, que se aquilo não é uma mentalidade que merece ser combatida e desprezada, então não sei que vos diga. E nem falo das ideologias que dali saem. Se eu fosse holandesa, votava Geert Wilders. É simplista? Que se lixe.
P.S.: antigamente estas coisas só me punham em estado de feminismo.
É tão fácil falar
Mr Mohammed said his family had borrowed 20,000 Afghanis (around £250) from a local money lender to tide them over and buy medicine for him in the capital, Kabul.
"We have to pay back 40,000 Afghanis in three months," he said. "I do not know how we are going to do that, I think we will have to sell things. I do not know when I'll work again.
"Poor people suffer in this country, I do not know whether the elections will change that. I do not think I will try to vote again, I am now very frightened."
Tirado daqui.
domingo
Os genes e o desperdício
Esta semana, por duas vezes, gente da minha geracao, trintoes portanto, que se lamentam nos moldes anteriores e sao muito modernos e muito pela iniciativa privada e pela responsabilizacao individual e muito modernos e fazem muitos erros ortográficos e gramaticais, falavam dos intelectuais e das "elites" com um desprezo e apontaram-me o dedo como uma parasita que tem a sorte de mamar em tetas de ouro, quando o que é que eu faco realmente? Pode-se comer? Pode-se meter no tanque do carro? E eu faco ciencia. Imaginem se fosse artista!
Num país em que nao se percebe o poder da arte como propulsor da criatividade humana, e até a ciencia, até a ciencia lhes parece um desperdicio, acho que podemos parar de olhar para os genes.
Pensamentos colaterais
P.S.: Apesar de todas as criticas que possa ter ao PS, é até agora o único a quem daria o meu voto. Mas hei de explicar, se me apetecer...
P.S.2: O meu pai vai ficar tao contente. Se abandonei a Igreja e o Benfica, pelo menos que me mantenha fiel a um dos estandartes da familia (mas eu sou tao, tao socialista, só que mais que o partido). Vou-lhe telefonar!
Portanto, porque gosto tanto de Edward Hopper
Em segundo, há método em Hopper. Ele pintava quietude com horizontais e movimento com diagonais. Se repararem no quadro que eu pus abaixo, a diagonal é o braco da menina e, nao sei como é com voces, mas eu fico completamente fixada naquele braco. O quadro do Sloan é aquela roupa no estendal. E depois? Que me interessa a mim um monte de roupa no estendal? Mas aquela jovem, nao posso deixar de me interessar pelo que ela estará ali a fazer. Vai sair? Estar-se-á a preparar para a noite ou para o trabalho? Isto também se deve aqueles verticais, aquela porta que a enquadra, aquele relógio, os contrastes de cores (reparem as cores em Hopper, sao essenciais, trabalha com cores primárias e as suas oposicoes, como o vermelho com o verde) e o voyeurismo. A cena do Sloan é banal, as cores que usa normalmente sao uns pastéis entediantes e o que salta no quadro abaixo é o branco da roupa e roupa a secar deverá estar nos anais do NAO-INTERESSANTE. Além disso, nao há qualquer frisson no facto de estarmos a ver aquela mulher a estender roupa. O máximo que a minha imaginacao consegue fazer com aquilo é perguntar-se "onde está o cesto da roupa"? Isto é de por um hiper-activo a dormir.
Em terceiro, ele cria uma atmosfera nos seus quadros, como se algo estivesse para acontecer. Estamos num prestes, como no inicio de um filme de Hitchcock. Isto é um convite à imaginacao. Depois, Hopper pinta de maneira a que nós nos sentimos parte do quadro. Eu estou com aquela jovem. Ela nao sabe, mas eu estou ali a observa-la e sinto-me um pouco desconfortável por a estar a espiar. Mas eu quero saber quem ela é. A mulher a estender roupa? Naaaahhh.
O Hopper quando comecava a pintar já sabia como o quadro ia acabar. Já tinha planeado as cores, os contrastes, as linhas e as perspectivas. Ele já sabia o que queria provocar no observador. Os artistas que eu gosto sao sempre assim: pensam antes e trabalham muito, o que, para mim, poe em questao o géniozinho que por mero acaso é original. Eu de vez em quando visito um tipo que pinta. Os quadros sao horriveis (nunca lho disse). Penso que quando consegue algo minimamente de interesse, é por acaso. Ele simplesmente comeca a pintar. Vai espetando coisas pra lá, muda de ideias e o quadro acaba por ser camadas caoticas de tinta sobre tinta. Nao percebo quando é que ele decide que terminou. Para mim está tao horrivel como antes. Eu sempre me disse que eu nao percebo de arte. Mas será que quando um pintor é bom, mesmo que uma pessoa nao seja especialista, acaba por saber da qualidade, porque a arte diz-lhe algo. O nao especialista nao sabe porque, mas se observar, reconhece. Eu penso que precisamos de observar primeiro bastante, mas a certa altura ganha-se um sexto sentido, um certo gosto. Deve ser um pouco como aprender uma língua como um bébé. Nao se sabe a gramática, mas sabe-se falar.
Uma vez fui a um exame de pianistas na academia de música de Hamburgo. Eu nao percebo nada de musica, mas soube qual é que gostei ou nao. Os musicos com quem fui ficaram muito excitados, porque parece que eles concordavam comigo. Claro que eles explicavam tudo com muita tecnica, eu só gostei, gostei, sem saber porque, mas gostei. Tem piada, nao tem? Por vezes, é só uma questao de relaxar e nos deixarmos ir. Se formos é porque valeu a pena.
terça-feira
segunda-feira
Que bonito: Israel a aprender com os vizinhos
Adenda a 28.08.09: E depois do governo israelita confundir o jornalismo feito num país com o governo político desse país (como os seus vizinhos retrógados fazem), o jornalismo de Israel mostra que a esperanca de Israel está longe do seu governo político, mas perto do seu jornalismo (ou que, pelo menos, há liberdade de imprensa e gente com juízo):
Swedish article on organ harvesting was cheap and harmful journalism
Excerto: "Serious journalism's task is to document, investigate and prove - not to call on others to investigate, as the Swedish tabloid did. One may, for example, accuse the Swedish reporter of a crime, writing that he rapes little boys or girls, all based on suspicions and rumors, and call on the Swedish police to investigate. That's what the reporter did with his claims of trafficking in Palestinian organs."
terça-feira
A graca
Suicídio das pintarolas
P.S.: tou suada
P.S.2: hoje elas continuam a descer ao chao e a serem calcadas. O que é isto? Época de acasalamento e só podem foder no chao?
P.S.3: tou feliz
jaaaaaaaaaaaaaaaaaaavol!
P.S.: tou entediada
P.S.2: diz o Phelps que foi a roupa, que foi batota do Biedermann. Até parece que ele nada de cuecas!
P.S.3: tou feliz
sexta-feira
decidido
Esperemos que a minha semi-nova vida nao seja mesmo montanha abaixo. Aparte: este desporto é absolutamente alucinante, nao é?
Para ser mais clara: eu decidi nao ir pra Noruega. Eu decidi ir prá Suica. Entre o petróleo e o banco, escolhi o último. Entre os de sangue frio e os trafulhitas, escolhi os últimos.
quinta-feira
Coisas fantásticas
quarta-feira
O tapete de boas vindas dos noruegueses
segunda-feira
decisoes... :(
quarta-feira
Que se lixe a peugada
Nao há respeito pelo silencio. Já todos sabemos disso, pelo menos aqueles que nao vivem em ilhas desertas e até desejam que lhes gritem. Mas está-se muito pior que no meu tempo (o que eu desejei ter idade para comecar a dizer isto). Nao se entende o silencio. Parece que o silencio é a ausencia de barulho feito por seres viventes: o bébé a chorar, o casal a brigar, o vizinho a ressonar, o cao a ladrar, até o galo ou os grilos, por estas orelhas que hao de apodrecer no humus materno, já ouvi pessoas queixarem-se que acordaram com o galo ou que nao conseguiram adormecer com os grilos! Que mundo louco é este em que vivo? Pois aí fui de bilhete de comboio na mao, acomodar-me numa carruagem para dormir, como bem dizia à entrada, para uma boa dormidela até aos Alpes Suicos. Na carruagem tinham escrito confortável, nao um adolescente qualquer, nao, grafiti formalizado e permitido, pelo que me senti confiante e até deslumbrei que aquilo tinha dois andares, olha que fino, dois andares numa carruagem. Pois, meus amig@s, nao deitei nenhuma das sobrancelhas... Descobri como é um secador do cabelo por dentro. Disseram-me que era o ar condicionado e houve grande espanto que eu em vez de me sentir confortável, como seria o óbvio sentir depois de ter lido o exterior da carruagem, me sentisse cansada, até zangada. Muito pior seria estar com os outros, a dormir 4 ou 6 no mesmo compartimento. E eu sonhei acordada com o ressonar de 5 seres humanos, em vez da ventoinha parasitica que se albergava nas paredes da minha carruagem. Há momentos em que nao suporto este mundo. E é por isso, que neste momento de publicação, eu estarei num avião, porque pelo menos é uma tortura menos demorada. Com tanto ar condicionado ainda a peugada é igual.
terça-feira
segunda-feira
Episódio da vida de uma pessoa ensonada: limites
Mas já o expulsei. Ausentei-me por uns momentos e encontrei-o na minha cadeira, ao telemóvel, a brincar com o meu teclado. Há limites e os meus são o meu computador e todos os seus periféricos. Tira a mãozinha.
sexta-feira
simpatias e confissöes III
A minha pergunta é só esta: nao é esta a altura de falarmos? Porque neste momento, há os Geert Wilders que falam por nós e um sistema que se vende por uma ideia de tolerancia que nao é a mais justa. Para além da nossa tolerancia ser apenas o nao me chateies, essa tolerancia institucional serve os ideologos fanáticos e nao os comuns cidadaos que querem mais que o privilegio de existir sem chatear.
Seria bom falarmos, a sério. Sem clichés e ilusoes.
P.S.: contava-me um norueguês como a mäe arengava sobre os norte-americanos e o que eles tinham feito aos pobres pretos, mas os sama, esses eram todos uns malandros e ladrões a morar no fundo do fiorde.
p.s.: o teclado norueguês tem acentos! :)
segunda-feira
simpatias e confissões II
sábado
simpatias e confissões
E agora, como isto é um blogue, deixo a minha opinião: o que se vê é uma contra-reação a uma cultura de compreensão por comportamentos anti-liberdade, anti-direitos humanos, porque vêm de imigrantes de países que existem como símbolos de vitimas, vitimas da nossa colonização, do nosso imperialismo, sei lá que mais. Temos de os respeitar e compreender. E nos Países Baixos, mata-se e obriga-se pessoas a andar de guarda-costas e pressiona-se para eliminar direitos conquistados a muito custo. Eu confesso que tenho mais compreensão e simpatia por quem votou no partido de Geert Wilders e questiono-me sobre este homem, que precisa de ser corajoso ou insano para levar a vida que ele leva.
E agora desapareço antes que leve com um ovo eletrónico.
quarta-feira
La coisa ins verso
ARTICLE 60: REPRESENTATION
If a person, if only for an hour at a time, could borrow the bodies of others,
I would borrow yours, my brother, so that you could walk beside a river somewhere.’
* Eva Runefelt
* PART IV - Policies and Action
ARTICLE 74: SECURITY
One cat I got from an abandoned building site. His eye was glued shut, an ear
partly severed and in his fur you could still see the teeth marks of the dogs. He
lived under a cupboard for a week and didn’t sleep, each time I got on my knees
to look for him I’d find him crouching, with a glazed look, I could only tell he
was still alive from the sucking motion of his flanks, a frightened oxygen pump.
Later he would sometimes let you stroke him, if you were very careful he
wouldn’t bite. But one night he jumped onto the bed, a claw slashed into my
eyebrow, blood ran down my nose into my mouth, I dived under a pillow to
dodge the tiger in my house.
Another cat I found in the street, in a porch in the cold rain. She was so small
that she was still full of trust. The first night she already slept in my bed, fell into
such a deep sleep that all the life slid out of her young muscles, I played with her
paws, tail, she became a toy cat filled with sand. At night she didn’t hear
the neighbours’ dogs. That sleep is called: safety.
A friend who is deaf says: he’s got the sweetest tom cat in the world. One night
it jumps onto his head, his stomach, it viciously bites his toes. When he looks up,
bewildered, he sees how, in the dim light, the door handle of the bedroom moves
down, moves down without making any sound.
This is how cats talk to us: about the depths of sleep, the wild flesh of ancient fears.
ARTICLE 55: TIME OF TRANSITION
We live in a time of transition, which our grandchildren
May designate an epoch. We know nothing about ourselves but they
Will classify us as butterflies in History’s specimen cases.
We will be gazing through the glass with our lifeless
Eyes, and our children’s children, the conquerors
Of stars, will be thumbing through family albums. This
Old fashioned elderly gentleman is me, the photograph
Already faded. I’m standing motionless, eyes fixed
On the setting sun. In the top left corner
You can see a shining dot. And that’s precisely why
This old photograph has such significance. That was
The first sign. Then came the others.
ARTICLE 24: THE RIGHT TO LAZINESS
The good gardener prizes the shadow of the apple tree.
terça-feira
sábado
A cruz de ser portuguesa no estrangeiro
P.S.: Isto sem qualquer juizo mau sobre o Cristiano. Mas presumo que o Cristiano ia fazer o seu afamado olhar fodas-mas-wat-the-fuck-dizes-tu-meu-cabrao, se lhe perguntassem sobre a minha pessoa.
P.S.2: E tambem nao sou especialista em peixe!
P.S.3: A piada sobre bigodes... Ah ah ahaaaaa zzzzzzzzzzzzzzzzzz.. Chatinha... Nao dava para inventarem outra?
Se nao sabem: em que dia e' que se vendem mais maquinas de barbear em Portugal? O dia da mae!
A T-shirt: "Nao me estou a cagar e tenho a(s) pila (mamas) grande(s)!"
A Rita faz a defesa do "pra que e' que eu hei-de limpar se a casa ate' ta' limpa", em que a casa e' a democracia e prontos estao a seguir a analogia. Eu devo agradecer a Rita que subiu o atinado um degrau na linha intelectual tuga, em que o atinado foi promovido de toto a arrogante. Obrigada, Rita.
segunda-feira
Os que merecem voz
domingo
O meu plano
P.S.: É óbvio que faco excepcoes a boas justificacoes.
sábado
sexta-feira
Nostalgias programativas
Mais tarde, apaixonei-me pelo Jeremy Irons e o outro gajo que não se tornou famoso, no Revisitar Bride qualquer coisa e pelo Hari Kumar na Jóia da Coroa (ele aparece nos dois primeiros episódios e no último e eu andei a ver os episódios todos, enfim...). Nesta altura, enquanto me apaixonava por atores, gostava do Dartacão, por razões que completamente me ultrapassam e deviam ser investigadas (eu acho que colocaram droga naquela coisa). Também via o LA Law. E o Poirot e a Miss Marple e o Perry Mason e o programa do Hitchcok em que ele aparece de perfil. Só a música deste programa me fazia pesadelos. Depois ou antes dava a Quinta Dimensão, que via, mas de que não me lembro um único episódio, apesar de os ter visto todos.
Todas as sitcoms que alguma vez deram na televisão? Vi-as todas. Até do Alf gostei.
Richard Attenborough? Nunca gostei mais da natureza fora do meu prato. Mas gostava ainda mais do Herman José a gozar com o Richard Attenborough. Adorava de alma o Herman José e os seus programas. Adorei-o e aos seus programas até ele arranjar um programa de variedades e pintar o cabelo de louro branco.
Agora, ah agora, a inocência do mundo desaparecida, as expectativas desavindas, as ilusões esvanecentes, fico-me cínica de sorriso esgaçado a gostar do Dr. House...
Sim, a sério?
É difícil seguir uma campanha quando as pessoas que campanham não falam muito da Europa. Na nossa estação, o porta-voz do partido socialista [na França] Benoît Hamon disse "Vamos fazer destas eleições um voto de protesto às políticas de Sarkozy". Ele tem todo o direito de dizer isto, de dar esta direção. O problema é que os assuntos europeus ficam fora da campanha. Como podemos então interessar os franceses se os candidatos não se interessam? As pessoas que mais falam dos assuntos europeus são os eurocépticos, na verdade, os eurocépticos com as ideias mais extremas.Diz Sophie Larmoyer, Chefe da secção de notícias externas da Europe 1.
Devo dizer-vos que cada vez gosto menos de jornalistas. Se eu pudesse votar em jornalistas, abstinha-me. Se algum dia um jornalista me tentar entrevistar, obrigo-o a engolir o gravador. A próxima vez que passar por uma câmara de filmar, dou-lhe um empurrão.
A sério, os jornalistas coitadinhos só podem seguir a manada. Dizem eles, enquanto vão à frente.
Não, a sério. Fui à net ver o programa especial eleições parlamento europeu com a Fátima Ferreira em que ela entrevistou os treze candidatos. Um feito heróico, como ela bem demonstrou no seu ar cansado-ponderoso, pois como é que os treze podem ter tempo para dizer algo de jeito? Não há tempo! Especialmente quando se fazem perguntas como "Devem aumentar os impostos agora?", porque todos sabemos que os deputados europeus irão decidir o aumento dos impostos agora. Também vi um programa de debate DEDICADO ao parlamento europeu moderado por uma jornalista chamada Fernanda Gabriel em que ela pergunta TRÊS vezes a deputados sobre a apresentação de candidatos à presidência da Comissão Europeia pelos partidos (não grupos, partidos, sim, mesmo isso que leram) depois de ter sido informada no programa por dois diferentes deputados, em duas intervenções, que isso não é da responsabilidade dos grupos políticos no parlamento europeu!
Não, agora a sério. Podem os que estão atrás na manada simplesmente passar a ferro os que estão à frente da manada? Obrigada.
Acabando em tom de seriedade: a Helena e outros estão muito preocupados, atemorizados, trespassados porque 4 deputados eurocépticos e anti-imigração dos Países Baixos foram eleitos para o parlamento europeu. Temos de olhar para o lado positivo que está ali nas últimas palavras de Sophie Larmoyer: finalmente vamos ouvir falar da União Europeia.
quarta-feira
sexta-feira
se gostas de meter o bedelho na vida dos outros
Vou usar esta canção numa situação completamente fora: resposta ao inferno por que estou a passar no meu escritório em que um colega teima em passar a música alemã da eurovisão. Mais um "kiss kiss bang bang" e eu cometo um ato de violência!
quinta-feira
Levantado processo disciplinar a enfermeiro por reclamar em carta ao Presidente da República!
Na exposição ao PR, o enfermeiro queixa-se de ter sido transferido compulsivamente do serviço de otorrino para a pneumologia enquanto estava de férias, sem que lhe fosse dada oportunidade para se defender. "Não seria lógico, num quadro de alguma falta disciplinar, a instauração de um processo?", questionou.
(...)
Além do seu caso particular, o enfermeiro refere a existência de "um acumular de situações naquele serviço de extrema gravidade", acusando-o "de ser uma fábrica de números" e de estar instalada "uma concepção autoritária do poder". Pede a Cavaco Silva que "tenha um olhar atento e preocupado". E disponibiliza-se para prestar esclarecimentos.
(...)
Segundo o BE:
Alguns dias depois, esta carta, dirigida ao Sr. Presidente da República, serviu de pretexto para o Conselho de Administração (CA) decidir a abertura de um processo disciplinar contra o referido enfermeiro, tendo em vista o seu despedimento com justa causa, invocando para isso a natureza difamatória da missiva e o carácter ilícito do acto de escrever ao mais alto representante da nação.
Voltando ao i:
(...)
Contactado pelo i, o hospital confirma que a carta a Cavaco Silva é o motivo para ambos os processos, e explica que não está em causa a opinião pessoal do enfermeiro quanto às chefias, mas sim as acusações que faz "pondo em causa o bom nome da unidade no tratamento dos doentes". Sobre as denúncias do enfermeiro na carta, a unidade recusa fazer quaisquer outros comentários.
(...)
O Bloco de Esquerda já levou o caso à Assembleia da República, questionando a ministra da Saúde, Ana Jorge, sobre o assunto na última reunião da comissão parlamentar de saúde. Tendo ficado sem resposta, o deputado João Semedo apresentou um requerimento pedindo à ministra uma posição.
(...)
Questionada pelo i, a Presidência da República responde apenas que "tem por princípio não comentar publicamente a correspondência que recebe". Também o Ministério da Saúde recusou prestar declarações.
(...)
os ênfases nas fontes são meus. sou eu a passar-me
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Atualização no i:
Processo a enfermeiro é "inaceitável", diz Cavaco Silva
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Nova atualização no i:
A pressão do Palácio de Belém acabou por dar frutos, e a administração do S. João, invocando atender "ao superior interesse público e à consideração que merecem todas as instituições democráticas", decidiu-se pelo arquivamento do processo.
Já comeca a fazer escola escrever "interesse publico" quando se quer justificar merda. Talvez fosse melhor ir fazer formacao em democracia, meus senhores, nao é vergar o pescoco as instituicoes democraticas, é perceber a democracia! Idiotas.
quarta-feira
ficheiros pdf em ingles, frances e alemao em cima
O título original é um pouco diferente, mas depois de ler as entrevistas penso que este é mais apropriado.
terça-feira
Regressão
No mundo dos adultos, ando eu a escrever destes postes!
sexta-feira
:fonte:
Harvest of Suicide
, de Vandana Shiva
Excerto:
"De acordo com dados oficiais, mais de 160 mil agricultores suicidaram-se desde 1997 na India. Estes suicídios são mais fequentes nas áreas de cultura de algodão e parecem diretamente ligados à existência de monopólios sobre as sementes. O fornecimento de sementes de algodão na India tem progressivamente passado das mãos de agricultores para as mãos de produtores globais de sementes como a Monsanto. Estas corporações gigantescas começaram a controlar as companhias locais de sementes através de aquisições, criação de consórcios e através de sistemas de licenciamento que conduzem ao monopólio no mercado de sementes.
Quando isto acontece, as sementes passam de um produto comum a serem "propriedade intelectual" das companhias como a Monsanto, e desta forma a corporação pode reclamar proveitos ilimitados através do pagamento de royalties. Para os agricultores isto significa o aprofundamento das suas dívidas.
Para além disso, as sementes passam de um recurso regenerativo e renovável para um recurso não-renovável e uma mercadoria. A escassez de sementes deriva diretamente do monopólio de sementes, que aplicam como arma limite a semente "exterminador" que é criada para ser estéril. Isto significa que os agricultores não podem independentemente renovar o seu stock, mas necessitam de retornar ao monopolista a cada estação de plantio. Para os agricultores isto significa mais custos, para as companhias mais lucro."
tradução minha.
terça-feira
segunda-feira
Permita-me abordar a questão da democracia
Para terminar, senhor Farage. Houve quatro referendos sobre a Constituição. Um na Holanda: contra; um em França: contra. Houve mais dois: em Espanha, com 72% a favor, e no Luxemburgo, com 60% a favor. No conjunto dos países que organizaram um referendo houve uma maioria de cidadãos a favor da Constituição. Respeite, o senhor também, a democracia.”
Nigel Farage, Ind/Dem: “O que está a dizer senhor Shultz, as implicações do que está a dizer em relação ao conceito de democracia são verdadeiramente terríveis. Está a dizer que não devemos perguntar aos alemães que opinião têm, que temos que os guiar. É assustador! Nunca me esquecerei que no dia a seguir ao “não” irlandês você disse no parlamento que ‘não nos devemos render ao populismo’ e espero que peça desculpa pelo que disse. É absolutamente… Você é anti-democrático. Você acredita que uma classe dirigente sabe o que é melhor para o cidadão comum. É monstruoso!”
Martin Schulz, PSE: “É uma honra ser tratado de anti-democrático por si. Muito obrigado!”
Antes que pensem que eu posto isto porque partilho as opiniões do Sr. Farage, afirmo já que não. Desculpem, mas não tenho uma alta opinião sobre as capacidades do cidadão comum em não ser manipulado através dos seus preconceitos. Nunca Portugal teria entrado na UE se o tivessem perguntado aos franceses, nunca a Polónia teria entrado na UE se o tivessem perguntado aos alemães. Nunca teria existido UE se o tivessem perguntado aos cidadãos. Alguém imagina o cidadão comum francês a querer juntar-se ao cidadão comum alemão e ao cidadão comum britânico e ao cidadão comum... Portanto, sejamos honestos e ponhamos a UE a referendo e terminemos já com isto. Na Suiça, onde se pergunta muita coisa aos cidadãos, nos anos 90 as mulheres tiveram finalmente o direito de votar em todos os cantões e ainda havia para lá um cantão perdido que não se tinha decidido a tal. Foi preciso o governo central dizer "desculpem lá, mas c'est fini!" Cá para mim, se tivesse sido por referendo, a escravatura ainda era legal. E vocês dizem, que ideia, somos tão civilizados. Li este artigo sobre o Dubai e o que mais impressão me fez foi como os europeus que aí vivem veem e aproveitam-se daquele sistema. Sem pejos ou problemas de consciência. Desculpem, o cidadão comum? O cidadão comum come-te o figado se acha que não és um deles e se ninguém existe que o puna. Se não concordam, exemplifiquem com um daqueles avanços civilizacionais de que gostamos de nos orgulhar que tenha sido promovido por voto popular.
Portanto, eu acho que referendos em que haja a figura dos "outros" não devem existir. Mas concordo com referendos sobre "nós". E não concordo com referendos em que só existe uma resposta possível e em que a resposta impossível não traz consequências. Quem votasse "não" saía e aí já podiamos tirar conclusões sobre a opinião do cidadão comum sobre a UE.
Esta confusão é culpa dos governos que não têm tomates para definir que se não existe aceitação do tratado saem e deixam os outros que aceitam ir no seu caminho, e mais destomatados são os que não arcam com a responsabilidade sem que possam oferecer subsídios ao cidadão comum.
Mas não é por não concordar com Nigel Farage que eu não o ache importante para a democracia:
P.S.: Eu diria que se fazem referendos nos EUA. Só que são ao nível estadual (e muito provavelmente local) e eles referendam tudo o que alguém se lembrar pôr a referendo e que tenha um nr. minimo de assinaturas. Quando estive no Colorado em 2006 estava a referendo, entre outras questões de que já não me lembro, a legalização da marijuana e usar certo dinheiro para comprar autocarros e outros materiais escolares.
P.S.2: snowgaze disse...
na Alemanha não há referendos??? Então e o referendo para decidir se parte das pequenas bibiliotecas municipais espalhadas pela cidade deveriam continuar abertas? E o referendo para decidir se se podiam construir prédios muito altos dentro da cidade? (estes dois em Munique) Não contam como referendos porquê?
11/Mai/2009 13:23:00
domingo
A nova inquisição?
Sobre as regras - parte II e os ideais - parte I
Na minha relação com a religião com que fui criada passei por várias fases. Acho improvável que sendo quem sou neste momento eu possa retornar a ser religiosa sem ser deixando de ser quem sou. Mas tenho olhado para a religião como uma necessidade humana que importa, na minha percepção, não negar liminarmente por nós ateus. É um equilíbrio muito difícil de conseguir. Mais interessante para mim do que os religiosos, são os ateus e o percurso longo que cada um de nós tem de percorrer e se estou acostumada a ver os ateus que sabem minimamente da religião de que se afastaram, estou agora interessada numa nova casta de ateus, que cresceram assim e que têm que fazer um outro caminho. A minha irmã, que também é uma não crente, resolveu colocar os seus filhos em Aulas de Religião e eu concordei porque me pareceu que caso contrário correriamos o risco de sermos convidados para algum batizado aquando da sua chegada à idade adulta. Mas a minha irmã partiu de um outro pressuposto: o de que para compreender a sociedade em que vivemos precisamos de aprender também sobre a religião que formou a sociedade em que vivemos. Pouco a pouco tenho vindo a concordar com o ponto dela. O relato do Rui Tavares é mais um pormenor nessa ligação subtil entre o hoje secular e o ontem e hoje religiosos, que afeta os ateus.
Quando postei sobre regras estava a pensar naquelas que definem acordos necessários para que todos nós possamos viver em sociedade em harmonia, como decidir que se guia do lado direito. Não estava a pensar em ideais. Estava a pensar neste poste da Fernanda Câncio e nisto:
Há muitos anos atrás, arranjei num Outubro, um trabalho a ganhar o salário minimo nacional da altura. Seis meses depois arranjei outro trabalho a ganhar para aí o dobro e uns meses depois fui já nao me lembro onde candidatar-me ao arrendamento jovem. Havia uma base minima de apoio que era calculada pegando na declaração de IRS e dividindo por 12, o que no meu caso era: tres salarios minimos nacionais dividindo por 12 = mesada de papa e mama. A senhora informou-me que eu assim nao podia candidatar-me. Eu expliquei-lhe que aquilo nao tinha nada a ver com a minha situação e que podia trazer um comprovativo do meu rendimento atual. A senhora disse que nao, que a equaçao era aquela e acabou-se. Já nao me lembro quanto tempo fiquei a gaguejar "mas", mas a senhora lá passou ao ponto dois: como fazer gincana ao sistema. Os olhos sairam-me das órbitas e eu removi-me do antro. Nao quero que pensem que eu sou um anjo, porque nos finalmentes eu fiz a gincana ao sistema. Mas cá está o meu ponto: há a regra que é estúpida e portanto a solução é ser chico-esperto e isto é ensinado pelas pessoas que aplicam as regras. Agora, digam-me onde está a mula. Eu proporia quem fez a regra...
Penso que é necessário discriminar entre os ideais e as regras. Esta foi uma das minhas irritações com a chamada constituição, porque para mim a constituição é uma declaração de ideais e não um aglomerado frankensteiniano de regras e ideais como o que nos foi apresentado. A necessidade de uma constituição europeia clara parece existir quando somos confrontados com as notícias de dislates vários das nossas instituições quando confrontadas com grupos de pessoas imigradas recentemente que intentam em impôr costumes que nos afrontam. É necessário definir em constituição o que é um afrontamento válido, o que são ideais universais, aqueles que devem ser defendidos e impostos a todos neste espaço em que vivemos. Porque é extremamente importante fazermos esta reflexão e esta definição, fico zangada quando se mistura o que é um ideal com o que é uma regra. A homogeneidade populacional anterior parecia não necessitar de tal preciosismo, mas estes são outros tempos, senão ainda em Portugal, noutros países. Misturar regras com ideais é dificultar o raciocínio e termos de ler que o cardeal da igreja britânica acha que é aceitável que um grupo de pessoas por professar uma religião diferente podem sair fora da esfera do direito do estado em que vivem. Como se o estado definisse só um conjunto de regras e portanto que importa que outras pessoas queiram regras diferentes, mas e os direitos fundamentais, senhor cardeal? Outra faceta, é as pessoas menosprezarem um direito fundamental como se fosse uma mera regra, como o direito de liberdade de expressão, que não pode ser colocado em causa por delicadezas de sentimento de um grupo de pessoas. É, do meu ponto de vista, essencial que façamos esta discriminação, para sabermos onde podemos comprometer regras e onde não se pode nunca de forma alguma comprometer ideais.
Finalmente, aproveitando que o poste do Rui Tavares citado pelo jj.amarante foi escrito durante a campanha do referendo sobre o aborto, faço esta pergunta: a lei de despenalização do aborto é um direito ou uma regra?
sábado
sexta-feira
E já que estamos numa do que é que a Europa fez por nós (nós?)
Portugal é o quarto a receber mais.
Alguém me explique porque é que a Alemanha não bate o pé a isto. Ah, espera, deve ser isto: The top ten per cent of German farm subsidy recipients get 54 per cent of the money. The top twenty per cent get 71 per cent. Among the biggest recipients of farm subsidies are big German agribusinesses, food companies and large landowners.
terça-feira
Declaracao de detesto
Fico enjoada quando após eu me indignar com a declaracao vinda do Sócrates, de que o PS apoiará o Durao Barroso a continuar na Comissao, me dizem que concordam, porque afinal o Durao Barroso é portugues. Ser portugues é um limpa-nódoas! Permitam-me muito vivamente discordar. Apaixonadamente discordar. Eu até poria a coisa ao contrário: um portugues para sair de Portugal para uma posicao de relevancia, devia ter um ónus maior em provar que é muito bom, para, no minimo, nao envergonhar os restantes de nós. Eu, ao Durao Barroso, escondia-o na cave.
Comecando um poste sobre regras
quinta-feira
Que país?
Uma pessoa é inocente até prova em contrário. Eu nao digo isto porque quero defender o Sócrates. Eu digo isto por um país que nao pode ser governado por suspeitas. Por um país em que nao pode ser possível atirar merda para o ar e ganha quem atirar mais merda. Isto nao pode funcionar assim por amor de nós todos, por amor da justica.
Que sistema é este, em que um inocente nunca poderá provar a sua inocencia e um culpado nunca verá a sua culpabilidade provada?
quarta-feira
sexta-feira
A desnecessidade
quarta-feira
Os media que parece que merecemos
No Público, hoje é o dia da Terra, pelo que confirmou-se o que eu suspeitava: o Público mudou-se (deve ser o "outsourcing" em reverso) para os EUA.
A Manuela Moura Guedes nao tem só uma cara com piada, também gosta de dizer piadas. A próxima vez que for à cirurgia plástica deve ser para mudar de nariz: daqueles vermelhos e redondos.
P.S.: Isto foi há uns dez anos, lembro-me que era uma Terça-feira, pois o comentador de serviço no telejornal de um canal privado era o Miguel Sousa Tavares (o meu grande ídolo da juventude). A grande notícia da altura, que foi escalpelizada com grave esmero pela Manuela Moura Guedes e a sua equipe foi o rejunevescimento da cara de uma socialite muito famosa, que agora nao me vem o nome à cabeça, mas há-de vir, que ela foi a primeira socialite de que soube o nome e estou aqui a pensar e só sei de mais uma, aquela que tem como primeiro nome o diminutivo de ancinho e o último é Jardim, pelo que a senhora combina roupas e nomes, uma vilha! O Miguelito começou a torcer-se todo enquanto a notícia passava nas suas diversas facetas e quando a Manela lhe pediu um comentário à desrugaçao da tal socialite ele quase teve um AVC! Foi das melhores cenas que eu alguma vez vi na televisao e imaginem, soube tao bem que me lembro hoje como se tivesse sido ontem. Ele recusou-se a fazer o comentário e disse algo que espremido era "tenha vergonha na cara". A Manela chateou-se e respondeu que eles mostravam o que o povo queria. Isto foi há cerca de dez anos. Agora, dos excertos que vejo dos telejornais nas minhas férias, conseguiu-se descer da retrete para o esgoto. E a Manela continua a nao ter espelhos em casa, nem vergonha na cara.
terça-feira
Planos pra minha reforma
Porque nao?
quarta-feira
Os meus cheiros favoritos:
a terra molhada pela chuva de verao,
a erva cortada de fresco,
a giestas,
a morangos,
a graos de café,
à minha escola primária.